A Domina e o Centurião - COMP...

De luclycan

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Na sociedade romana, a cultura de gladiadores chegou em outro patamar. Todo mundo agora patrocina um gladiado... Mais

Capítulo 1 - Parte 1
Capítulo 1 - Parte 2
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39

Capítulo 30

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De luclycan

   Camila estava transitando pelas ruas de Napoles, sozinha. Era domingo de manhã, o dia em que o Marcus lutaria na arena. Não quis requisita-lo para acompanha-la. Não queria cansa-lo nem por um segundo.

   Por outro lado, se pedisse que algum guarda a acompanhasse teria que dar explicações. Resolveu ir sozinha mesmo.

   Que bandido ou pirata acordaria cedo para atacar alguém no domingo de manhã? Essa hora esses indivíduos deviam estar bêbados e dormindo em alguma sarjeta.

   Deixou o documento de emancipação no fórum. Em alguns dias seria dona do próprio nariz. Seu pai poderia lhe deserdar por isso. Não se importava.

   Estava com um frio na barriga pelo passo que havia dado e com um medo cáustico do que poderia acontecer ao Centurião na sua apresentação na arena.

   Tudo daria certo, disse a si mesma. Se ele conseguiu lidar com dezenas de piratas e sair vivo, não seria uma luta na arena que iria lhe por em risco.

   Depois de uma boa caminhada, chegou na rua da sua casa. Afinal, não precisava mesmo de proteção. Resolveu dar uma passada no ludus para ver o Marcus antes da luta.

   Havia movimento em Napoles apenas no centro, próximo ao fórum. Nos arredores da sua casa, nem mesmo um gato passava.

   Por vezes, pisava na terra molhada e ela colava em seu sapato. Pelo menos não estava chovendo.

   Quando virou a esquina para a direita, em direção a escola de gladiadores, notou a carroça do General encostada poucos metros a frente. Parou para olhar e sentiu raiva.

   Soube que era para ele que o seu pai devia tanto. Por isso estava sempre por perto, como um abutre ganancioso.

   Talvez seja o Vettius querendo comprar outro gladiador, pois o Cão morrera no cruzeiro. Passou ao lado, torcendo para não ser notada. Ao cruzar com o veiculo, percebeu que o cocheiro a acompanhava com os olhos.

   Deixando-o para trás, ouviu um barulho arranhado da porta de madeira abrindo. Suspirou. Provavelmente o General e o Vettius iria acompanha-la até o ludus.

   No entanto, quem saiu do interior não era o General, tampouco seu filho. Era alguém muito mais alto, pois teve que curvar-se todo para sair de dentro.

   O individuo em pé na calçada fez correr gelo pelas suas veias. As mesmas cicatrizes, o mesmo olhar mortífero com desejo por sangue. O Degolador a encarava com um sorriso rasgado.

   Camila demorou um instante para absorver e conseguir se mover. Ver ele ali, na sua frente, solto, era tão aterrorizante e fora do lugar como um leão livre na cidade.

   Virou-se e começou a correr em pânico. Estava tão nervosa que a garganta não cedia espaço pra sair voz, como normalmente acontecia nessas ocasiões.

   Ouviu as passadas pesadas atrás, não era um pesadelo, o monstro estava perseguindo-a. Sentiu uma gota de suor fria descer pela sua nuca.

   Lembrou imediatamente da cabeça do Golias balançando na mão do monstro. Por Eusculápio, vou morrer.

   Seu coração batia tão forte que parecia que ia explodir. Precisava correr uns vinte metros até chegar a entrada do ludus.

   Talvez um guarda já conseguisse ve-la da guarita, apesar de duvidar da capacidade de um guarda de protege-la dessa aberração.

   Sua voz tinha começado a sair num grito esganiçado quando dois braços longos a abraçaram por trás, como cobras gigantes.

   Debateu-se. Uma mão fedorenta cobriu sua boca. Na verdade, a mão era tão imensa que cobria o seu rosto inteiro.

   Em algumas passadas, carregada feita uma boneca de pano, foi jogada violentamente para dentro da carroça.

   Caiu no piso do veiculo ao lado de pés de pessoas que estavam sentadas. A porta ressoou num fechar pesado.

   — Ora, Ora, menina Camila — A voz era a do General Solonius — Parece que conheceu o meu patrocinado!

