Recém Chegada

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Era quinta-feira, 7:57 da manhã. Uma mulher corria para entrar no elevador antes que as portas se fechassem. Ainda bem que havia um homem que, ao olhar para trás a viu e segurou a porta assim dando tempo para que chegasse.

Ao entrar, ela o agradeceu enquanto cuidadosamente ajustou seu pequeno corpo no meio da multidão que dividia o elevador, certificando-se de que o chá que ela estava segurando ainda chegasse ao seu andar inteiro.

Assim que as portas se abriram para o andar desejado, ela saiu imediatamente - quase correndo - tentando chegar à sua estação antes que o relógio batesse oito horas.

– Bom dia, Irene! Em ponto, hein? - Ela ouviu uma voz em duas costas.

Irene virou-se naquele momento ao ouvir a voz e viu a amiga se aproximando. – Ei, Krys, como você está? - Perguntou com um sorriso.

– Hmm, um pouco estressada. Minha parceira não aparecia aqui há alguns dias. - Krystal dizia dando de ombros e fazia Irene rir (porque ela é a parceira de trabalho a qual Krys citava). – Estou surpresa, no entanto. Pensei que você estivesse de férias até sexta-feira? - A outra perguntava.

– Foram apenas três dias de férias - Irene a respondeu, largando a bolsa na mesa que usava. – Não posso me dar ao luxo de tirar uma semana inteira e participar de inúmeras tarefas inacabadas quando voltar. Isso é suicídio. - Ela dizia dando de ombros e sorrindo para a amiga.

– Agora que você mencionou isso, eu tenho prestado OTs nos últimos 3 dias apenas para, de alguma forma, fazer as pazes com os clientes. - Ela respondeu.

– Sinto muito. Vou compensar você. Prometo. - Irene falou em resposta.

– Está tudo bem. É quase fim do ano e você ainda não havia tirado um dia sequer. Você precisa relaxar de vez em quando, Irene. Você é muito viciada em trabalho. - Krystal a repreendia.

– Na verdade não sou viciada. Só não quero tirar uma folga e trabalhar em dobro depois. Simplesmente não faz sentido. - Ela respondia.

– Tanto faz. Ainda estou feliz por você ter tirado uma folga. Pelo menos. -

Depois de logar com sucesso no computador, Irene se recompôs apoiando a bunda na mesa com o chá na mão direita. – Então, como estão as coisas aqui? - Perguntou.

Krystal se posicionou ao lado de Irene. – Bem, as mesmas coisas de sempre. O trabalho parece não parar de chegar. - Dizia.

Prevendo a quantidade de trabalho que ela teria para lidar, Irene suspirou. – Acho que deveríamos começar a escrever os artigos agora, Krys. Você pode me enviar um e-mail com todo... -

– Oh, merda. -Soltou Krystal do nada, seus olhos focando-se em algo.

Interrompida, Irene seguiu a linha de visão de sua amiga e viu uma mulher de cabelos compridos caminhando em direção ao banheiro feminino. Ela não conseguia ver o rosto da pessoa por causa do boné que cobria quase metade do rosto.

– Ela não é uma visão? - Perguntou Krystal, com seus olhos sonhadores.

Irene abriu a boca, mas não conseguiu dizer uma palavra. Ela olhou para a entrada do banheiro e depois para a amiga. – Eu.. eu não.. -

– Você viu o rosto dela? Ela é fofa, não é? - Krystal perguntou, rindo. – Você tem que admitir que essa é realmente uma gostosa. -

Irene fez uma careta. Podiam a chamar de antiquada, mas ela ainda não conseguia entender a idéia de uma mulher sendo atraída por outra mulher. – Sério? Krys? Você está me fazendo essa pergunta? Você sabe que eu não jogo pra esse lado. - Completou .

Hershe - SeulreneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora