Autor de Propósitos - Trilogi...

By ThayllaFernanda9

115K 17.1K 13.8K

♡ Início 12/11/17 ♡ "Sentia meu coração se partindo em pequenos pedaços, o chão sumiu abaixo dos meus pés e t... More

AVISOS
Epígafre
ELENCO
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 59
Capítulo 60
🌸 Anúncio 🌸
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Epílogo ♡
Agradecimentos♡
Projetos futuros
Autor de Recomeços.
Respira!

Capítulo 58

1.3K 180 180
By ThayllaFernanda9

Não se esqueçam se deixar seu votinho pra fazer o livro se tornar mais visível e abençoar outras vidas.

Temos o grupo no WhatsApp. Venham ser uma Tantanzita!

Beijos e ótima leitura... ❤

                  ♡♡♡♡♡

Sofia narrando♡

Encontro

Ainda me encontrava parada no meio do quarto.

Fiquei tão encantada com toda arrumação surpresa, que ainda nem me movi do lugar.

Ethan, cada dia que passava me surpreendia ainda mais. Ele demonstrava a todo momento o quanto me amava, o quanto queria me ver bem.

As vezes eu sentia-me mal, e pensava que não era certo ter uma homem desse em minha vida.

Mas, Deus sempre me mostrava que foi Ele, que preparou tudo... Mesmo eu o menosprezando no início de, mesmo que eu não tenha valorizado seu amor, Ele pensou em mim, pensou no meu bem estar e no meu futuro.

E só podia ser grata a Ele, e está disposta a fazer tudo que Ele me pedir.

Pra onde Deus me mandasse eu iria. O que precisasse fazer pra levar a palavra eu faria, tudo por amor a obra.

Outro dia eu estava lendo a palavra de Deus e meditei na história de Davi.

Ele era um homem que Deus separou e designou pra fazer a obra e ser um Rei reto. Davi tinha tudo pra construir a casa do Senhor, pra guiar o povo de forma correta e ser um Rei justo. Mas, a ambição, o desejo e a cobiça o levaram a ruína.

Quantas vezes nos deixavam ser levados pelos desejos pecaminosos da carne e não damos ouvidos a voz do Senhor? Quantas vezes perdemos tudo que Deus entregou em nossas mãos pôr pura vaidade e cobiça há coisas terrenas?

Deus tem grandes planos a realizar em nossas vidas, mas estamos preferindo escolher o pecado, do que o Espírito.

Preferimos deixar a carne nos guiar, do quê nega-la e fazer a vontade do Senhor. Optamos em ceder e nos sujar com a imundice do pecado, do que aguentar mais um pouco a provação que Deus, permitiu que nos acontecesse.

Davi, sujou o seu reinado com o pecado da cobiça, ele preferiu ceder o desejo do seu corpo, do que nega-lo e vence-lo. Ele optou por ter sua casa manchada com o sangue da espada, do que seguir aquilo que Deus o designou.

Preferimos ceder e sempre olhar, e sempre desejar o pecado, do que virar às costas pra ele, e seguir as ordens do Senhor.

Aceitamos viver minutos de prazer no pecado, do que uma eternidade na Glória de Deus. Optamos pelo mais fácil, mais prazeroso do que o sofrimento, que vem de Deus.

Quando vamos entender que até as provações de Deus são boas? Quando vamos aceitar permanecer na luta que Deus permitiu, do que nos sujarmos com o pecado?

Tudo que Deus faz é bom, tudo que Deus permite é necessário, está na bíblia está na palavra de Deus, então por que preferimos o mal que vem do adversário, do que a provação que é boa, porque vem/é de Deus?

Jesus morreu naquela Cruz pra nos perdoar, em um ato imensurável de amor! Ninguém nunca sofrerá o nível de sofrimento que o Senhor sofreu.

Ele sangrou, Ele chorou, foi machucado, foi ferido e tudo por amor. Amor por aquelas pessoas que preferem o pecado, paixão por aquelas vidas que o menosprezam, o entristecem!

