Sky [COMPLETO]

By DannihLee

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Alexis Fletcher era um cara como qualquer outro, estudante de medicina, tinha uma vida toda pela frente, até... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39 (Penúltimo)
Capítulo 40 (último)
Bônus

Capítulo 31

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By DannihLee

Acordei. Abri meus olhos aos poucos. Parecia estar anoitecendo pela luz fraca que passava pela janela, ninguém estava no quarto. Olhei para meu braço que estava dolorido, a agulha penetrava na minha pele e o soro por ele passava. Respirei fundo. Eu estava totalmente enjoado, com uma vontade da porra de vomitar. Respirei fundo novamente. Por quanto tempo será que eu havia dormido? Minhas costelas e costa estavam ardendo. Onde será que estava todo mundo?

As paredes muito brancas no quarto do hospital deixavam minha visão embaçada. Ouvi a porta se abrir lentamente, Vicky entrara toda desajeitada, cabelos bagunçados, estava vestida com a roupa que davam aos pacientes do hospital. A parte de cima da sua cabeça estava enfaixada, seus braços tinham alguns hematomas que visivelmente ainda estavam vermelhos, sua mão estava com um pequeno curativo. Eu fiquei muito feliz em vê-la, fechei os olhos, ela chegou perto de mim e senti ela afastar meu braço esquerdo, senti-me movido um pouco para o lado, quando me dei conta, Vicky havia deitado do meu lado. Ela colocou sua cabeça em meu peito. Sorri imediatamente.

- Você deveria estar no seu leito. – quebrei o silêncio.

Ela levantou a cabeça e me olhou como se eu fosse algum tipo de preciosidade, havia brilho em seus olhos.

- Eu fugi de lá. Deram-me a informação do número de seu quarto e vim. Eu precisava ver você. – a voz dela estava cheia de culpa.

- Fiquei com medo de perder você. Você é minha única família. – falei. – Você está bem agora?

Eu sabia que ela estava lagrimando, tentava esconder as lágrimas abaixando sua cabeça de volta para meu peito.

- Estou bem melhor sabendo que você está a salvo. – respondeu Vicky.

Fiquei olhando o teto, ainda com o ardor nas minhas costelas e costa. O silêncio seguiu-se novamente por alguns minutos.

- Maninho? – ela quebrara o silêncio dessa vez.

- Hum?

- Foi tudo culpa minha, me perdoe. – Havia desespero em sua voz.

- Vicky, tudo bem, já passou. – tentei consola-la.

Ela levantou-se e me encarou, com seu rosto muito corado e as lágrimas rolando pelo sua face angelical.

- Eu fui tão burra de não acreditar na Sky, eu quase ferrei com a vida de vocês dando a localização para o bandido do Rafael! Me odeio tanto por isso! Mas eu precisava salvar você... Eu... Sinto muito, eu pensei que ele era uma boa pessoa. Eu estive pensando que Sky talvez não tenha te contado essas coisas para te proteger dessa gente. – Ela soluçava tentando explicar seu lado. Eu mostrava a ela o meu olhar mais compreensivo.

As pessoas se enganam umas com as outras, eu não ia julgar minha irmã por este erro, afinal, ela também estava tentando me proteger. Eu sorri e acariciei a mão dela, ela parou de tagarelar e sorriu de volta.

- Cala a boca. – eu disse de um jeito carinhoso. – Já passou, estamos juntos novamente. Ela sorriu.

- Konan me contou tudo o que vocês passaram enquanto estive... – ela não terminou a frase.

- Ficamos loucos atrás de você.

- Ele também me contou da emboscada que aquele maldito armou. Eu sinto muito pela Sky, irmão. Mas Henri foi atrás dela e com certeza tudo acabará bem. Henri é muito... Corajoso. – ela disse e percebi que seu tom de voz vacilava um pouco quando falava o nome dele.

- Você nunca me falou sobre ele, afinal, quem é ele?

Ela ajeitou-se ao meu lado, deitando-se novamente, então começou a contar a sua história com Henrique.