===

   Flamma saiu da arena deixando a plateia em polvorosa atrás. A luta terminou rápida, no final teve que matar o infeliz. Fez questão de não dar chances ao seu oponente para mostrar que uma luta preliminar não estava a sua altura.

   Napoles precisava entender que apenas ele seria capaz de vencer o Degolador.

   Que se foda! Essa vitória renderia muitas idas a caverna, regadas a bucetas e vinho.

   Ao chegar no aposento que servia como sala de espera e vestiario, começou a tirar as presilhas que enlaçava seus braços.

   Estava sozinho porque o aposento era reservado aos campeões especiais. Pelo menos ainda tinha o reconhecimento.

   O lugar era do piso à parede coberto por azulejos brancos. Havia pinturas rachadas na argamassa do teto, da qual caiam poeiras a medida que o público pulava nas arquibancadas acima.

   Uma escultura de cabeça de leão cuspia água como uma cachoeira. Flamma colocou-se sob ela, totalmente nu, para tirar a areia do corpo.

   Se pegou pensando na luta do Marcus. Costumava torcer pelos irmãos na arena, mas por costume tribal do que por preocupação.

   Dessa vez, queria genuinamente que o Centurião vencesse, ou pelo menos, não morresse. A vida, as vezes, era um tédio quando não existia ninguém que o desafiasse.

   Deixou a água escorrer pelo corpo inchado e passou os dedos nos cabelos compridos, desembaraçando tranças. Costumava fazer algumas bem finas, antes de entrar na arena. Para os cabelos não atrapalharem na luta.

   Um barulho da porta se abrindo chamou a sua atenção

   A sua domina entrava no aposento com um vestido de seda vermelho colado ao corpo. A mulher era um fruto proibido que aguçava seu tesão.

   Ficou de pau ereto apenas em ve-la, não teve pudor de continuar de frente enquanto tomava banho.

   — Minha domina! — a saudou com um sorriso no canto boca.

   O olhar desejoso dela percorreu o corpo dele. Infelizmente ela nunca se entregara. A mulher do lanista já tinha trinta e cinco anos, mas era maravilhosa, uma deusa entre humanos.

   Sua pele era bem clara e, as vezes, ficava num tom alaranjado quando corava ao sol. Seus Cabelos eram loiros encaracolados. Havia curvas acentuadas, seios médios para grandes, ainda firmes sob a roupa.

   Sempre com um decote que atraia os olhos como pedra magnetita atraia o metal. Seu olhar e presença eram sempre fortes e intensos, poderiam ser opressivos para homens comuns, mas ele não era comum.

   — Senti a necessidade de explicar o fato de você não estar na luta principal.

   — Não precisa dar explicações, minha deusa.

   Ela deu um sorriso suave. Mostrando que não era imune a cortejos. Ilithya se aproximou até ficar a um metro dele. Moveu a mão até o seu peitoral, passou dedos pelos seus músculos e o toque dela lhe deu vontade de puxa-la.

   Sabia que com ela não era assim que as coisas funcionavam. Se é que funcionaria algum dia.

   Era o único momento que invejava a vida do palerma do lanista, que poderia ter essa beldade todo dia em sua cama.

   — Ainda bem que você não se machucou! — ela retirou a mão e secou com um lenço — Se você tivesse na principal apenas dividiria as apostas. Todo mundo sabe. Se tem alguém que pode vencer o Degolador, esse alguém é você.

   Ela se virou e andou pelo aposento, como se recusasse ideias que ele sentia que surgiam na mente dela.

   — Marcus é uma novidade. Todos vão apostar contra ele e assim, vai dar muito lucro, se vencer. — disse a Ilithya.

   — Entendi. Apenas negócios. — Ela notou sua ereção e deu um risinho, ele teve que arriscar — Quer tomar banho comigo?

   — Tentador, mas eu passo — falou Ilithya. O tesão dele explodiu. Não fazia o tipo prudente. Oportunidades não deviam ser desperdiçadas e nem deixadas para depois.

   Que se foda, estava arriscando ser chicoteado, como já aconteceu uma vez.

   Lançou-se em cima dela, sem agarra-la. Se pôs a centímetros. Passou seus lábios pela bochecha macia, sentiu a respiração da domina ficar mais forte.

   Só precisava de um movimento de consentimento, para transar ali mesmo, no chão do vestiário.

