Capitulo 6

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Jennifer POV

Eu fui buscar as bebidas à cozinha, tal como o Louis me tinha pedido. Não sei qual é a ideia deles de beber enquanto estão a fazer um trabalho. Eu acho que eles me queriam distrair de alguma coisa, mas o quê?

Eu voltei para a sala, e notei que o Harry estava um pouco perturbado. Eu pousei as garrafas em cima da mesa de centro e, quando encarei os rapazes, eles estavam a olhar para a porta, menos o Harry, que deve ser a razão de eles estarem a olhar para lá.

“O que é que se passa? Onde é que o Harry foi?” – Perguntei, confusa com o que se estava a passar. Ficaram todos em silêncio por uns momentos, até que o Zayn decidiu falar.

“Ele teve de sair, estava com um problema!” – Ele respondeu.

“Parece que vamos ter de fazer o trabalho sem o Harry!” – Suspirou o Niall.

Estivemos uma hora à frente do computador, a fazer aquele trabalho aborrecido. Os rapazes iam bebendo a vodka que eu tinha trazido para a sala, principalmente o Niall.

“Bem, como já acabamos o trabalho, podemos ir embora!” – Disse o Liam, com pressa.

“Sim.” – Falou o Louis, levantando-se do sofá. O Niall e o Liam fizeram o mesmo, e foram caminhando até à porta, mas o Zayn ficou pata trás.

“Vão indo.” – Ele disse aos rapazes. – “Eu vou ficar mais um bocado. Se não te importares.” – Falou, virando a sua atenção para mim. Eu sorri e acenei com a cabeça, de forma a mostrar que eu queria que ele ficasse.

“Depois encontramo-nos em casa!” – Gritou o Liam, já do lado de fora da porta.

O Niall fechou a porta e nós ficamos sozinhos em casa.

“Vocês são um bocado esquisitos!” – Disse, tentando puxar conversa. E já que ele tinha ficado sozinho comigo, pode ser que ele me diga porque é que ele e os rapazes são assim, tão diferentes.

“Não somos esquisitos. Somos diferentes!” – Esclareceu. – “E vou tomar isso como um elogio!” – Eu sorri e ele fez o mesmo.

“O que eu quero dizer, é que vocês têm atitudes que eu não entendo! Eu sei que vocês mentiram quando o Harry saiu daqui. O que é que se estava a passar?” – Perguntei curiosa. Eu tinha de tirar as minhas dúvidas. Não posso ter amigos que me escondem coisas importantes, e eu sei que eles me escondem um segredo, talvez um segredo em conjunto.

“Não se passa nada. Ele teve de sair porque teve uns problemas familiares!” – Afirmou.

“Ele teve problemas familiares e tu não? Segundo o que me disseram, vocês são da mesma família!”

“Era do outro lado da família!” – Disse, depois de hesitar um pouco. Ele estava a mentir, conheço-o há pouco tempo, mas sei quando é que as pessoas mentem.

“Não me mintas, Zayn!” – Ele, que antes olhava para os seus dedos das mãos, encarou-me agora, nos olhos, com um olhar sério.

“Eu… não posso! É muito perigoso, e eu não quero que passes por isto! A única coisa que te posso dizer é que tem a ver com o nosso passado. Mas agora esquece isso, por favor!” – Ele implorou. Deve ser algo grave, mas mais cedo ou mais tarde, eu hei-de descobrir o que é que eles me escondem. – “O que é que achas de irmos dar uma volta lá fora? Já não está a chover!” – Eu olhei para o jardim, através da janela, e tal como o Zayn tinha dito, já não estava a chover.

“Vamos.” – Eu disse animada. Levantei-me do sofá ao mesmo tempo que ele. Peguei num casaco e na minha carteira e saímos de casa.

Andamos pelas ruas sombrias de Bradford. O céu estava completamente nublado, e mesmo estando a meio da tarde, já estava muito escuro. O vento era frio, e o casaco que levava para me aquecer, não era o suficiente. Já o Zayn, usava apenas uma camisa e estava bem, sem frio nenhum. Como é que ele se aguenta?

“É a primeira vez que vens aqui?” – Inquiri, para puxar conversa.

“Já vim aqui numas férias de verão! Como gostei muito de cá estar, decidi vir para aqui viver, já que tínhamos mesmo de nos mudar.” – Explicou, alternando o seu olhar entre mim e o chão.

“E porque é que vocês tiveram de se mudar?” – Ele hesitou um bocado antes de responder, mas depois iniciou a sua frase.

“Porque havia muita criminalidade na aldeia onde vivia. Eu não estava disposto a perder a vida, muito menos ver os rapazes morrer.” – Eu olhei para ele, admirada. A vida dele não devia ser nada fácil na outra cidade.

“Tens saudades de lá viver?”

“Nem por isso. Este sítio é melhor e diz-me mais.” – Disse, encarando-me. – “E tem pessoas melhores!” – Ele sorriu timidamente e desviou o olhar. Eu também sorri, um bocado envergonhada. Será que ele estava a referir-se a mim?

Nós continuamos a andar pela cidade, até ao anoitecer. Andamos às voltas, e ele deu-me a conhecer alguns sítios em que esteve quando passou aqui as férias. Apesar de viver aqui desde sempre, não sabia que estes lugares existiam.

“Como é que conheces estes sítios todos se só cá viste passar férias uma vez?” – Inquiri.

“Porque eu andei sempre nos lados menos movimentados da cidade.” – Respondeu.

“Quando é que vieste cá passar essas férias?” – Questionei, curiosa. Ele hesitou um bocado, mas depois respondeu confiante.

“Há 5 anos, mais ou menos!”

“E ainda te lembras destes sítios? Já foi há tanto tempo!” – Afirmei. Se fosse eu, eu não me lembraria de nada.

“Sim, mas eu tenho uma grande memória. Não me esqueço das coisas facilmente!” – Disse, sorrindo, e eu retribui.

Começo a tocar uma música que eu não conhecia, era o telemóvel do Zayn. Ele tirou-o do bolso e atendeu, rapidamente, e com a mesma rapidez, desligou.

“Vou ter de ir embora. Vou só levar-te a casa, está bem?” – Inquiriu, com pressa.

“Não é preciso!” – Respondi. Se ele estava com pressa, não precisava de perder tempo comigo.

“É preciso, sim. Vamos!” – Ele ordenou e eu obedeci. Seguimos o caminho até minha casa calados, o clima estava muito tenso, e o Zayn, estava esquisito.

“O que é que se passou para teres de ir embora assim?” – Questionei para quebrar o silêncio que começava a ser um incómodo.

You And I || z.mOnde as histórias ganham vida. Descobre agora