Lua Negra (Editando)

By bella_secret_

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Kimberly foi criada longe de seus parentes maternos, mas quando sua avó morre e sua mãe é obrigada a retornar... More

Havenwood Falls
A Primeira Vista
Gritos Da Meia-Noite
Avatares dos Personagens
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Pergunta Importante
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 37 Parte-2. A conclusão
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 43 Parte 2
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Capítulo 60
Capítulo 61
Capítulo 62
Capítulo 63
Pedido
Capítulo 64
Capítulo 65
Capítulo 65 Part-2
Capítulo 65 part-3
Capítulo 66
Capítulo 67
Capítulo 68
Capítulo 69
Capítulo 70
Capítulo 70 part-2
Capítulo 71 part. 2
Capítulo 72
Notas da Autora
Epílogo
Recadinho Rápido
Aviso Importante

Capítulo 71

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By bella_secret_

Para muitos, o difícil é passar nas provas finais da escola. Para mim, o difícil é encontrar um vestido que agrade Rubi. É sábado e o baile de formatura será logo mais à noite. Já passamos por quase todas as butiques de Havenwood Falls e ela não encontrou nada que lhe agradasse.

Resmungando, sento-me numa poltrona, esperando ela sair de dentro do provador.

Uma vendedora passa, me oferece suco, água, café, refrigerante. Agradeço, digo que não quero e ela vai atender outra pessoa.

Falta pouco para eu ir embora dessa cidade. Não vejo a hora de contar pro Dom e chamá-lo pra morar comigo em Amsterdã. Tenho certeza que ele vai amar. Hoje à noite, depois do baile de formatura vamos nos encontrar no penhasco e vou lhe contar a surpresa. Não ligo pra casamento, pra essas formalidades porque tudo que quero é tê-lo ao meu lado pro resto da vida.

Rubi puxa a cortina verde pesada e vem em direção a mim usando um vestido azul-escuro, curto, frente única com bojo, sem mangas e sem detalhes.

—Que tal? –ela para na minha frente com as mãos na cintura e depois vira de costas, afastando o cabelo longo loiro para o lado.

Atrás tem um decote em V profundo com um laço no final.

—É lindo! Ficou perfeito no seu corpo e essa cor combina muito com seu tom de pele. –respondo.

—Tem certeza?

Sei que não sou muito boa com roupas, mas ela ficou mais linda ainda com esse vestido. Noah vai cair de quatro quando vê-la.

Assinto.

—Então vou ficar.

Dando graças a Deus, levanto, pego as sacolas e vamos juntas até o caixa pagar.

***
Rasgo o pequeno Saché de açúcar, ponho no meu café, misturo com uma colher e bebo um gole.

—Parece que meu pai e sua mãe estão transando.

Quase cuspo o café de volta.

—O quê?

—Ontem depois que eu cheguei do meu encontro com o Noah, vi ela saindo do quarto dele.

Limpo os lábios com um guardanapo, procurando nela algum indício de que está brincando, mas não, não tá. Conheço Rubi bem demais para saber quando ela está brincando e quando não está.

—É sério? –pergunto.

Ela assente e eu balanço a cabeça um pouco chateada.

—Que foi? Não gostou de saber que eles estão juntos?

Desvio o olhar para o campanário da igreja. Estamos sentadas numa mesa do lado de fora do café central. A tarde está incrivelmente agradável com sol ameno e brisa leve.

—Não é isso, quero que minha mãe seja muito feliz e gosto muito do Dante. É que não sei porque ela não me contou. –respondo, focando os olhos nela.

Rubi dá de ombros, mordendo um capcake com cobertura de morango.

—Eu também não sabia, talvez eles estejam esperando resolver esse negócio do lobo-cão pra poder contar pra nós. Nem acredito que vamos ser irmãs!

Sorrio. Nunca imaginei que ia acabar tendo essa doida como irmã.

***
Seguro minhas sacolas com uma mão e fecho a porta do carro com a outra.

—Não gostei do vestido que escolheu pra você. –Rubi comenta.

