Aperto o corrimão com força, piscando várias e várias vezes pra ter certeza de que não estou sonhando. Pra ter certeza de que ele está mesmo aqui.
Dominic anda lentamente na minha direção com os olhos fixos nos meus.
Rubi toca meu braço.
Olho pra ela com expressão de quem não está acreditando.
Ela sorri balançando a cabeça que sim, como se tivesse respondendo a uma pergunta não verbalizada.
A música para e o DJ anuncia que chegou a hora da valsa dos dezoito anos.
—Quem será o cara sortudo que a nossa bela aniversariante irá escolher para dançar a valsa com ela? –entoa ele.
Faz-se silêncio e todos os rostos se voltam na minha direção esperando que eu escolha um garoto para dançar comigo.
—Vai lá, Kim, buscar o seu escolhido. –Rubi grita.
Tomando coragem, atravesso o salão com determinação e quando chego perto o suficiente lanço os braços ao redor da cintura do Dom. Pouso a cabeça em seu peito e fecho os olhos, inalando seu perfume. É, não estou sonhando, ele realmente está aqui.
Dominic me abraça forte, me prendendo junto ao seu corpo.
—Dom, eu... –ele põe o dedo indicador em meus lábios, me interrompendo.
— Shhh!.. Não diz nada, baixinha, apenas me beija. –Sussurra no meu ouvido.
Obedeço e avanço meus lábios contra os seus e o beijo como se a minha vida dependesse disso. Ele faz o mesmo com a mesma intensidade e paixão.
—Bom, acho que ela já escolheu o seu par. –o DJ avisa.
Uma música lenta inicia e uma luz é focada só em nós dois, deixando os outros nas sombras.
Dominic e eu dançamos colados um ao outro sem se importar que existe uma imensa platéia nos assistindo, nossos olhos se conectando de uma tal maneira que todo o resto parece sumir. Murmúrios e suspiros vêm dos cantos escuros do salão, mas ouvimos como se estivesse a quilômetros de distância de nós, nada podendo abalar esse momento só nosso. Estamos presos em nosso próprio mundo, onde só existe ele e eu.
A música chega ao fim e com ela o nosso momento, pois logo uma outra mais agitada começa e o salão é invadido pelos convidados que logo começam a dançar freneticamente ao nosso redor.
Dominic me tira do chão e gira comigo suspensa em seus braços.
Dançamos, bebemos, comemos, tiramos fotos com a minha câmera, que Rubi tinha trazido sem eu saber.
Tob e Trent são os primeiros a irem embora da festa. Os dois vêm se despedir de mim. Pergunto porque já estão indo, que ainda é cedo e eles inventam uma desculpa qualquer, mas sei que é por causa do Dom.
"Zoe"
Estou em uma quarto de hotel nos limites da cidade, esperando por ele, me sentindo totalmente perdida. Agora que a Kim sabe que o Dom é lobo não tem mais nada que eu possa usar contra ele para fazê-lo ficar de bico fechado sobre o que sabe sobre mim. Mas que Droga! Talvez eu não tenha nem a chance de executar o meu plano. Plano esse que levei mais de dois anos planejando para sair perfeito.
Uma batida na porta interrompe meus pensamentos.
Subo a minha saia longa e tiro minha arma que está presa a uma faixa para coxas. Engatilho e sigo com ela erguida na minha frente. Se for os caçadores da Lua Negra eu meto bala no primeiro que cruzar essa porta.
—Quem é? –pergunto.
—Sou eu, abre logo!
Relaxo.
Abro e ele irrompe para dentro fechando a porta atrás de si.
—Por que demorou tanto? Estou aqui desde cedo te esperando.
Ele tira a arma da minha mão e põe em cima da cama.
—Você sabe muito bem porque. –diz se voltando para mim.
Me encosto na parede.
—Estou ferrada. A Kim já sabe que o Dom é lobo.
Ele ergue uma sobrancelha.
—Está mesmo. –concorda.—Nesse momento os dois estão juntinhos na festa de aniversário dela. Fizeram as pazes.
Arregalo os olhos.
—Droga! Então temos que agir logo...
Ele balança a cabeça discordando.
—Não, vamos seguir com o combinado. Será no dia da festa de formatura da Kim.
Cerro minhas mãos em punhos, bufando.
— Mas por quê? O que tem de tão especial nesse dia?
Ele da de ombros despreocupado.
—Nada demais... só que todos vão estar distraídos com a festa e será mais fácil para pegarmos a Rose.
Mordo o lábio pensativa. É, pensando por esse lado, será bem mais fácil mesmo.
Ergo a cabeça.
—E até lá, como eu fico? –questiono com impaciência.
—Fica escondida, é claro. Ninguém pode saber onde você está.
"Kim"
Dom me puxa para um canto e chama para fugirmos da festa escondidos.
Sorrio enlaçando nossos dedos.
—Agora? Mas e a festa, os convidados?
Ele me encosta na parede, prendendo meu corpo com o seu. Começa a beijar meu pescoço, meu ombro, parando na minha boca...
—Tem certeza que prefere ficar aqui com essa ruma de gente do que sozinha comigo? –seus lábios agora estão no lóbulo da minha orelha, dando pequenas mordiscadas.
Minhas pernas ficam moles enquanto sinto minhas bochechas queimarem com o fogo que se acende em mim, em minhas veias, em meu coração.
—É, acho que precisamos de um momento sozinhos.
Agarro sua mão e saímos juntos correndo para fora da boate, rindo feito dois bobos, com as doses de vodca surtindo efeito sobre nós.
—Espera aqui, vou buscar minha moto. –ele atravessa a rua e minutos depois já está de volta montado numa Harley Davidson preta de aros cromados.
—E o seu carro? –pergunto antes subir nela.
—Está na oficina, bati com ele em uma árvore.
—Bateu? –indago preocupada. — Mas você está bem? –estudo-o de cima a baixo pra certeza de que ele está bem mesmo.
Dominic tira o blazer, a camisa social de Botões e abre os braços para me mostrar que não tem nenhum arranhão.
—Tá vendo? Estou bem.
Engulo em seco, prendendo a respiração, admirada com o seu corpo.
Agarro sua cintura quando sento na garupa, sentindo a pele lisa e quente do seu abdômen sob meus dedos.
Fecho os olhos quando Dominic acelera descendo a rua, sentindo o vento frio da noite acariciar meu rosto. Não quero saber aonde ele está me levando porque com certeza essa noite eu vou com ele até os confins da terra, se assim ele quiser.
Continua amanhã! Votem e comentem 💗💗 Na mídia tem música do capítulo.
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