I'm not the only one - Vinnie Hacker

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  Milles abriu uma porta que tinha em sua cozinha que dava direto para a garagem e entramos no carro, a chuva apenas aumentava a cada segundo e eu já não me importava tanto em chegar rápido em casa, minha cabeça doía intensamente e eu precisava de um remédio urgentemente.

  Passei o cinto de segurança e encostei minha cabeça na janela olhando para o lado de fora, agradeci mentalmente por Milles não dizer uma palavra sequer durante todo o trajeto, apenas queria ficar quieta com meus próprios pensamentos que gritavam em minha cabeça.

  As ruas estavam calmas, provavelmente por estar chovendo muito e ser comum os acidentes de carro por aqui, cruzei minhas pernas sentindo o frio bater com tudo.

  Milles percebeu e ligou o aquecedor do carro, pude relaxar meu corpo mas continuei com o olhar fixo no lado de fora, até que meu celular vibrou em minha bolsa, peguei o mesmo e me deparei com algumas mensagens de Vinnie perguntando se o mesmo poderia me encontrar, apenas respondi que era melhor não e ele insistiu, apaguei a tela do celular e o joguei em minha bolsa novamente.

  As únicas vezes que eu abria minha boca era pra dar as coordenadas sobre o caminho até minha casa, depois das mensagens de Vinnie foi impossível não pensar sobre o que aconteceu na noite anterior, senti meu estômago se embrulhar ao lembrar do beijo que presenciei ontem, mas aquilo não passava nem perto do nojo que eu sentia de mim mesma, sentia a todo momento o toque de Zack em minha pele e aquilo não me causava pensamentos bons.

  Por sorte Milles não morava muito longe de minha casa então logo chegamos, o carro do meu pai estava perfeitamente estacionado do lado de fora e eu sabia que aquilo significava que ele logo sairia de novo, obrigada universo.

  -- Tchau, obrigada por tudo. - falei tirando meu cinto de segurança.

  -- Até mais Cassie. - sorriu de lado, Milles era um fofo e eu não tinha idéia do por que eu nunca havia reparado nele na escola, era muito alto e muito bonito, tinha um estilo diferente dos outros da escola e com certeza se destacava.

  Abri a porta e desci do carro, corri até a porta da frente tentando não me molhar tanto, assim que entrei dei de cara com meu pai sentado no sofá com o celular na mão, sua atenção se voltou para mim e ele tinha uma cara de desconfiado.

  -- Onde estava? - perguntou me olhando de cima a baixo, pensei na primeira coisa que veio a minha cabeça.

  -- Fui no Starbucks. - dei de ombros indo em direção a escada.

  -- E cadê as sacolas? - perguntou cruzando os braços, mas que porra.

  -- Comi lá mesmo. - pensei rápido.

  -- Seu carro tava lá fora, veio com quem? - perguntou novamente e aquilo já estava me enchendo.

  -- Pra que tantas perguntas pai? - perguntei me virando para o mais velho que continuava parado no meio da sala.

  -- Por nada. - respondeu apertando o olhar e terminei de subir as escadas, peguei a chave reserva de meu quarto que eu guardava em minha bolsa já que havia trancado o quarto por dentro.

  Entrei e já fui logo tirando aquela roupa nojenta e molhada que eu vestia, fui até o banheiro jogando a mesma no cesto de roupas sujas, amava aquele vestido mas não queria mais vê-lo nunca mais.