- Fomos noivos. Minha mãe era amiga da mãe dele, crescemos praticamente juntos. Os pais dele eram separados, ele morava só com a mãe. Nos apaixonamos, namoramos por 3 anos e então ele resolve morar com o pai pra se alistar na merda das forças armadas americanas.

- Tem raiva dele por ele ter escolhido ficar longe de você? - perguntei notando o peso de suas palavras.

- Fiquei um pouco chateada a principio. Ele foi meu primeiro namorado Alexis. Ele foi o primeiro de tudo.

- Poupe-me dos detalhes. – alertei revirando os olhos.

Ela pareceu sorrir. Fiquei olhando o teto a ouvindo falar:

- Então, continuamos o namoro, ele vinha me ver sempre que podia, mandava cartas, nos víamos pelo Skype. Mas ai teve um dia que eu não aguentei. Eu precisava terminar. Ficar longe dele era ruim demais, eu não podia mais... Então conheci o Ricardo e acabei me envolvendo demais com ele.

- Ricardo... ?

- Alexis, foi Ricardo e mais dois homens que me perseguiam na estrada, é complicado, eu não sabia que Ricardo era um bandido quando me envolvi com ele, mas faz tempo. Ele não me deixava namorar outros caras, mesmo eu terminando com ele, se eu me envolvia com alguém, ele me batia.

- Esse desgraçado... Te batia? – a raiva crescendo em mim.

- Sim... Ricardo me maltratava muito. Dei parte na polícia. Ele foi intimado e então descobriu e me bateu, voltei vários dias após a faculdade com os braços roxos. Eu escondia isso de você. – ela disse e urrei de raiva.

- Porra Vicky! Até você com segredos? Quero que esses segredos acabem!

Ela levantou do leito e me olhou apreensiva como se quisesse contar mais coisas.

- Eu não podia te contar você já tinha muita coisa com o que se preocupar.

Desviei meu olhar dos dela. É claro que ela não ia me contar, eu não podia defender ela. Isso me doía tanto! Ela continuou a história.

- Minha mãe morreu e Henri soube, ele veio para o enterro e descobriu do meu caso com Ricardo, então desde dai não nos falamos mais, até ele aparecer novamente. E... Ricardo é um dos capangas de Bento. Arrependo-me amargamente.

- Sei que se arrepende... – conclui querendo encerrar o assunto. – Konan, onde está?

Ouvimos a porta se abrir novamente, Franco Phillip, Konan e Ronald Morgan, entraram no quarto.

- AAAAA! Ai está você! Quer me matar de susto? – Falou Konan vindo até nós. – Oi Bro... – disse ele virando-se para mim sorrindo.

- Desculpa. Eu precisava ver meu irmão. – explicou Vicky e sorriu.

- Oi Bro. – Respondi para Konan dando um leve aceno com a cabeça.

Os doutores Morgan e Phillip, vieram me cumprimentar, ambos eram meus orientadores. Doutor Morgan muito requisitado fora do país. Ele também participou da minha cirurgia.

- Alexis! Como se sente? – perguntou Phillip e olhou para Vicky. – Srtª Victoria, espero que esteja se sentindo melhor.

- Estou sim Doutor, vocês querem conversar com ele? Já iremos sair. – disse ela e olhou para Konan.

- Não. Tudo bem fique. É bom que esteja aqui. Você é a única família de Alexis e queremos falar sobre a cirurgia dele.

Fiquei calado, esperando o que falariam, Phillip nos fitou com seus poucos, mas notavelmente cabelos ruivos, suas sardas bem visíveis por seu rosto. Doutor Morgan pigarreou, ele era alto, moreno e sério.

- Alexis, está sentindo dor? – perguntou Dr Morgan.

- Estou. Minha costa e costelas ardem. – Respondi.

- Você estava com um pequeno tumor na coluna cervical, era bem pequeno mesmo, ele já foi retirado, sem sequelas. – explicou ele com certo alivio.

Konan e Vicky observavam a conversa.

- Alicia me contou sobre a trombose... – indaguei.

