Sky [COMPLETO]

By DannihLee

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Alexis Fletcher era um cara como qualquer outro, estudante de medicina, tinha uma vida toda pela frente, até... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39 (Penúltimo)
Capítulo 40 (último)
Bônus

Capítulo 30

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By DannihLee

Bati com força na mesa olhando para cada um dos meus homens.

- Como vocês deixaram que esta situação chegasse a esse ponto? Seus imprestáveis!

Estávamos na sala de reuniões do prédio no último andar, uma sala ampla, não havia janelas, apenas uma grande mesa no centro.

- Eu posso explicar senhor. – Disse Rafael calmamente.

Rodeei a mesa em que alguns homens da organização estavam sentados e outros estavam em pé perto da porta, ao todo, devia haver 30 homens ali, fora os outros que estavam vigiando nossos inimigos, e é claro os que estavam fora do Brasil. Na nossa equipe, também haviam mulheres muito habilidosas, elas geralmente se disfarçavam de donas de boutiques, gerenciavam agências de viagens e de modelos, tudo isso para atrair nosso objetivo: jovens mulheres que tinham o sonho de conquistar sua carreira fora do Brasil. Nós apenas despachávamos as garotas para os países, lá é que os outros chefes resolviam o que fazer com elas, geralmente eles a matavam para vender os órgãos no mercado negro, ou então as faziam entrar em casas de prostituição, em alguns casos, as mulheres que trabalhavam para mim eram professoras, nossos amigos do exterior pediam muitas crianças, o tráfico era enorme. Rafael explicava enquanto eu prestava atenção para Dimmy, nosso nerd em redes de computadores.

- Senhor, alguns policiais me falaram que uma moça chamada Fernanda Albuquerque fez uma denúncia, juntamente com seu marido Arthur. Pedi para olharem a ficha dela, e descobri que ela fez faculdade com Sky, ou seja, elas se conhecem. E pelo visto, ela sabe de muita coisa. Comunicou para a base da polícia do centro. Mas não se preocupe meu escrivão e o delegado que lá estavam deram fim no B.O.

- Ótimo. Procure a moça e o tal marido dela. – ordenei. – Não deixem eles saírem vivos dessa. – Fui até Rafael. – Mais alguma coisa que eu deva saber?

- Sim senhor, é sobre a organização do capitão Irvin, Kate, nossa informante de lá, disse que eles estão de volta. Se bem me lembro, o último informante deles infiltrado aqui foi Daniel Harris, mas nós descobrimos e o matamos, e mandamos entregar o corpo para o idiota do Irvin. – Ele e os outros homens deram uma gargalhada.

Eu não conseguia sorrir de nada, eu estava estressado demais com estas informações, os homens perceberam e pararam de gargalhar.

- Irvin e seus homens são uma ameaça para nós. Vocês sabem disso! Não há motivos para rir. O homem que vocês pegaram na estrada, quando eu estava ocupado, quem era ele? Aquele que prenderam aqui com Victoria... Quem era ele? – perguntei e meu olhar foi ao encontro do olhar roxo de Ricardo.

- Ele não é ninguém importante senhor, foi só ex namorado de Victoria. – respondeu Ricardo com receio.

- Não é ninguém importante, mas deixou ele te bater, deixou ele fugir com ela! Eu deveria acabar com você Ricardo! – cheguei perto dele e esmurrei sua barriga. Ele ficou grunhindo de dor enquanto os outros homens olhavam. Dimmy ergueu uma mão, e com a outra ajeitou seus óculos. Sua aparência nerd às vezes me fazia sorrir.

- Diga Dimmy... – eu disse bufando de raiva.

- Tenho uma pergunta a Rafael... – ele olhou de mim para Rafael. – Como conseguiu esta nova informante na organização de Irvin? Pagou quanto a ela?

Rafael sorriu com seu jeito irritante, fiquei perto da porta observando.

- Não paguei nada. – disse ele com desdém. – Puro charme.

Dimmy revirou os olhos em resposta. – Por Deus Rafa! Você dormiu com ela? Tão fácil enganar as mulheres hoje em dia! - falou parecendo decepcionado.

