Laranja, a dor

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A semana passou rapidamente,
Kenny, Adrian e Will ficaram doentes com uma pesquisa que deu errado na escola, eles e diversos alunos adoeceram. Foi um frasco que explodiu no laboratório da luz e fez com que uma fumaça cinza subisse para o teto e inundasse a escola toda com um odor horrível, e apenas alguns alunos adoeceram, os professores dizem que foi totalmente aleatório, mas estão procurando algo que amenize os efeitos, que são dores de cabeça, febre, muita dor no corpo e umas manchas laranjas pelo corpo.

A escola fechou os portões e pediu para os alunos permanecerem aqui por tempo indeterminado, uns para tratamento e outros para ajudar com quem ficou doente, até descobrirem algo que pudesse amenizar tudo. Eu fui a única que não fiquei doente entre nós quatro, e como já foi provado que não é contagioso, posso cuidar deles.

Infelizmente, tive que ligar pra minha mãe e avisar o que aconteceu. Ela ficou muito preocupada e gerou um pânico lá em casa, eu tive que acalma los também, que família mais doida em, mas prometi que ia cuidar dos meus amigos aqui. Desliguei o celular e entrei no meu quarto, onde eu botei meus doentinhos deitados, Já era 3 horas da manhã e eles ainda não tinham conseguido dormir.

Como no quarto tem camas de casal, coloquei a Kenny e o Adrian em uma cama, e o Will deitado na minha, eles estavam deitados com muita muita dor, e me deu tanta pena, A kenny deitou de ladinho porque disse que a pele dela tava queimando, e o adrian a abraçou, e ela disse que parou de doer e conseguiu dormir. Os dois estão dormindo faz uma hora, mas ficaram a tarde e noite toda acordados na enfermagem sendo examinados.

Will tava deitado tentando não parecer que o corpo tá todo dolorido, ele tava sentado na cama escorado com a cabeça no travesseiro, vendo um filme que estava passando pela tv, então ele virou o rosto pra mim e disse:

-" Sa, pode pegar água para mim? Por favor, eu to com muita sede."

Eu fiz que sim com a cabeça e peguei a água que estava no frigobar ao lado da porta, sentei ao lado dele na cama e dei um beijo em sua testa. Ele pegou a água, agradecendo com o sorriso, e tomou, gemendo baixinho de dor.
Ele botou a garrafa na cômoda ao lado da cama, totalmente vazia, e se virou pra mim.
Ele me abraçou forte, mesmo que doesse, me abraçou muito forte, eu não o abracei porque não quis machucar mais, então ele me beijou e deitou na cama, dizendo:

-" dorme aqui comigo? não quero dormir sozinho."

Eu concordei, sentei ao lado dele e ele deitou no meu colo, reparei o quão laranjas eram as manchas em seu rostinho, fui fazendo um leve carinho, só para acalma lo, e ele dormiu, dormiu em uma serena paz, e parecia um anjinho dormindo, o cabelo dele tava todo bagunçado, uma pequena cicatriz da sua última batalha tinha ficado em baixo de sua orelha, naquele momento eu reparei em cada detalhe dele, cada manchinha, cada centímetro do seu rostinho, foi quando eu percebi que o que eu sinto por ele é algo sem igual, eu não sabia descrever ao certo, mas, no fundo, eu sabia o que era. Me escorei na cama e dormi, viajando na imensidão do universo, sonhando com o que eu não sabia, um trono.
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No meu sonho, eu vi uma mulher sentada em um trono que parecia estar flutuando no meio do nada. Essa mulher estava fraca, dava pra ver no jeito que ela respirava, eu me aproximei e ela disse:
-" CUIDADO! O mal esta mais perto do que você pensa... logo, a lua vai brilhar, e a salvação vai estar dentro de ti, tome cuidado!"

Ela me olhou com os olhos caídos, cansados, e sumiu.
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Acordei com um susto do sonho, levantei rápido da cama e olhei para o lado, já era 10 horas da manhã e o café iria parar de ser servido em 20 minutos. Eu levantei da cama tentando fazer o mínimo barulho possível, para não acordar o will, Abri a porta e fui pegar 4 cafés e uma sacolinha de panquecas.
Voltei correndo pro quarto para dar tempo de chegar antes deles acordarem.

Deixei as coisas em cima da mesa e me deitei na cama ao lado de will, ele virou pra mim, com uma expressão de dor, e me abraçou, então me deu um beijo.
Um beijo demorado e apaixonado, um beijo que tirou meu fôlego, ele sentia tanta vontade de me beijar, como se aquilo fosse curar a ardência no seu corpo, então ele me puxou para bem perto dele na cama, ele agarrou a minha cintura e me beijou mais.

Ouvi uma tosse, Kenny acordou.

Levantei da cama, arrumei meu cabelo e peguei o café dela e 3 panquecas com Mel, arrumei e dei em uma bandeja pra ela comer, e fiz o mesmo com o Adrian. Will, porém, se virou e voltou a dormir, virando te costas para todos e tirando a camiseta.

"- Sa, eu e o Adrian podemos ir dar uma volta no lago?" - Kenny me perguntou meio fraca.

"- você mal consegue caminhar, sem chances." - eu respondi.

-" por favor.... pedimos para a enfermeira nos acompanhar, fica aqui cuidando do will que a gente espera vocês dois para comer algo no almoço lá em baixo, pode ser?"

Eu concordei e os ajudei a levantar da cama, por sorte, uma inverneira estava no corredor e os levou para o lago.

Will virou para mim, sorriu bobo e disse:
-" Finalmente eu posso beijar o meu amor sem ninguém incomodar..."

Amor.
Fora a primeira vez que ele me chamou assim.
Será que ele sente o que eu estou sentindo?
Será que minha mãe estava certa quando disse que estávamos conectados?

Será que somos um?

Eu olhei para ele e sorri, sentei no meio de suas pernas na cama, e dei um beijinho em sua bochecha, onde sua barba já começara a crescer de novo.
Observei que havia uma mancha laranja em seu cabelo, e que um de seus olhos já estava laranja também, então perguntei como ele estava, e ele disse que não doia mais tanto, mas que sentia sua pele meio estranha por conta das manchas.

Ele deitou na cama virado para mim, esticou o braço e disse:
"- deita aqui e me dá um beijinho pra eu melhorar?"

ele parecia um bebe implorando para ser manhado. Eu fiz que sim e pulei ao seu lado, o dando um beijo bem demorado, então, do nada, ele começou a sentir muita dor, e muito frio. Eu levantei correndo e o enchi de cobertores e o abracei, ele estava sofrendo, espero que descubram logo o que causou tudo isso.

Saturno, A Filha da Lua e do SolWhere stories live. Discover now