- Conseguimos controlar isso também, o cateter infeccionou, por isso teve febre, se demorasse mais algum dia, poderia ter aumentado o grau para a necrose, você estava com infecção urinária. – acrescentou Phillip.

- Qual meu grau clínico agora? – perguntei olhando ambos. Eles se entreolharam e logo sorriram parecendo satisfeitos.

- Você lembra-se da sua pesquisa sobre células tronco? Você mesmo o fez, deve lembrar-se, até participou do procedimento cirúrgico uma vez... Fez palestras sobre isso, acho que ano passado se não me engano. – Phillip falava e meus olhos foram se iluminando.

- Sim, eu me lembro. O que tem a pesquisa? – Olhei Konan e Vicky de esguelha e percebi que eles também pareciam interessados na conversa.

- Fizemos um transplante de células tronco em você.

- QUE? – perguntou Vicky totalmente leiga no assunto, eu e Konan ríamos animados. Doutor Morgan virou para Vicky e explicou.

- Quando acontece um trauma grave na coluna, que é o caso do seu irmão, os impulsos enviados pelo cérebro não conseguem chegar aos músculos, e o movimento do corpo fica comprometido. A injeção das células-tronco, extraídas da medula óssea do paciente, pretende devolver os movimentos... Foi o que fizemos com ele. E ele está respondendo muito bem.

- Peraiiii, ele vai sentir? Tipo... Ele vai sentir as pernas? ELE VAI VOLTAR A ANDAR? – Ela ficara histérica e ria feito uma criança que acabara de ganhar o seu presente favorito.

- Calma Srtª Victoria. – dizia Phillip. Mas afinal, todos nós estávamos rindo feito uns bocós. Todos felizes.

- Vou responder a sua pergunta senhorita. Ele vai recuperar os movimentos aos poucos, ele vai sentir sim... Ele vai identificar calor, frio. Mas, andar já é outra coisa, ele precisará se esforçar muitíssimo na fisioterapia a partir de agora. 6 meses de fisioterapia forçada. – explicou Morgan.

- Vou me esforçar. – falei sorrindo. - Mas, a cirurgia teve um custo, eu sei que teve, eu estudei isso e é delicado. – ressaltei olhando cada um deles.

- O Senhor Otávio de Alencar arcou com todas as despesas Alexis, ele insistiu muito. – respondeu Phillip. – Ele sempre esteve em contato com a sua junta médica, mas sempre nos pediu sigilo e não vimos problema algum, ele nos disse que fazia parte da sua família.

Fitei minhas mãos pensativo e totalmente surpreso. O seu Otávio era um homem muito respeitoso e gentil, a última vez que eu falei com ele foi quando me ligou para dizer que Sky não estava morta. Olhei para Vicky que parecia muito surpresa também.

- Como ele soube da cirurgia? Vocês já estavam pretendendo faze-la? – Perguntei.

- Sim, íamos ter uma reunião ontem para te informar isso, para ver se você iria concordar. Mas, aconteceram todos esses incidentes e a trombose juntamente com o pequeno tumor, nos deixaram preocupados, resolvemos fazer de uma vez, tudo. Sem a sua avaliação sobre isso. – explicou Morgan e franziu o cenho.

- Tudo bem... Eu iria concordar. Preciso de analgésicos agora. – falei sentindo a ardência mais forte. O bom de ser praticamente um médico é de que eu sabia exatamente qual remédio tomar e em qual hora, mas não somente isso. Eu sabia me auto diagnosticar. Sobre as ardências, eu sabia que era "normal" devido ao transplante, meu corpo estava se adaptando, meu quadril estava doendo, com toda certeza retiraram as células tronco de lá. Konan também era quase médico. Estagiamos juntos várias vezes. O que me limitava a ser melhor, era a cadeira de rodas, por mim eu já estaria fazendo grandes cirurgias. Os doutores Phillip e Morgan, me olhavam com orgulho. Me deram tapinhas nos ombros e foram saindo.

