Capitulo 9

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Jennifer's POV

“Bom dia, flor.” Disse o Luke, quando chegou à minha beira, para se sentar ao meu lado.

“Não me chames flor!” Ordenei. “Isso é a coisa mais gay que eu já ouvi.” Reclamei e ele deu uma leve risada.

“Desculpa.” Eu ignorei-o e fiquei a olhar para o pátio, através da janela. Era possível observar algumas pessoas a fazer física ao longe. Mas eram só rapazes, porque as raparigas desta escola recusam-se a fazer física, não sei porquê!

Um som, um pouco alto, fez-me pular da cadeira, onde eu estava confortavelmente sentada, ou melhor, quase deitada. Quando olhei ao meu redor, todos os olhares da sala se encontravam sobre mim. “Esqueci-me de meter o telemóvel em silêncio!” Lembrei-me.

“O que é que foi?” Gritei para todos, arrogante. “Metam-se nas vossas vidas!” Todos os que me encaravam, arregalaram os olhos, surpreendidos com a minha atitude, mas viraram-se para a frente.

“Estiveste bem!” Elogiou o Luke, mas eu não respondi.

Não sei o que se está a passar comigo este ano. Não socializo com ninguém, nem mesmo com os meus melhores amigos. Isto não é normal em mim. Antes, quando vinham pessoas novas para a escola, eu socializava com elas em menos de dois dias.

“Menina Smith.” Chamou o professor, tirando-me dos meus pensamentos. “Leve isto à directora.” Disse calmamente, entregando-me uma folha, que já não era desconhecida para mim. “E não volte para o resto da aula!” Falou, virando as costas e indo para a sua secretária. Pelo menos, o facto de eu ser expulsa das aulas não mudou!

Assim que sai da sala de aula, seguida pelos olhares de toda a gente, dirigi-me para o gabinete da directora. Ia receber o primeiro sermão do ano, mas pelo menos, ainda sei qual é o segredo do cacifo.

“Posso, tia?” Perguntei, espreitando para dentro do gabinete dela.

“Não devias estar em aulas?” Inquiriu, surpresa com a minha presença. “Já foste expulsa da aula?” Tentou adivinhar, com a deceção estampada no seu rosto.

“Sim, tia.” Sussurrei, não porque tinha medo, mas assim, ela seria mais benevolente no castigo.

“No fim das aulas, vais ficar na escola uma hora!”

“Uma hora?” Reclamei. “Mas eu só costumava ficar meia hora!” Falei indignada.

“E de que é que valeu meia hora? Continuas a ser expulsa das aulas!”

“Mas é muito tempo.” Protestei.

“Para a próxima, pensas antes de fazeres asneira!” Disse, tranquilamente, enquanto organizava as folhas que tinha na sua secretária.

“Isto é uma injustiça!” Gritei, batendo a porta com força, sem esperar uma reacção da minha tia.

Os corredores da escola estavam completamente vazios, apenas eu vagueava por eles, sem destino aparente. Talvez porque era a primeira aula da manhã e eu já tinha sido expulsa.

Mas, agora que penso nisso, eu não fiz nada que merecesse expulsão da sala! Apenas mandei, educadamente, e de forma agressiva, as pessoas meterem-se nas vidas delas. E o pior é que vou ficar de castigo.

Uma brisa suave fez com que o meu corpo estremecesse quando entrei no espaço destinado ao bar e ao convívio dos alunos. O silêncio que tomava conta do local era incomodativo. Apenas eram audíveis os meus passos e o som irritante da cadeira a arrastar para que eu me pudesse sentar.

Outra brisa percorreu o meu corpo, mas agora mais fria e forte, como se estivesse mais próxima.

Um barulho fez-se ouvir atrás do balcão do bar, no entanto, não estava nenhuma empregada de serviço. Eu levantei-me, lentamente, e fui ver mais de perto o que tinha acontecido. Empoleirei-me sobre o balcão e espreitei para dentro e, no chão, estava uma grande quantidade de talheres espalhados.

Senti outra brisa percorrer o meu corpo e, quando me virei para trás, já a resmungar comigo mesma, assustei-me com a figura que se encontrava à minha frente, dando um grito tão alto, que chamou a atenção da empregada que tinha acabado de sair da cantina, que ficava do lado oposto do bar.

“O que é que estás aqui a fazer?” Inquiri, desagradada com a sua presença.

“O mesmo que tu!” Respondeu, como se fosse óbvio, e aproximou-se do balcão.

“Foste expulso?” Perguntei surpreendida.

“Não. Vim comer!”

“Eu não vim aqui comer!” Disse, dando-lhe as costas e caminhando na direcção oposta à dele.

Zayn Pov

Acabou de tocar para a saída da última aula do dia. Eu e os rapazes tínhamos trabalho para fazer e temos de ser o mais discretos possível.

“Anda lá, Niall! Comes depois.” O Harry resmungou com o Niall, que parou na fila do bar.

“Mas eu não me consigo concentrar com fome!” Reclamou. “Um vampiro com fome não é nada. E alguém se esqueceu de trazer bolsas de sangue para beber.” Disse, fuzilando o Louis com o olhar. Quando este se apercebeu de que o Niall o estava a culpar, meteu a mão no seu ombro.

“Ninguém te culpa, Niall.” Afirmou e começamos a rir, à exceção do Niall, que não achou muita piada.

O Liam deu um empurrão ao Niall e fomos para fora da escola, onde vimos o Luke a sair.

“A nossa perseguição vai começar!” Eu sussurrei, mas não me livrei de ser repreendido pelo Harry.

“Tu queres que ele nos ouça?”

“Nem sabemos se ele é mesmo um vampiro!” O Niall defendeu-me.

“Eu aposto que é!” Falou o Liam. “E se ele for mais velho que nós, é mais forte, mais rápido e os seus sentidos estão melhores que os nossos!”

“Sim, Liam. Já sabemos!” O Louis revirou os olhos.

“Vamos.” Eu ordenei e fomos todos atrás do Luke, com cerca de 25 metros de distância. Assim, ele não nos pode descobrir. Só se for muito mais velho que nós. Aí, pode.

You And I || z.mOnde as histórias ganham vida. Descobre agora