Quando vamos dá o devido valor a morte e a ressureição de Jesus na Cruz? Quando vamos negar o nosso eu, e o seguir verdadeiramente?

Sabemos que é uma luta entre a carne e o Espírito, assim como Paulo escreveu, mas somos fortificados em Deus, e se nos segurarmos nEle, vamos vencer. Ninguém pode contra o escolhido de Deus.

Em (Mateus 11. 39) diz assim: Quem acha a sua vida perdê-la-à; quem, todavia, perder a vida por minha causa achá-la-à.

Se negarmos nossa vida, nossas vontades por amor a Jesus; vamos ganhar a recompensa. Ganharemos a coroa da vida. Somente precisamos negar nosso eu, optar pela provação do Senhor, do que pela facilidade do pecado.

Deus está sempre com as mãos estendidas ao nosso favor, só precisamos estender nossos braços e deixar Ele nos conduzir.

Mesmo que a caminhada seja difícil e venhamos passar por provações, vamos vencer... Porque Deus é nosso escudo e rochedo Fiel! É Ele quem nos guarda e nos carrega no colo, quando nos suportarmos mais!

Então não faça como Davi fez, não dê lugar aos desejos pecaminosos da carne, mas sim, escolha a coroa da vida, a recompensa que vem do Senhor depois de todas as provações! Ele é Fiel, e está conosco.

***

Depois de comer um chocolate, fui em direção ao guarda-roupa. Escolhi uma calça jeans, uma blusinha rendada e peguei um par de tênis. Peguei um par de brincos de pérolas, e um delicado cordão de coração.

Deixei tudo sob da cama, e fechei a porta do quarto. Com roupas íntimas na mão, fui tomar um banho.

Esses dois meses que se passaram foram os melhores da minha vida. Ainda tinha uma ferida aberta em meu coração, mas quem cuidava dela era Deus.

O emprego no Food Truck, foi uma bênção de Deus, verdadeiramente em minha vida. Ana Carolina e Joquebede, foram amizades que vieram dos céus pra mim.

No primeiro dia de trabalho eu sabia que poderia contar com elas.

Adentrei no estabelecimento do restaurante com as mãos tremulas de nervoso. Eu não sabia o que me esperava atrás daquelas portas de vidro, mas me mantinha em oração, pra que a vontade de Deus, fosse feita.

- Bom dia, você é a Sofia? – Virei-me e encontrei uma mulher de baixa estatura, de cabelos longos morenos, me examinando com o olhar.

- Ah, sou sim. – Respondi, depois de limpar a garganta e forçar minha voz a sair. – Bom dia. A senhora é quem? – Perguntei.

- Que senhora que nada! – Deu de ombros. – Sou sua mais nova amiga, prazer Ana Carolina, mais conhecida como Nina, a perfeccionista ao seu dispor. – Fez uma referência e sorriu.

Sua pele branca adquiriu a tonalidade de tom rosado, enquanto ainda tinha um sorriso, agora, corado em seu rosto.

Ela era linda.

- Gostei de você, Nina! – Estiquei minha mão e a apertei a sua. – Bom, eu sou Sofia, como você já sabe, mas pode me chamar de Sôh.

- Ah, prefiro Soso, você se importa? – Perguntou, jogando a franja pro lado.

Dei risada e respondi: - Claro que não. Eu realmente gostei de você. Mas, como sabe meu nome? – Perguntei, em duvida.

- A gerente disse. Hoje ela não pôde vir, e me deixou responsável. Mas, chega de papo vamos lá na Jojo. – Fiquei confusa porém não questionei, e segui caminho em direção a cozinha.

- Ela tem cara de brava, mas é um amor. – Sussurrou pra mim. Assenti.

- Jojo, olha quem chegou! – Adentrei na cozinha e sorrir forçado.

Uma mulher de altura mediana, considerada baixinha, mexia nas panelas, ela virou em minha direção e manteve sua expressão impassível.

