Verdade

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Já sentiu vontade de saber de alguma coisa, mas muito medo de perguntar, porque a resposta podia ser o oposto do que você queria ouvir?

Irene sentiu como se uma bala a atingisse, cavando um buraco no peito. Seus piores medos se tornaram realidade.

– Eu a amava, Irene. E eu ainda amo. - Joy a respondeu firmemente.

As palavras de Joy ecoavam continuamente em sua cabeça. Os olhos dela estavam olhando inexpressivamente para Joy. O que aconteceria com ela agora se Joy quisesse Seulgi de volta? Ela tinha o direito de dizer não?

Esta era a primeira vez em sua vida que ela sentia algo assim. No entanto, ela não tinha certeza de como definir tal sentimento. Ela estava com medo? Preocupada? Ansiosa? Com ciúmes? O que estava claro para ela era que ela se sentiu sozinha e ninguém podia ajudá-la a se levantar naquele momento, ninguém além de Seulgi.

– Ela é meu primeiro amor. - Continuou Joy, com os olhos no chão. – Infelizmente, ela sempre foi lerda, o suficiente para não reconhecer tais sentimentos. - Joy soltou.

Irene levou mais alguns segundos antes que ela sequer pensasse em dizer algo: – Foi ... essa foi a razão pela qual você foi embora ...? - Ela questionou a mais alta.

– Mmm ... um pouco, sim ... - Joy assentiu. – Eu não via esperança em nós. Eu nem achava que ela sentia o mesmo por mim. Então, quando a oportunidade para a carreira dos meus sonhos bateu em minha porta, eu a peguei imediatamente, sem hesitar. - Ela explicou.

– Mas ... mas ela ... ela te amava... - Irene achou difícil dizer essas palavras.

– Ela pode ter me amado sim, mas nunca tive certeza sobre isso. - Joy encolheu os ombros. – Ela sempre se preocupou comigo - sim - mas eu sei que nunca foi do mesmo modo que eu cuidava dela, do mesmo modo que eu sentia algo por ela.-

– Como você pode dizer isso? - Irene franziu a testa a confrontando.

– Porque eu senti, Irene. E quando você apareceu, vi a prova de que eu estava certa sobre isso. - Ela completou.

– O que você quer dizer? - Perguntou sem entender.

Joy sorriu cansada. – Seulgi nunca olhou para mim do jeito que ela olha para você, Irene. - Ela confessou.

Irene congelou. Ela estava se perguntando como no mundo Joy pode ver essas coisas quando na verdade elas estão apenas fingindo.

– O que me lembra que eu te devo desculpas pelo meu comportamento em relação a você. - Disse Joy, esfregando a mão no braço esquerdo. – Eu sei que a ofendi. Sinto muito por isso. -

– Você estava ... com ciúmes de mim? - Perguntou.

Joy riu com isso. – Eu não sei se era ciúme. Meu orgulho não podia aceitar o fato de Seulgi ter tido a coragem de estar com você, sendo que se conhecem há cinco meses, enquanto que eu que estive por quatro anos ao lado dela... ela nunca fez isso. - Ela explicou.

Irene levou a mão aos lábios. Ela se sentiu culpada novamente, porque que Joy acreditava no relacionamento delas, mas era apenas uma grande mentira.

– Ela ama você, Irene. Eu posso ver nela. Há muitas coisas que Seulgi nunca tinha feito comigo antes que ela está fazendo com você agora. - Disse Joy. – Aquele colar de casal, aquela tatuagem de henna. Seulgi também nunca foi fã de dizer 'Eu te amo' antes, mas há alguns minutos atrás ela me disse que estava apaixonada por você, pensando que eu era você ao lado dela na cama. - Joy confessou o que havia acontecido.

Os olhos de Irene se arregalaram. Surpreendentemente, ela não se sentiu estranha com isso. Na verdade, ela achou doce. Ela achou que Seulgi fez isso como parte do fingimento.

Hershe - SeulreneWhere stories live. Discover now