- Voltaremos amanhã para saber como está... Não faça muito esforço. – disse Phillip e olhou Vicky. – Vou pegar o relatório da sua alta dona Vicky, está bem melhor. Precisa ir para casa. – ele sorriu e saiu. Morgan saiu logo atrás acenando para nós. Konan e Vicky conversavam sobre algo, pareciam bem animados, mas eu não. Apesar de haver esperanças sobre a volta dos meus movimentos, meus pensamentos estavam longe, bem longe. Eu estava angustiado. Já se passava horas e eu não tive noticias de Sky e nem de Henri. Alguma coisa tinha acontecido, e eu queria saber.

As horas passaram, Konan me deu analgésicos, as enfermeiras vieram, trocaram o soro, logo adormeci.

*~*~*~*~*

Acordei com a cabeça dolorida, minhas mãos estavam acorrentadas. Droga! Sky estava amarrada. Deixaram-nos um de frente para o outro. Ela lutava freneticamente com seu corpo, como se estivesse pegando choque, se balançando. Tentando se soltar.

- Malditos! – dizia ela.

- O que aconteceu? – perguntei a ela e senti sangue saindo do meu nariz.

- Ele te nocauteou, disse que iria nos mandar para outro país. – ela estava inquieta, sua respiração ofegante.

- Irvin deve estar a caminho. – falei tentando me livrar das correntes.

Ela ergueu a sobrancelha.

- Então está mesmo com este Irvin? Você é algum tipo de investigador? – perguntou ela me encarando.

Assenti.

- Então seus homens estão vindo nos salvar não é? – a pergunta dela cheia de esperança.

- Sim. Eles devem estar armando algum plano. Nós não agimos por impulso. Eles estão vindo, não se preocupe. Mas, seria ótimo se déssemos um jeito de sair daqui logo. – falei.

Ficamos calados por um tempo, nos encarando, a cor dos nossos olhos eram o mesmo, Sky tinha os olhos de Bento, e eu também. Como se lesse meus pensamentos, ela quebrou o silêncio.

- Você tem os olhos dele.

- Você também Sky... – tentei sorrir.

- Então somos mesmo irmãos... – ela disse e tentou sorrir também.

- Eu não sabia da sua existência, se não já teria te procurado faz tempo, eu descobri no rumo das investigações.

- Você me descobriu na hora certa. Se tivesse vindo há uns anos atrás, eu não te ouviria, eu era uma viciada... – falou num tom triste.

- Eu sei... Mas você entrou em si e procurou sair dessa vida. Não é? – Olhei bem para a expressão dela, ela suspirou, caia suor por sua testa, com certeza ela não havia dormido e tentara escapar forçando as amarras.

- Minha vida melhorou depois que conheci o Alexis...

- Ah... Claro. Eu o conheci. – falei para ela lembrando-me da última cena que o vi, na maca na sala de cirurgia. Fiquei na dúvida se falava isso pra ela ou não, certamente isso a deixaria mais preocupada do que já estava. E eu não sabia se ele tinha sobrevivido àquela cirurgia.

- Conheceu ele? – os olhos dela se iluminaram.

- Sim. – e então contei a ela sobre como Ricardo me prendeu com Vicky e como encontrei Alexis no hospital depois. – Foi Konan quem me deu o papel com o endereço antigo de onde a quadrilha estava. Mas eu já sabia...

- Alexis, está bem? – e ela fez a pergunta crucial, fiquei sem saber o que responder, ela percebeu minha preocupação quando franzi o cenho. – O que foi Henrique? Fala!

- Dá ultima vez que o vi...

Ela prestava atenção em cada palavra que saia da minha boca. Continuei:

- Ele não estava muito bem. Ele passou mal, teve que fazer uma cirurgia. E eu não sei se ele está bem neste momento, mas eu fiz uma promessa a ele, eu prometi que te salvaria. E antes de você perguntar, ele ainda não sabe sobre nosso parentesco.

- Ai meu Deus... O que será que ele tem? – a voz dela soava desesperada, ela tentou mais uma vez se livrar das amarras sem sucesso.

- Vamos pensar positivo, Sister. – disse e tentei me levantar. Ela ficou me observando. Difícil tentar levantar quando a porcaria dos pés também estavam acorrentados. Mas que desgraçados!