Ela era de cor negra e tinha os cabelos médio cheios de cachos. Seus lábios eram carnudos e seus olhos de cor amêndoas. Seu corpo tinha ondas como às de um violão – diferente da Nina, que tinha algumas gordurinhas, que há deixavam fofa -, admirei seu rosto que tinha um brilho a mais e me encantei quando percebi que aquele brilho, era do Espírito Santo. Ana Carolina, tinha o mesmo brilho lindo de Deus.

- Não vai se apresentar, mocinha? – Perguntou, com seriedade, enquanto colocava o cabelo dentro da touca.

Senti vontade de sair correndo, como uma menina indefesa, porém eu não era mais assim. Arrumei minha postura e disse:

- Prazer, meu nome e Sofia. – Estiquei minha mão e esperei que ela respondesse ao comprimento.

Ela levantou o cenho e me encarou. Não sei quantos segundos se passaram até que ela abriu um sorriso de canto de boca e puxou meu braço pra um abraço.

Fiquei sem reação, mas logo em seguida correspondi.

- Ah, menina Sofia. Não sabe como orei pro Senhor pra que mandasse alguém como você. – Levantei o rosto e olhei pra Nina, que assentia com a cabeça, emocionada.

Me afastei do abraço e respondi: - Ah, obrigada. Fico feliz de estar aqui. Como é mesmo o nome da senhora? – Perguntei, sorrindo.

- Senhora não. Porque não sou velha. – Sorriu. – Meu nome é Joquebede. Sim, Joquebede. Igual a mãe de Moisés, mas pode me chamar de Joh. – Apontou o dedo pra Nina, e disse: - Nada de Jojo! Eu gosto é de Joh! – Permaneci quieta segurando o riso.

- Para de graça, Jojo! Você sabe que sempre te chamarei assim. – Nina, deu de ombros. E logo em seguida sorriu. – Ela sabe que à amo.

- Sorte sua que eu te amo também. – Ela resmungou alguma coisa em sussurro e sorriu. - Sofia, logo você se acostuma com nosso jeito. Mas, vamos trabalhar. Vou te ensinar tudo e quando precisar conte com a gente. – Assenti com um pequeno sorriso e respondi:

- Obrigada. Vocês serão ótimas amigas. – Respondi, feliz.

Até hoje não me esqueço daquele dia, Joquebede e Ana, são ótimas mulheres de Deus.

Ana, com seu jeitinho de menina mulher forte e destemida. Joquebede, uma mulher de fé e persistente.

Ótimas amigas.

Sai do banho e me arrumei, fiz uma trança embutida em meus cabelos. Passei uma leve maquiagem no rosto, coloquei meu tênis e coloquei a delicada bolsa no ombro.

Dentro do guarda-roupa, peguei o presente de Ethan, e depois de passar perfume desci as escadas com um pequeno sorriso.

- Oi, amor! – Chamei sua atenção. Ethan, estava com as mãos no bolso da calça Jeans, enquanto olhava pela janela.

Virou-se em minha direção e fez uma pequena inspeção com o olhar, logo em seguida abriu um sorriso apaixonante.

Veio em minha direção e desenhou às maçãs do meu rosto com os polegares, deixou um selinho em meus lábios, deu um beijo em sinal de respeito na testa, plantou um beijo em casa bochecha como comprimento, deu uma leve mordida em meu queixo e deixei sair uma risadinha.

Em seguida e circulou a palma da mão em direção aos meus cabelos e aspirou o leve perfume, e logo me beijou.

Senti minhas pernas bambas, com a intensidade do beijo e Ethan, percebendo minha reação sustentou minha cintura com um braço. Segurei em seu ombros, e permitir que o beijo continua-se acontecendo.

Senti o oxigênio faltar, mas permaneci no beijo apaixonante. Ethan, se afastou com a respiração pesada e em desordem, porém sorria como um bobo apaixonado.

- Eu acho melhor sairmos daqui. – Disse, esfregando as mãos nos cabelos cortados.

- É. Cla-claro. Melhor mesmo! – Coloquei o cabelo atrás da orelha. – Amor? – Ele virou-se em minha direção e sorriu.

- Calma. Está tudo bem, vamos sair e esquecermos esse contato a mais. – Disse, sorrindo.