- Nós estamos de olho em Irvin desde o ultimo informante que ele pôs aqui! É lógico que iriamos saber sobre Kate. Ela não vai nos trair. Vocês sabem como é mulher apaixonada não é? – continuou Rafael.

Dimmy ignorou-o e olhou para mim.

- Quer que eu invada o sistema deles novamente senhor?

- Faça isso. Preciso saber quem são os outros homens de Irvin. – Olhei para Ricardo outra vez. – Tem certeza que o homem que fugiu com Victoria não é uma ameaça para nós?

- Tenho. – respondeu ele indeciso.

- Como ele se chama?

- Henrique. – respondeu ele olhando o chão.

Peguei o rosto dele e o pus em direção aos meus olhos.

- OLHE PARA MIM QUANDO EU FALAR COM VOCÊ!

- Henri... Henrique senhor... Ele se chama Henrique. – disse Ricardo gaguejando.

Meu rosto ficou inexpressivo quando eu ouvi aquele nome. Henrique? Não! Não pode ser!

Virei-me para os homens e ordenei a Filipe, que cuidava das viagens das garotas, que tirassem elas dali o mais rápido possível para o avião. Elas teriam que ir para a Rússia ainda hoje. Oito Homens monitoravam as viagens, cinco garotas eram levadas de dois em dois dias para algum país. Dependia de onde estivesse precisando no momento. Filipe saiu com mais sete homens.

- A reunião terminou, fiquem de olho! Não quero mais problemas. Ah! Não se preocupem com Alexis ou Victoria, eles não são uma ameaça, acreditem. E Dimmy, descubra tudo sobre Henrique Queiroz. Daqui a 20 minutos nós iremos mudar de lugar, se for o Henrique que estou pensando ser, ele já deve estar agindo.

- Como sabe o sobrenome dele senhor? Eu não mencionei. – perguntou Ricardo fazendo expressão de dor.

- Não te interessa, vá para a enfermaria! Cuide desses ferimentos. Ainda preciso de você.

Falei rispidamente e sai da sala, desci a grande escadaria até ao térreo, passei pelo refeitório e peguei pão, frutas e uma garrafa com água. Eu sentia que o circo estava se fechando, odiava me sentir assim. O nome "Henrique" estava na minha cabeça, mas não podia ser o mesmo Henrique que eu conhecia tão bem, não! O meu Henrique estava morto! Passei pelo corredor estreito e desci uns degraus da escada curta que me levava a um alçapão, abri o mesmo e desci mais umas escadinhas, acendi a lanterna do celular na escuridão que se seguia, cheguei a uma pequena porta, tirei a chave do meu bolso e abri. Vi minha filha caída no chão, devia estar fraca, deixei ela praticamente horas sem água e comida. Entrei e tranquei a porta de volta. Fui ao encontro dela, me abaixei e deixei a garrafa com água, às frutas e o pão perto dela.

- Sky? Acorda querida. – falei calmamente.

Ela se mexeu, me olhou com seu olhar feroz, pegou a água e bebeu de uma vez só.

- Me deixa ir embora... Eu te dou toda a grana que eu tenho. Deixa-me ir. – disse ela com a voz fraca.

- Você sabe bastante coisa para que eu deixe você ir, filha. - me apoiei na parede e fiquei olhando para ela.

- Você não é meu pai! Um pai de verdade não faz isso com os filhos! – ela disse levantando-se devagar. Encarei-a.

- Quero saber até onde...

- Até onde o que? – ela ergueu a sobrancelha, pegou uma fruta no chão e começou a morder.

- Até onde contou para Alexis... Ele sabe que sou seu pai? Ele sabe do que se trata a quadrilha?

Ela não respondeu. Fui até ela e a coloquei contra a parede apertando os seus braços e deixando a fruta que ela tinha cair no chão. – DIGA!

- Ele não sabe de nada! – sua respiração ficou alterada, seus batimentos estavam irregulares, pude sentir pelos pulsos dela que eu apertava. Ela estava mentindo.

- MENTIROSA. – Falei e lhe dei um tapa no rosto. Ela caiu de lado. Peguei meu celular e liguei para Mikhael.

- Sim, senhor? – disse ele ao atender o telefone.