Reviro os olhos, abrindo a boca pra dizer algo, mas paro quando minha mãe sai de dentro de casa.

—Posso conversar com você? –ela pergunta, cruzando os braços.

Troco um olhar com Rubi e lhe entrego as sacolas.

Mamãe segue em direção ao banco de madeira perto do pequeno lago e se senta.
Fica encarando uma folha solitária que flutua por cima da água esverdeada com o olhar sereno por alguns segundos e depois se vira para mim. Com um sorriso branco dá um tapinha no espaço vazio do seu lado me convidando para sentar-me. Encolho as pernas, apoiando as costas no encosto do banco.

—Quero dizer que estou muito orgulhosa de você, filha. – anuncia.

Tombo minha cabeça para o lado com um sorriso nos lábios. Pensei que ela fosse me contar sobre seu romance com o Dante, acho que me enganei.

—Mas isso você já disse semana passada quando fomos juntas ver a lista dos nomes dos alunos que passaram de ano.

—Nunca vou cansar de repetir. Tenho orgulho de você como filha, da mulher que se tornou, mesmo tendo se apaixonado por um lobo.

Desvio o olhar.

—É, eu sei que você ainda é apaixonada por ele. Mas enfim sei que é uma paixão passageira porque os adolescentes são assim, se apaixonam várias e várias vezes antes de encontrar a sua alma gêmea.

Reviro os olhos internamente. Eu queria dizer a ela que o que sinto pelo o Dom é bem mais que isso, mas fico calada.

Mamãe está um pouco nostálgica, deve ser por causa da viagem. Ela passou os trinta minutos seguintes relembrando coisas de quando eu era pequena, algumas eu me lembro, outras não.

—Você vai me prometer que assim que se estabelecer em Amsterdã* vai fazer atividades físicas para fortalecer o corpo, vai procurar um bom professor de luta e um bom instrutor de tiros. Todo mês vou depositar um bom dinheiro na sua conta pras dispesas. –seu tom é sério e firme.

Me empertigo no banco, observando-a atentamente, me perguntando se algo aconteceu.

—E por que isso? –pergunto.

— Porque lá você vai estar sozinha, por conta própria. Ser uma Whitmore é ter uma faca apontada direto pra garganta. É andar no rastro da morte e quero que você aprenda a se defender. –ela se vira totalmente para mim, pondo as mãos em meus ombros. —Promete que vai fazer isso?

Assinto, vendo a urgência em seus olhos azuis.

—E, além do mais, você não vai ter a mim a vida inteira...

Estremeço.

—Nem vem, mãe. Não gosto de pensar nisso, nem cogitar isso.

Não consigo imaginar minha mãe morta.

—Mas é a verdade, querida. Sei que nos tempos de hoje as coisas estão muito distorcidas, mas essa ainda é a lei natural, os filhos enterrarem os pais e assim por diante.

Sentindo um aperto no peito, descanso a cabeça em seu ombro e ela passa o braço ao redor de mim.

—Não quero que você morra, nunca. –murmuro.

Só de pensar nisso tenho vontade de chorar. Não imagino minha vida sem ela.

—Querida, querida. Não pretendo morrer tão cedo. Ainda vou pegar muito no seu pé mesmo você estando no outro lado do mundo.

Ficamos abraçadas, observando o finzinho de tarde até o crepúsculo cobrir tudo e a primeira estrela surgir no céu.

***
Saio do banheiro enrolada num roupão, enxugando os cabelos com uma toalha. Paro no meio do quarto fitando o longo vestido vermelho de alça com decote coração e pedrarias marcando a cintura formando um cinto, estirado na minha cama. Esperei tanto por esse dia que parece mentira que ele chegou e nem acredito que vou entrar pra uma das academias de artes mais disputadas no mundo da fotografia. Sou uma garota de sorte.

O toque do meu celular em cima da penteadeira chama minha atenção, me tirando de meu devaneio. Ponho a toalha aberta no encosto da cadeira e pego o aparelho.

Chamada desconhecida.