- Toma. – Entreguei o presente que ele nem tinha notado. Sorrir. – Feliz dois meses de namoro.

Ele me olhou e sorriu. Chegou mais perto e pegou o presente.

- Obrigada, Ruivinha. – Me deu um selinho e abriu o presente.

Abriu a caixinha e o relógio prata brilhou em sua direção.

- Eu amei. Obrigada. – Sorrir e me prontifiquei a pôr em seu pulso. – Você sabe que faço coleção de relógios, né?

- Claro que sei. Você vive falando disso. – Disse e o olhei.

- Que calúnia! – Dei risada do seu tom de voz.

Depois de finalizar o fecho o relógio, Ethan, puxou minhas mãos e as beijou.

- Você é a mulher da minha vida. – Sorrir e lhe dei um selinho.

- E você, é o homem da minha vida. – Ele sorriu em resposta.

Saímos de casa, e quando íamos entrar no carro ouvi o grito de Louise.

- Ruiva linda! – Disse, empolada.

Dei risada balançando a cabeça.

A abracei apertado e logo em seguida senti o abraçado conhecido de Let.

- Tudo bem, meninas? – Ethan, perguntou dando a volta no carro.

- Tudo ótimo, cunhado e você? – Let, perguntou.

- Estou bem, e muito feliz. Obrigada. Outra vez. – Agradeceu.

- Agradecer a Letícia. – Louise, apontou pra Let. – Essa ruiva de farmácia. Todo mundo agradece. Agora agradecer a essa pessoa maravilhosa aqui. – Fez uma referência ao seu corpo e concluiu: -  Ninguém agradece.

Dei risada.

- Para de ser dramática, Lou. Sabe que te amo! – Os irmãos se abraçaram.

- Eu também te amo, Tantanzinho. – Respondeu, no abraço.

- Como foi tudo, Sôh? Gostou? – Let, perguntou em meu ouvido.

Sorrir e a respondi:

- Ah, obrigada, Let. Sabia que tinha dedo, mãos e até pés seus, naquela surpresa. – Dei risada.

- A ideia foi do Ethan. Morena e eu, somente ajudamos. – Disse, abrindo sua bolsa.

- Parabéns, ruiva. Você merece essa felicidade. – Olhei Louise falando e sorrir.

- Obrigada, Lô! Vocês são muito importantes pra mim. – Disse, e a abracei.

- É notório que Ethan e você, não vive sem mim. – Disse, brincalhona.

- E eu? – Let, se manifestou, com a chave da porta em mãos.

- Não vivemos sem você também, cunhada. – Ethan, disse dando risada.

- Meninas, vamos sair. Se cuidem e não ponham fogo na casa. – Disse, séria.

- Engraçadinha. – Dei risada da careta de Let, e nos despedimos.

Acomodados no carro, ouvi Lô gritar: - NADA DE LUGARES FECHADOS EM!

Senti minhas bochechas corarem, e vi Ethan, balançar a cabeça.

- Como você aguenta sua irmã!? – Perguntei, pondo o cinto de segurança.

- Tenho que aguentar, é minha irmã. – Deu de ombros sorrindo.

- As vezes fico pensando o que se passa na mente dela. – Disse, olhando pela janela.

- Eu também me faço essa pergunta. Lou, sempre foi muito amiga, prestativa e sempre me contava tudo. Mas, de uns tempos pra cá ela tem se fechado. – Disse, pensativo.

- Eu percebi isso. Precisamos continuar orando por ela. – O olhei.

- Sempre oro, e continuarei orando. E agora com essa ideia de ir pro Brasil, não sei o que às esperam. – Assenti.

Fomos o resto do caminho conversando e tentando distrair a mente de preocupações sobre nossas irmãs.

Hoje era um dia feliz e nada poderia estragar isso.

- Chegamos, Ruivinha. – Olhei pra fora do carro e vi que estávamos no Praça da Cidade. Levantei o cenho.

- O que você está aprontando, amor? – Perguntei, olhando-o.

- Nada de mais. – Levantou as mãos em redenção. – Só planejei uns programas legais pra nós dois. – Disse, desprendendo o cinto.