- Preciso que vá atrás de Alexis Fletcher.

- Claro senhor... O que devo fazer com ele?

- Mate-o. – disse e desliguei.

Sky começou a gritar desesperada, ela levantou e começou a me bater, segurei seus pulsos.

- Eu te avisei para ficar longe dele.

- SEU ASSASSINO! EU TE ODEIO! EU TE ODEIO! VOCÊ NÃO VAI SAIR VIVO DESSA!

Comecei a gargalhar e joguei-a no chão outra vez.

- Também mandei matar a sua amiga e o marido dela, eles fizeram uma denúncia. Eu te avisei Sky! Ninguém se mete no meu caminho! – me virei para ir embora, ela correu e bloqueou o meu caminho.

- Me mate! ME MATE! – ela disse com os braços abertos.

Comecei a rir achando aquela cena a mais ridícula de todas.

- SAI DA MINHA FRENTE! – Eu disse. – Quer fazer a típica cena de Romeo e Julieta agora? "Não posso viver sem meu amor". – imitei uma voz dramatizada. – Ainda hoje iremos para o outro prédio, pedirei a Mikhael para vim aqui te contar como foi à experiência de ter matado o rival dele. HAHAHA! - A tirei do meu caminho, abri a porta e fechei, trancando-a. Ela berrava. Deu para ouvir seus gritos até eu abrir a porta do alçapão. Depois fechei e não se ouvia mais nada. Passei pela sala de Dimmy, ele estava lá trabalhando em seu computador. Logo após a morte de Daniel Harris, encontramos ele, uma peça rara, ele é realmente muito útil.

- Descobriu alguma coisa sobre Henrique Queiroz? – perguntei.

- Ele está morto, senhor. – disse ele.

- Foi o que pensei. E ele morreu como? – perguntei, mas já sabia a resposta.

- Na guerra, senhor. Ele fazia parte das forças armadas americanas. Era soldado que nem o senhor já foi quando morou nos EUA. – disse Dimmy. Esse garoto sabia demais. Eu não gostava de falar desse passado.

- Sim, Dimmy, eu já fui soldado, nada, além disso. Não permaneci muito por lá. Separei-me da minha primeira mulher e me mudei para lá. – acrescentei sabendo que ele já sabia disso.

- E seu filho? – perguntou ele. – O que morou com o senhor nos EUA?

Fechei a cara para ele, eu não gostava de falar disso. Dimmy xeretava demais. Fechei a porta da sala dele com força e sai em direção a minha sala preparando tudo para a mudança de lugar. Tínhamos uma reunião importante no dia seguinte com os chefes dos outros países envolvidos no tráfico, e eu precisava me acalmar.

*~*~*~*~*

Mamãe fazia carinho no meu rosto. Aquele cheiro, aquele sorriso. Fiquei muito feliz em vê-la. Eu não sentia mais dor.

- Vai ficar tudo bem querido. Eu estou aqui. – ela dizia e eu sorria. – Você precisa ser forte filho. Eu te amo.

Ela disse, mas sua voz foi ficando distante. Ela foi ficando distante. Desesperei-me ao vê-la ir.

- Não! Não! Mãe! – eu dizia. – Eu também te amo! Volta! Por favor, mãe!

Mas minha mãe havia sumido. Senti alguém apertar minha mão com bastante força.

- Alexis? Alexis!

Então abri meus olhos, Alicia me olhava assustada. Ela tirou a máscara de oxigênio do meu nariz.

- Lexi! Graças a Deus! – ela sorria, seus olhos brilhavam. Eu estava assustado. – Você estava gritando! Teve algum pesadelo?

- Alicia...

- To aqui... Não fala muito. Sua cirurgia foi um sucesso! – ela disse animada.

De repente lembrei-me de tudo o que acontecera antes.

- Vicky... Sky! – disse e tentei me levantar sem sucesso é claro.

- Fique ai! Fique onde está! Vicky tá bem! Henri foi atrás de Sky. – ela respondeu e me senti mais aliviado.

- O que houve comigo? – perguntei, minha voz estava fraca, eu ainda estava meio tonto.

Alicia pegou na minha mão mais uma vez e apertou, ela ficou triste de repente, então apertei a mão dela de volta. Ela sorriu.