- Precisamos sair daqui! – ela disse e seu lindo rosto estava cheio de lágrimas, sua voz estava rouca. – Bento deu ordens a Mikhael para matar Alexis!

Havia dor em seus olhos. Eu não sabia o que dizer a ela.

Ouvimos barulhos de alguém abrindo a porta do porão. Logo após uma batida leve na porta como se estivessem fechando à mesma e logo depois passos rápidos vindos até nós. Um garoto com uma aparência nerd nos fitava com um molho de chaves na mão. Ele parecia nervoso. Eu fiquei encarando ele, com certeza ele me lembrava alguém. Mas quem?

Meus pensamentos foram cortados quando ele se aproximou de mim silenciosamente e me soltou das correntes, ele fez o mesmo com Sky rapidamente.

- Porque está nos ajudando? Quem é você? – perguntou Sky, finalmente.

- Não há tempo para apresentações... Todos estão dormindo agora. São exatamente... – Ele olhou seu grande relógio de pulso. – são 2:00 da madrugada. Me sigam...

Foi saindo e Sky foi imediatamente atrás dele, mas eu segurei o braço dela, a mesma me olhou assustada e parou. Olhei para o garoto que virou para nós.

- O que estão esperando? Vamos! – ele disse rispidamente.

- Como sabemos que podemos confiar em você? – Perguntei a ele.

Ele ajeitou seus óculos, suas mãos estavam trêmulas.

- Confie em mim Henri... Apenas confie. – ele respondeu.

- Como sabe meu nome?

- Eu só quero vingança. – Falou ele. – Eles mataram meu pai. – disse e seu semblante ficou triste.

Fiquei pensativo por um momento e então a ficha caiu.

- Você é filho dele... É ele que você me lembra. – falei não acreditando.

- Do que estão falando? Vamos embora daqui! – sussurrava Sky.

O garoto sorriu de leve para mim e foi indo na frente, com passos leves, então pude ouvir ele responder:

- Sim, é isso mesmo que está pensando Henri. Sou Dimmy, filho do seu amigo Daniel Harris... O seu pai matou o meu pai.

Sky levou às mãos a boca e me olhou assustada. Fiz sinal para que ela ficasse calada e seguimos Dimmy, ele abriu a porta do porão e saímos. Ele olhou para trás e falou sussurrando.

- Não se preocupem vocês não tem culpa do pai que tem. Por isso estou ajudando.

Sky pareceu aliviada com o que ele tinha dito. Passamos por um corredor vazio. Chegamos à sala de estar onde alguns homens dormiam. Olhamos uns para os outros.

- E agora? – perguntou Sky.

- Fiquem aqui... Agachados. – disse Dimmy e foi perto da porta de entrada. Sky e eu ficamos escondidos perto da entrada para a cozinha.

Dimmy voltou da sala e nos olhou nervoso.

- Não havia alarmes... Eles colocaram. Que droga. Vamos ter que ir lá por cima e sair pelas janelas.

Eu e Sky assentimos e fomos subindo a escada silenciosamente. Dimmy foi nos guiando. A escada rangeu um pouco, ouvi Sky soltar um palavrão.

- Shhhh – alertou Dimmy virando para nos olhar. – Por aqui... – Sussurrou ele e subimos o restante das escadas, chegamos a um corredor. Dimmy estava suando, era evidente que ele nunca havia fugido das regras antes, era do tipo certinho. Ele nos levou a frente de uma porta à esquerda.

- Aqui é o quarto onde fico, dá para pularmos pela janela daqui. – Sussurrou ele para nós e abriu a porta do quarto. A porta se abriu vagarosamente e demos de encontro com uma sombra que ao nos ver, cruzou os braços.

- Não... – sussurrou Sky quando viu com quem demos de cara. – Mikhael...

Olhamo-nos sem saber o que fazer. Mikhael olhou de um a outro com uma expressão de raiva.