- Posso confiar? – Perguntei, com um sorriso de lado.

- De olhos fechados. – Disse, convencido.

Saímos do carro e Ethan segurou minhas mãos. Andamos até o centro da praça onde tinha casais, famílias, crianças brincando e correndo. Carrinhos de pipoca, vendedores de algodão-doce, barraquinhas de Hot-dog.

Enxerguei casais de idosos andando de mãos dadas. Cachorrinhos com seus donos e ao longe, vi o pôr do sol com seu tom alaranjado adquirindo pouco há pouco a escuridão que a noite vem trazendo.

- O que você acha de darmos uma volta de bicicleta? Relembrar os velhos tempos? – Ethan, disse me olhando com expectativa.

Dei risada e balancei a cabeça.

- Que foi? Não gostou? – Proferiu, desanimado.

- Claro que gostei, meu amor. – Sorrir, puxei minhas mãos e apertei suas bochechas. – Aah! Você é um fofo, meu amor. – Lhe dei um selinho.

- Eu sei. Sou maravilhoso! – Gabou-se.

Andamos rindo em direção à uma barraca de aluguéis.

Depois de quase discutirmos em relação ao pagamento, Ethan, permitiu que eu pagasse o aluguel das bicicletas.

- Obrigada, amor. Você é lindo! – Disse, equilibrando-me, no assento.

- Sorte sua. – Disse, tentando mostrar seriedade.

- Amor, eu deixo você pagar o sorvete. Tudo bem? – Perguntei, vendo-o, se acomodar no banco.

- Melhorou. Vamos? – Chamou-me e saiu pedalando.

- ETHAN! - Pedalei rindo, e fui ao seu encontro.

- Precisa comer mais carboidratos, ruivinha. – Disse em minha frente. Empurrei sua bicicleta e o ultrapassei rindo e gritei:

- TOMA, AMOR! PONTO PRA MIM. – Ethan, quase caiu, porém pegou impulso e pedalou atrás de mim.

Pedalei ainda mais e comecei a sorrir, vendo-o me perseguir.

A sensação do vento em meu rosto, balançando meus cabelos fez-me sentir-me livre. Como a muito tempo eu não sentia.

A leveza do vento, fazia meus olhos se fecharem, automaticamente, e eu comecei a apreciar o balançar do tecido de minha blusa, os movimentos que meus cílios faziam; tentando permanecer fechados; os cabelos voando livremente..

Era como se agora tudo fosse dá certo. Meu tempo de sorrir chegou.

Estava tão perdida contemplando o vento e a chegada da noite, que ao menos percebi, Ethan empurrando minha roda.

-Ei! Isso não vale, amor! – Protestei.

- Claro que vale! Você que começou. – Deu de ombros.

Soltei a bicicleta no chão, e corri atrás dele. Ethan, saiu correndo também e foi se esconder atrás de uma árvore.

Comecei a rir e não tive forças pra continuar correndo.

Quem em sã consciência para de fugir e se esconde numa árvore, totalmente visível?

Isso mesmo, meu namorado!

- Ué, por quê parou, ruivinha? – Levantei o rosto; que estava totalmente vermelho; e enxerguei, Ethan com a cenho levantado em completa confusão.

- Amor! Você é muito burrinho! – Exclamei.

- Claro que não. Eu só sou um cavaleiro, iria deixar você me pegar, e eu seria ferem dos seus beijos. – Deu de ombros. Na maior cara de pau!

Dei risada e balancei a cabeça. – Você está terrível hoje, em Tantanzinho!

- Que calúnia, ruivinha. Logo eu, o melhor e mais lindo namorado de todos os tempos. – Gabou-se.

- Meu namorado é muito modesto. – O abracei.

- Nem sei o que significa essa palavra, ruivinha. – Retribuiu o abraço.

- Eu te amo! – Disse, aspirando seu perfume amadeirado.

- Eu que te amo, muito. – Disse e deu um beijo em minha bochecha. – Amor da minha vida.

- Você que é, o amor da minha vida! – Me afastei e olhei em seus olhos. Sorrir.