- Fazia tempo que você sentia dores e não falava pra ninguém não é? – ela perguntou olhando nossas mãos entrelaçadas.

- Eu achava que era coisa da paraplegia. Dores na coluna, dor de cabeça. – assumi.

- Você teve complicações. – ela disse. – Estava com inicio de trombose venosa profunda, queria te dar início de enfarte devido a isso e também estava com um pequeno tumor na coluna cervical. Mas o Dr. Morgan nos disse que uma hora ou outra você ia ter que fazer esta operação, você teve um grande avanço durante os anos na fisioterapia e ele e o Dr.Phillip planejavam a sua cirurgia para o mês que vem, mas devido a esses acontecimentos, eles fizeram tudo de uma vez só. Sua cirurgia demorou muito Lexi. – ela franziu o cenho.

Fiquei surpreso com as informações, olhei no canto da sala e havia flores, a luz da janela inundava o quarto do hospital. Eu estava prestes a morrer e nem sabia.

- Trombose venosa profunda? – perguntei atônito. – Meu Deus! Tumor? Não vou mentir, eu desconfiava do tumor devido a minha situação. Mas resolveram tudo? Eu to mesmo bem? – perguntei a ela e lembrei que ela estava na sala de cirurgia. – Você participou da minha cirurgia?

Ela sorriu como se ficasse satisfeita em responder isso.

- Participei. Estamos nos formando! Você queria o que?! - ela sorriu mais ainda. – Mas é claro que eu estava auxiliando os médicos. E sim, você está bem! A partir de agora suas fisioterapias serão diferentes. Creio que depois dessa cirurgia, vai passar a sentir mais suas pernas. – ela disse parecendo a pessoa mais feliz do mundo.

- Obrigado. – eu disse e depois de muitos anos sem fazer isso, sorri para ela. – Eu pensei que fosse morrer.

- Não diga isso. Seria chato sem você aqui. – ela disse e beijou meu rosto.

Ignorei, ela se distanciou parecendo envergonhada.

- Quem deixou essas flores ai? – perguntei.

- Norah... Eu acho que ela gosta de você. – ela fez cara de abuso e eu sorri. – Diego também está ai, e tem umas pessoas ai também, amigos da Sky, tal de Nanda e o marido dela. Konan está com Vicky.

- Nanda e Arthur estão aqui? Posso recebê-los? – perguntei ainda meio preocupado por lembrar-se de Sky.

- Ainda não. Já já você terá que tomar um remédio que vai te fazer dormir. Depois disso serão as horas exatas das visitas e ai estará mais disposto. – ela disse, explicando.

- Ah... Poxa Alicia. Por favor. Eu já estou disposto. Já dormir demais! – reclamei.

Ela se aproximou novamente e suspirou.

- Lexi... Eu ainda amo você. Faria tudo pra te ter de novo, menos isso. – e fechou a cara de um jeito fofo. Eu não sei por que mais comecei a rir. Ela sorriu junto, colocando a máscara de oxigênio em mim e beijando novamente meu rosto. Na hora, uma enfermeira entrou e fez seu trabalho. Antes de dormir, olhei para Alicia e disse já sonolento:

- Sky...

Alicia me olhou com carinho e entendeu o que eu quis dizer.

- Vou tentar ter alguma notícia dela para você. – disse com sinceridade e sorriu.

E então finalmente eu soube que Alicia havia mudado.

*~*~*~*~*~*

Eu e Irvin estávamos em frente ao prédio que eu havia fugido com Vicky horas atrás. Percebi que meu parceiro de batalha me olhava preocupado.

- Tá tudo bem mesmo? – Perguntou-me ele com seu sotaque.

- Eu só quero que isso tudo acabe de uma vez. Mandei três dos nossos homens disfarçados para a empresa do avô da Sky. Eles irão protegê-lo, vão tirar ele de lá sem que os capangas do Bento saibam.

- Ótimo.

Irvin e eu vimos alguns homens saírem do prédio, Sky estava entre eles, ela estava vendada. Era a primeira vez que eu a via pessoalmente. Fiquei de boca aberta.