- Onde pensam que vão? – Ele parou o olhar sobre Dimmy que estava como se tivesse visto um fantasma. – Seu merdinha traíra! Vim a mando de Bento aqui no seu quarto ver o que estava aprontando e realmente... Já estávamos desconfiados de você!

- Todos vocês vão pra cadeia! – Arfou Dimmy.

Olhei para Sky e fiz sinal com a cabeça para ela seguir assim que tivesse chance. Ela entendeu o que eu quis dizer. Olhei para Mikhael que neste instante dera um soco em Dimmy fazendo-o cair no chão.

- Hey... – eu disse. – Porque não bate em alguém do seu tamanho.

Mikhael sorriu sarcasticamente e veio na minha direção. Começamos a lutar e com isso também começamos a fazer barulho. Podíamos ouvir os outros homens acordando e correndo para a escada. Eles iam chegar a nós a qualquer momento.

- VAI! – gritei para Sky assim que chutei Mikhael para o meio do corredor.

Sky ajudou Dimmy a levantar do chão e assim correram para a janela.

- Vamos ter que pular... – falou Dimmy com as mãos no rosto que estava sangrando. Eu podia ver o medo nos olhos de Sky. Eles abriram a janela. Os homens estavam chegando, Ricardo entre eles, seu olhar de fúria sobre mim.

Dimmy me olhou antes que Mikhael me atacasse mais uma vez, numa briga de socos, pude ver Dimmy pular pela janela. Sky ficou ali me olhando. O que ela estava esperando para pular? Não era tão alto, eles não iriam se machucar tanto, tenho certeza.

- Entra no quarto Henri! – disse Sky enquanto eu me desvencilhava dos socos de Mikhael, os homens chegaram, eram, muitos. Pegamos eles desprevenidos, alguns não estavam armados, eu pude notar. Empurrei Mikhael pra cima deles com grande esforço e entrei no quarto rapidamente, Sky me ajudou a fechar a porta. Arrastamos uma cômoda para a porta pra poder ganhar mais tempo. Eles batiam do lado de fora. Gritavam dizendo que iam nos matar. Fomos até a janela e nos olhamos.

- Você primeiro, Sister. – eu disse para Sky quando ouvimos um tiro. Eles estavam atirando na porta.

- Errado. Vamos juntos! – Não deu tempo de pensar em nada. Ela pegou minha mão e pulamos. Caímos de mal jeito no gramado.

Levantei-me rapidamente e ajudei Sky a levantar-se, fomos correndo para o grande portão, podíamos ouvir tiros atrás de nós.

- DIMMY NOS ABANDONOU...- gritava Sky correndo a todo custo olhando para os lados.

Chegamos ao portão de entrada da casa, cansados. Ricardo e os outros corriam atrás de nós. Bento estava com eles.

- O portão tá trancado Sky! Não vamos conseguir pular esse muro a tempo. Eles vão atirar. – Falei para Sky, e vi que estávamos encurralados.

Bento e seus homens pararam de correr quando chegamos perto do portão. Eles sorriam porque viram que estávamos sem saída. As armas estavam apontadas para nós. Sky pegou minha mão e apertou forte.

- Foi bom ter te conhecido. – ela disse.

- ORA ORA... OS IRMÃOZINHOS UNIDOS! QUE FOFO! – Caçoava Bento chegando mais perto.

Neste momento ouvimos um estrondo muito forte de um carro dilacerando o portão. Todos olharam assustados. Imediatamente, Henri e eu nos fitamos e sorrimos. Dimmy dera uma freada em cima dos homens e nos olhou.

- ENTREM LOGO. – ele disse. Corremos para o carro, entramos e ouvimos tiros e uma gritaria atrás de nós.

- BABACAS! – gritou Dimmy para eles e pela primeira vez naquela noite, nós rimos. Dimmy deu a partida e saímos dali rapidamente.

- Eu consegui pular o muro enquanto vocês distraiam os caras. – explicava Dimmy. – Não ia deixar vocês na mão.

- Que bom cara... – eu disse e observei Sky que me olhava aliviada.

Dimmy aumentou o som do rádio e seguimos ouvindo um bom e velho rock and roll pela estrada deserta.

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