Depois de devolvermos as bicicletas e o dono nos dá os parabéns pelo primeiro ano de casados. Começamos a rir e tentar explicar que estávamos juntos a dois meses somente. Tentativa falha.

- Mas vocês formam um belo casal. Logo, logo terão várias bênçãos ai, pra aumentar a família. – Senti minhas bochechas corarem e dei um sorriso de lado.

- Obrigada, meu senhor. Que Deus te abençoe. – Ethan, se despediu. Deixei um sorriso surgir e fomos andar.

Andamos pelo parque e logo, Ethan conseguiu pagar o sorvete.

Ele ficaria triste se não tivesse pagado.

- O que você acha da noite? – Perguntou-me.

Direcionei meu olhar pro céu e contemplei as estrelas que começavam a brilhar na imensidade do azul escuro.

- Sabe, antigamente as noites pra mim significavam solidão e lágrimas. Usava as madrugadas pra chorar e permitir-me viver na escuridão. – Recebi o vento em meu rosto e sorrir. – Hoje, eu tenho as noites como uma oportunidade de intimidade com Deus. Nas madrugadas ninguém vai aparecer na sua porta, não vão te questionar o porquê de estar no quarto tanto tempo. Você tem seu momento com o Pai, sem interrupções.

- Bom, pode acontecer do celular tocar. – Disse, brincalhão.

- Existe essa possibilidade, porém é mais difícil. – Sorrir pra ele. – Aprendi a amar as noites, assim como aprendi amar há Deus. Ele sempre esteve no controle da minha vida, sempre supriu minhas necessidades, eu nunca aceitava mas, sempre sabia que sim, Ele que me guardava. – Contemplei os olhos azuis brilhantes me olhando, e sorrir.

- Eu tenho orgulho da mulher que tem se tornado. Você enfrentou muitas batalhas e ainda tem muitas pela frente, mas aprendeu que mesmo em meio a dor, Deus cuida de nós, hoje e sempre. – Disse, fazendo carinho no dorso de minha mão.

- Deus é Fiel, não é mesmo!? E se Ele prometeu mesmo que não pareça agora aos nossos olhos... Ele vai cumprir. – Disse, parando de andar.

- Amém. – Suspirou. – O que acha de jantarmos? – Perguntou-me.

- Não está cedo? – Questionei.

- Não, ruivinha. Depois comemos uma sobremesa e podemos andar mais um pouco. – Propôs. – Ainda tenho planos pro nosso encontro. – Sorriu.

- Convencido. – Dei risada e respondi: - Mais tudo bem. Só concordo porque estou com fome e até acharmos um lugar bom, será difícil. – Disse, olhando em volta.

Ouvi sua risada e o olhei.

- O que foi? – Perguntei.

- Ruivinha, aqui perto tem um restaurante de comida japonesa, você acha que consegue comer? – Desafiou-me.

- Está duvidando da minha força interna no estômago? – Ethan, gargalhou e respondeu:

- Nem sabia que existia força interna no estômago. – Deu de ombros.

- Se eu estou falando é porque tem, amor. – Sorrir.

- Nunca duvidei de você. – Levantou as mãos em redenção. - Vamos? – Chamou-me.

Segurei em suas mãos e andamos mais um pouco.

O restaurante tinha uma fachada linda na cor turquesa. Ela se destacava e atraia olhares e pessoas com curiosidade pelo ambiente.

- É um lugar lindo, amor. – Disse, dando-lhe um selinho.

- Eu sei que minha beleza melhora o espaço. – Passou as mãos nos cabelos.

Dei risada balançando a cabeça.

- Coitado dos nossos filhos. – Disse, adentrando ao local.

Ethan, parou brutalmente.

- O que foi, amor? – Voltei perguntando.

- Diz de novo? – Me olhou, estático.

- O quê? – Rir de nervoso.

O que eu disse?

- Você disse: Coitado dos nossos filhos. – Segurou em minhas mãos, e me olhou emocionado.

Senti minhas bochechas corarem e coloquei o cabelo atrás da orelha.

- Eu nem tinha percebido. – Disse, nervosa.