- É ela. – disse Irvin. – Ela cresceu. Está tão linda. – ele continuou. – Daniel Harris, nosso parceiro, foi quem nos falou dela, você sabe isso foi antes de você entrar neste caso.

- Ela não parece feliz. – eu disse. – Ela realmente não faz parte disso.

- É claro que não faz. Antes de matarem nosso amigo, ele nos enviou o que era necessário para crermos que Bento estava usando a garota. Você o conhece Henri, sabe do que ele é capaz.

Os homens entraram numa Van preta com Sky.

- Vamos segui-los? – perguntou Irvin. – Se está esperando pelo Bento, acho que ele saiu pelo outro lado. Tem uns homens que estão vigiando por lá também.

Tínhamos um plano, recebi uma informação de algum desconhecido no meu e-mail, dizendo que amanhã iam estar todos os líderes da máfia no Brasil. Repassaram-me o endereço de onde se encontrariam e tudo mais. Seria ótimo pega-los todos juntos! Logicamente que não acreditei no e-mail, mas abaixo dizia: Só segui-los daqui à uma hora, eles vão mudar de lugar para o endereço que eu citei. Acredite Henrique. Mais do que você eu quero justiça!

Este final me chamou a atenção, seja lá quem tenha sido, odiava Bento e sua gangue. Resolvi arriscar, além do mais, eu já estava ali no prédio antigo, eu ia segui-los de qualquer maneira. Se o e-mail do desconhecido for verdadeiro, será perfeito para nós. Nosso foco não era o Bento neste momento.

Acelerei em direção ao carro que Sky estava. Seguindo-os cautelosamente.

- Ele pensa que estou morto. Não voltei pra casa desde aquela guerra civil. Não dei noticias e ele não veio atrás. Quando eu descobri que ele se metia nessas coisas. Me deu nojo Irvin! A palavra é essa. NOJO! – desabafei batendo as mãos no volante de olho no carro à frente.

- Mas agora você faz parte da nossa equipe para combater esses bandidos meu amigo! Eis a sua grande vingança!

- Como que um desgraçado desse consegue fazer isso e dormir bem à noite? Ele usa a própria filha! Eu quero mata-lo Irvin!

- Não cabe a nós fazer esse tipo de julgamento. Faremos nosso trabalho, pegamos o maldito e os federais que cuidem dele. Está quadrilha é de cunho internacional, seria ótimo se ele fosse julgado fora deste país! Iria pegar pena de morte com certeza.

Alguns minutos depois, eles chegaram a uma grande casa, um pouco afastado da cidade. Desceram da Van, as mãos de Sky estavam amarradas.

- O chefe foi resolver outro assunto. – disse um deles para os outros.

Sky estava de cabeça baixa. Me deu uma tristeza ver ela assim. Irvin percebeu.

- Temos que ir. Já sabemos onde eles estão, vamos avisar as outras equipes, nossos amigos de outros países. Nossos aliados. – falou. – Aquele e-mail que te mandaram estava certo, paramos no endereço que o desconhecido nos falou.

- Não vou voltar com você Irvin. Eu vou ficar aqui de tocaia. Preciso salvar ela. Preciso que ela fique bem. – respondi olhando para Sky de longe, eles seguiram com ela para a casa, trancaram o portão e entraram.

- Henri. Não se precipite! Estamos nisso há anos! – falou com seu sotaque me olhando preocupado.

- Eu não sabia Irvin! – disse em minha defesa. – Eu descobri no dia que você descobriu! Eu também não sabia que tinha uma irmã! Descobrimos todos juntos durante a investigação! Você acha que estou legal com isso?

- Sei que não está, mas que diabos vai ficar fazendo aqui?

- Quero tirar ela dai antes que isso vire uma zona de guerra, ou você acha que Bento vai se entregar fácil? – olhei Irvin esperando uma resposta.

- Certo. Então eu vou com você. – disse ele.

- Não. Você tem que voltar e avisar os outros. Você é nosso capitão. Eu fico e logo estarei com você. Se alguma coisa me acontecer, você saberá onde estou. Melhor um de nós se salvar que os dois serem pegos. – falei e olhei a expressão pensativa dele. Irvin não era do tipo que recuava, mas assentiu.