Sinto um frio na barriga. Fazia tanto tempo que o lobo-cão não ligava que comecei a achar que ele tinha desistido da sua vingança boba contra minha mãe.

Alô? –minha voz sai esganiçada. Pigarreio.

Soube que andou me procurando..? –A voz do outro lado não é a do lobo-cão.

Zoe...? –A raiva, o ressentimento e a mágoa me consomem tanto que minhas mãos começam a tremer e quase deixo o celular cair. Tenho tanta coisa pra dizer. Exigir uma explicação de sua parte, mas não consigo porque tudo foge da minha mente. Eu realmente gostava dela como amiga e ainda não acredito que ela se aproximou de mim com más intenções.

Me encontre a meia-noite de hoje na ponte Raven's gate. Vá sozinha. Se contar pra alguém... sabe o que pode acontecer. –ela desliga me deixando atônita.

Ainda estou em pé, apertando o celular contra o peito quando Rubi invade meu quarto trazendo seu vestido num cabide coberto com um saco transparente e uma pequena mala de rodinhas.

—Vim me arrumar aqui. –ela diz.

Como não esboço nenhuma reação, solta a mala e põe o vestido ao lado do meu.

—O que foi? Parece que você viu um fantasma.

—Zoe acabou de falar comigo.

—Quê? Ela esteve aqui?

Antes que possa lhe responder, Rubi se agacha e tira de dentro de suas botas cano alto duas adagas de prata. Corre até a janela, os saltos fazendo barulho no piso de mármore.

—Não. Nós nos falamos por telefone. Ela quer me encontrar a meia noite de hoje na ponte Raven's Gate. –ponho o aparelho de volta na penteadeira.

O que será que aquela Judas quer comigo?

—Isso tá com cheiro de cilada. –ela guarda as adagas.

Concordo com a cabeça.

—Então precisamos avisar a todos...

—Não, a todos não. Deixa minha mãe fora disso.

***
—Não podemos esconder isso da Rose. –Dante responde categórico, quando lhe conto meu plano.

—Mas, ela vai querer ir no meu lugar! –afundo na poltrona, me sentindo derrotada.

—É um bom plano, pai. –Conrado diz.

—E todos os caçadores vão estar lá, escondidos na floresta, as margens da ponte. –Rubi completa.

—É a nossa chance de pegarmos o lobo-cão. Tenho certeza que conseguimos fazer a Zoe nos dizer onde ele se esconde. –esfrego os olhos.

Estamos os quatros reunidos na sala do silêncio, enquanto minha mãe foi até a cidade comprar o jantar.

Por ser o único adulto a quem eu recorri, então preciso do apoio do Dante para seguir com o plano.

Dante parece refletir sobre o assunto e minha ansiedade só aumenta. Balanço minha perna embaixo da mesa. Rubi aperta meus dedos na tentativa de me tranquilizar. Sorrio fraco.

—A Rose nunca vai nos perdoar por isso, mas talvez ela repense o nosso castigo quando estiver cara a cara com o lobo-cão.

Levanto do poltrona de uma vez como se tivesse levado choque.

—Isso é um sim?

Ele assente com um pouco de relutância.

Solto um gritinho e Rubi me abraça.

—Conrado, você fica responsável por reunir os caçadores e levá-los até a ponte, eu vou fazer com que Rose volte para casa depois da cerimônia de encerramento do terceiro ano. –Dante diz em um tom profissional.

—E nós? –Rubi e eu perguntamos ao mesmo tempo.

—Vão se arrumar pro baile.

Nós duas sorrimos de orelha a orelha.

—Esse pesadelo acaba hoje, Kim. –Conrado toca meu ombro ao passar por nós.

—Espero que sim. –murmuro, com um frio na barriga.

Continua no próximo capítulo. Boa noite, meus amores!!! Bom sei que eu tinha dito que esse seria o último capítulo, mas como ele ia ficar muito longo resolvi dividi-lo em duas partes. Então vou postar o restante amanhã. Espero que gostem. Não esqueçam de votar e comentar. Bjuss e boa leitura.
Quem será o lobo-cão?

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