- Você não vai querer ter filhos? – Perguntou angustiado.

- Claro que quero, amor. – Sorrir e passei as mãos em seu rosto. – Só foi automático. Não percebi. Desculpa se dei a entender errado. – Lhe dei um selinho.

- Ah, que bom. Porque eu quero. – Sorrir e respondi:

- Eu quero construir uma família com você, ter nosso lar, nossos filhos... Construiremos um futuro. – Disse emocionada.

- Isso é muito bom. – Me beijou e concluiu: - Quero uns quatro filhos pelo menos. – Disse e saiu entrando, enquanto puxava minha mão.

- Como é que é, Ethan? – Parei bruscamente na porta do estabelecimento. Coloquei as mãos no quadril e bati o pé no chão, repetidamente.

Ele me olhou e seu cenho se franziu. Voltou alguns passos e esfregou os cabelos.

- Eu estava brincando, minha ruivinha. – Disse, calmo e com um sorriso nervoso no rosto. – Teremos quantos você quiser. Você será a mulher da casa.

- Por que? – Franzi o cenho. – Pretende ter outra? Que não será a “mulher da casa?” – Me mantive impassível.

- Não. Ruivinha, não é isso... – Esfregou a nuca: - Eu quis dizer que você que vai decidir as coisas... Claro eu vou te ajudar, seremos um pelo outro. – Suspirou.

- Hum. Assim está melhor. – Soltei as mãos no corpo e dei risada.

- Não está chateada? – Perguntou, ansioso.

- Você acreditou mesmo que eu estava chateada? – Surpreendi-me.

- Bom... Eu achei. – Deu de ombros.

- Estava brincando, amor... Eu entendi o que quis dizer. – Lhe dei um selinho. – Você está muito burrinho hoje em! – Caçoei.

- Ah! - Soltou o ar. – Estou melhor agora. Ei. Olha como fala. - Rimos e respondi:

- Vamos? Quero te mostrar a força interior do meu estômago. – Dei risada, enquanto entravamos na recepção.

O ambiente era receptivo e bem iluminado. Painéis, cores e quadros davam um contraste digno de um restaurante Japonês.

- Boa noite. – A recepcionista morena de cabelos curtos cumprimentou.

Fiz uma rápida inspeção nela e sorrir.

- Boa noite, gostaríamos de uma mesa a dois. – Ethan, disse dedicado.

- Ah, venham.. – Seguimos seus passos pelo local e sorrir empolgada. – Normalmente casais vem comemorar meses de namoro ou até anos de cassados aqui. – Nos olhou por cima do ombro e sorriu. – Vejo que vocês são esses tipos de casais e nossa casa, fica feliz em recebe-los. – Paramos rente a mesa e ela concluiu: - Espero que apreciem o jantar e à sobremesa. Parabéns pelo aniversário de vocês.

Olhei pra ela, e sorrir respondendo:

- Muito obrigada. – Ela deu um leve balançar de cabeça em concordância.

- Bom jantar, o que precisarem e só chamar. – Dito isso, logo em seguida saiu andando.

Ethan, como um homem cavaleiro que é, puxou a cadeira pra que me senta-se. Depois de acomodados e lendo o cardápio, ouvi ele disser:

- Que tal experimentarmos o Gunkan? – Olhei, pro meu namorado que me mostrava um sorriso de lado e fui verificar de que era feito.

Arroz enrolado por algas marinhas e recheado com peixe cru, frutos do mar, ovas de peixes ou legumes.

Levantei os olhos pra ele e deixei sair uma risada incrédula.

- Tá brincando, né? – Olhei dentro de seus olhos.

- Por que acha isso, Ruivinha? – Sorriu de lado. – Quero vê a força interior do seu estômago. – Prendeu o riso.

- Você está muito engraçadinho hoje, amorzinho. – Disse, sarcástica.

- Ué! Foi você que falou, Sofia. – Disse meu nome.

- Ai, amor. Não fala meu nome assim que vou achar que estamos brigando. – Disse, nervosa.