- Certo. Tome cuidado. – ele disse. Eu sai do carro e me escondi atrás de uma árvore mais perto do portão. Rodeei o grande muro ali. Eu teria que escalar. Olhei ao redor, não havia ninguém, estava anoitecendo, escalei o muro com grande esforço, mais uma vez agradecendo por eu ser um soldado e já ter passado por provas piores que essa. Cai do outro lado do muro de mau jeito. Levantei-me rapidamente olhando em todas as direções. Observei a casa. Era enorme, estava mais para uma mansão. Parecia àquelas mansões antigas, sua estrutura era antiga, seu grande jardim estava bonito e bem cuidado. Me escondi atrás de um arbusto quando percebi que vinha alguém. Um dos capangas entrou na casa. Merda! Quase fui pego!

Olhei para o alto, perto do telhado, havia câmeras, mas pude perceber que dava para filmar apenas se eu ficasse perto da porta, e eu estava longe. Olhei ao redor. Vi uma câmera perto do portão principal. Ainda bem que rodeei. Espero que ninguém tenha me visto.

- Eu preciso entrar ai... – Disse a mim mesmo, resolvi ir pelos fundos, contei os segundos que a câmera perto da porta virava para o outro lado, e quando virou, corri para o arbusto mais próximo. Havia uma grande janela no lado, cheguei perto, agachado, não pude ver grande coisa por causa das cortinas. Fui agachado até os fundos da casa. Uma mulher passava pela cozinha falando alguma coisa que não entendi. Ela abriu a porta da cozinha e saiu para o jardim. Abaixei-me torcendo para que ela não viesse para o lado que eu estava. Não veio! Ela estava de costas, aproveitei que a porta dos fundos estava aberta e entrei. Escondi-me perto do fogão, um dos homens de Bento entrou na hora e me viu. Veio para cima de mim, mas eu o derrubei e envolvi meu braço no pescoço dele. Sua estatura era média, era um garoto ainda, ele não devia nem ter 20 anos.

- Onde Sky está? – perguntei sufocando-o.

- Porão. – disse ele quase sem voz.

- Onde fica o porão? – perguntei meio sem paciência sabendo que a mulher voltaria a qualquer momento.

- Na porta no final do corredor. – apontou ele.

Rapidamente peguei um líquido do meu bolso e dei para ele beber. Ele tentou lutar contra, mas era fraco. Empurrei o líquido na garganta dele e logo ele já estava desacordado.

- Você vai apenas dormir profundamente. – eu disse e deixei-o lá no chão. Sai em disparada para o corredor e vi mais dos homens na sala principal. O corredor era grande, haviam muitos quartos, segui rapidamente para a porta no final do corredor. Abri a porta e havia uma escada, desci a mesma com cuidado. Nenhum dos capangas estava por ali. Não que desse para ver. O porão era enorme, estava escuro com algumas frestas de luz vindas de cima. Sky estava sentada amarrada e amordaçada. Estava fácil demais. A porta estava aberta, e nem deveria estar.

Corri para ela e tentei lhe tirar as amarras, mas ela me olhava apavorada como se quisesse me dizer algo. Tirei a mordaça dela.

- Atrás de você! – ela gritou.

Virei-me e lá estava Bento, de olhos arregalados para mim, logo sua expressão era de fúria.

- Filho. – ele disse e apontou uma arma para mim.

Sky gaguejava sem entender nada. É claro que ela não sabia de mim. Eu era mais velho, nossas mães não eram as mesmas. Apenas o idiota do nosso pai. Que estava com a arma apontada para a minha cabeça.

- Pai. – respondi de volta secamente.

- Eu pensei que estava morto. – disse ele me olhando como se eu fosse um fantasma.

- Abaixa essa arma. – Pedi.

- Veio salvar sua irmãzinha? - Ele gargalhou. – Como soube? Então é verdade que está com Irvin nessa?

- Desconheço esse nome. Eu apenas a segui. – menti.

Bento avaliou-me por uns instantes, abaixou a arma, e chegou perto de mim.

- Estou decepcionado com você Henri. – disse isso e sem eu esperar me nocauteou. Ouvi os gritos de Sky e apaguei.

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