   Tudo acabou com um barulho abrupto no cômodo ao lado. Ela saiu de perto.

===

   A pedra de afiar raspava na lamina jogando fagulhas no ar. Marcus estava sentado num banco concentrando-se para a luta, enquanto Nicolas fazia exercícios de aquecimento.

   A sala de espera era úmida e poeirenta. A arquibancada retumbava acima. Flama já devia ter derrotado seu oponente. Era a última preliminar antes da principal, onde ele e Nicolas lutariam em dupla.

   Infelizmente, não conseguiu falar com a Camila antes da luta. Ela deve ter tido problemas com o pai.

   Um combate até a morte. Prometeu a si mesmo que não deixaria Nicolas perder a vida nesse confronto.

   Levantou-se e começou a enlaçar os braços com tiras de couro fervido. Em seu estilo, havia proteção apenas num braço e placas revestidas por couro protegendo as pernas. Em seu peitoral, cruzava uma faixa de couro dando uma volta pelas costas e tinha um capacete com uma crina vermelha. Semelhante a que usava na época que comandava uma centúria.

   Nicolas usava um escudo redondo grande de madeira com moldes de metal, um capacete fechado com pequenos buracos para respirar.

   De repente, todo o aposento chacoalhou. A principio, Marcus achou que a causa fosse o furor da arquibancada acima.

   Novamente tudo tremeu com um barulho superior aos pulos e berros do público lá fora.

   Alguém esta tentando invadir. O reboco chegou a rachar jogando poeira de argamassa.

   Marcus levantou-se segurando as duas lanças com firmeza, ao lado, Nicolas também já se posicionava para receber o invasor. Então, caiu um bloco de pedra e a porta abriu.

   Passaram por ela quatro soldados armados com lanças e armaduras bem fechadas. Logo atrás, o General Solonius.

   Não seria fácil abate-los nesse espaço restrito, com essas lanças e armadura.

   — Não façam nada que venham a se arrepender, vim apenas conversar. Larguem as armas.

   Marcus e Nicolas não largaram nada, olhando desconfiados para o velho romano.

   — Sente-se, temos negócios a tratar, Marcus. — disse o General.

   — Não farei mais o que me pede. Não temos mais nada a conversar.

   — Por isso gosto de você, rapaz. Sempre direto ao ponto, sem enrolações e conversa fiada dos malditos políticos. Mas tenho que admitir, fiquei decepcionado com a facilidade que voltou com a sua palavra.

   — Fala sobre honra quando conspira para ganhar de forma desonesta.

   Nicolas olhou para o Marcus.

   — Sobre o que estão falando?

   — Cale a boca garoto! — disse o General — Você tem razão, não existe honra nisso. Mas você bem sabe que militares como eu e você não podem se dar ao luxo de viver dentro dos limites da honra.

   — Também não gosto de conversa fiada. Já disse que não farei o que me pediu, se veio me matar, faça de uma vez.

   — Quando eu vi a forma como você protegia a sua domina e a forma como ela se importava com você, eu soube que o vínculo de vocês era maior do que de escravo e mestre. Soube na hora que a sua missão estava comprometida, soldado. Por isso, vim trazer um incentivo para renovar nossos laços.

   Marcus sentiu que havia algo muito errado. Não existia nada que ele oferecesse que o faria entrar nessa luta. Algo lhe dizia que o General também sabia disso.

   — A senhorita Camila não verá a luta, porque ela esta sob minha custódia. Caso você saia vitorioso, entregarei o cadáver dela na porta da escola de gladiadores, onde eu a apanhei.

   — Maldito! — Marcus avançou alguns passos. Sentiu toque de Marte o empurrando.

   — Calma, Centurião. Tudo pode terminar bem se você cumprir o trato. Perca essa luta e sua amada será devolvida sem um único arranhão. E claro, se algo acontecer comigo agora, dei ordens para afundarem uma faca no pescoço da doce filha do lanista.

   — Trato de Perder? O que ele está falando? — disparou o Nicolas.

   Marcus já visualizava formas de alojar seu gládio nas brechas das armaduras dos soldados. Respirou fundo. Apertou firme o punho das espadas, mas não havia nada que pudesse fazer, o General venceu.

   — Farei o que me pede. Se eu sair vivo dessa e ela não ser entregue como prometeu, tomarei sua vida e a do seu filho — disse o Marcus, com olhos vidrados.

   — Parece justo.

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