- Sabe que estou brincando, Ruivinha. Mas, o que acha de comermos o Chirashi.  – Disse tranquilo.

Abaixei os olhos e li.

Frutos do mar espalhados por sobre o arroz de sushi.

- Ah,  agora melhorou, amor. – Dei risada e ouvi o som da sua também.

Fizemos os pedidos, e eu estava interdita olhando Ethan, a forma em que ele falava e sorria de lado. Sua barba por fazer e os olhos brilhantes como sempre foram. Estava encantada, mas isso não impediu que o reflexo de meus olhos não vissem quem se aproximava pelas portas de vidro do local.

Eu nunca me esqueceria do seu rosto. Mesmo com a idade, as rugas e o semblante abatido... Ele continuava o mesmo.

O mesmo bêbado.

O mesmo drogado.

O mesmo agressor.

O mesmo mostro.

O mesmo pai.

Ele adentrava em passos lentos, olhando pra todas as direções possíveis.

- E-Ethan... – Puxei a bolsa de meu colo e levantei-me apressada.

Ele levantou junto e segurou minha mão me impedindo de correr.

- Ei. Ei. O que houve? – Me olhava com o cenho franzido e o olhar de dúvida, me examinava.

- Eu-Eu-Eu... Preciso sair daqui. Me-Me-Me ajuda, amor. – Senti minhas mãos tremerem e minhas pernas bambearem. Meu coração batia descompensado e o pavor se apossou do meu coração.

Senti olhos atrás de mim, e não pensei em mais nada, o medo se alastrou por todo o meu ser... Soltei minhas mãos de Ethan e virei-me correndo.

Esbarrei em pessoas, mesas e cadeiras, mas não me importei, eu só queria fugir, atravessei as portas de vidro e por um milésimo de segundo, me senti livre...

- SOFIA! – Ouvi sua voz e meu corpo paralisou. – Me escuta.

Senti mãos geladas segurando em minha mão e antes de conseguir qualquer coisa, meu corpo foi puxado pra trás.

Eu reconhecia aquele perfume.

- Não encosta nela! – Ethan, disse a Antônio, enquanto mantinha seu corpo como escudo do meu.

- Só quero conversar com ela. – Ouvi sua voz sôfrega e meu coração acelerou.

- Ela não tem nada pra falar com você! Acho melhor ir embora. – Ethan aumentou a voz.

- Não vou embora sem falar com ela, eu me arrependi eu quero o perdão dela. – Tentou se aproximar. – Filha, me escuta. – Suplicou.

O medo que eu estava sentindo, deu lugar a raiva, enquanto ouvia suas palavras.

Como ele tem coragem de me chamar de filha?

Meu coração se encheu de rancor, e me permitir sorrir com sarcasmo.

Afastei o braço de Ethan e o encarei.

Agora ele vai vê quem eu sou!

(...)

“Você é livre, cuide de suas asas pra que elas não se acorrentem! Não permita viver presa(o) à sentimentos que te levem a ruína!”

        Thayla Fernanda

E ai gente, tudo bem?

Eu espero que sim.

O que acharam do capítulo de hoje?

Palpites?

Digo somente um coisa... Treta!

☆VOTEM E COMENTEM☆

Beijos e fiquem com Deus! ❤

Thay ama vocês! 💟

Continue Reading

You'll Also Like

183K 16.6K 70
Ester Souza Bernardes é uma jovem mulher que brilha a luz de Cristo aonde quer que esteja, uma cristã que sabe sua identidade e não desisti de seus o...
29K 3.6K 58
Direcionados pelo próprio Deus, Isabela e seus pais se mudam para Granville, uma cidade aparentemente pacata e tranquila. Porém, nos últimos cinco an...
1.2K 237 24
Spin-off de Com amor, eu creio. |ROMANCE CRISTÃO| EM ANDAMENTO* Narra a história de Ayra e Lohan e de como seus caminhos se cruzam em busca em um ref...
974K 49.8K 95
"Viciante tipo a droga mais pura Mistura de fofura com putaria na cara dura Questão de honra te quebrar na cama Te deixar nua de corpo e alma Não é m...