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Três dias depois da minha suspensão, eu retornei para o colégio.

Era quinta-feira de manhã e alguns alunos já estavam com seus planos definidos para o fim de semana enquanto conversavam em voz alta no ar livre. Eu passei por eles, ajeitando a alça da minha mochila nas costas quando Teo se enfiou na minha frente, me fazendo parar abruptamente. Por pouco, eu não tropecei em cima dele.

— Finalmente — ele disse, me encarando.

— Você é louco?! — perguntei com o mau humor explícito na minha voz.

— Eu quero saber por que você me deu o cano na segunda e por que não atendeu as minhas ligações?!

Eu cruzei os braços e olhei diretamente em seus olhos.

— Você se finge de tonto ou o quê?

E então Teo teve a audácia de fingir uma expressão surpresa.

— Do que você tá falando, Elisa?

— Você tava com outra! — disparei. — De novo! Eu fui uma idiota por acreditar em você...

— Você tá louca?! — ele me interrompeu. — Da onde você tirou isso?!

— Eu vi! Você tava se agarrando com outra garota justo na hora que eu tava chegando na sua casa!

De repente, Teo me fitou e soltou uma risada sem humor.

— Aquela é a Alana, a minha irmã. Eu te mandei mensagem avisando que minha mãe e minha irmã tinham chegado, mas você nem viu.

Eu não acredito.

— Isso é sério? — perguntei, desconfiada.

— É lógico que é sério, Elisa! Por acaso você acha que eu tenho algum tipo de relação incestuosa com a minha irmã?!

Eu soltei um suspiro frustrado e desviei os olhos dele.

Não acredito que aquela garota que estava abraçando Teo era a irmã dele. Eles pareciam tão íntimos quando eu os flagrei que eu pensei que fosse uma garota qualquer que estava a fim dele.

— Eu fui na sua casa na terça, mas sua mãe disse que você tava na casa da sua avó — Teo continuou.

Voltei a olhar para ele.

— É, eu fiquei lá até ontem.

Teo assentiu e perguntou:

— E então? Agora você acredita que eu não estava traindo você?

Eu fiz que sim, me sentindo meio envergonhada com meus pensamentos estúpidos.

De repente, Teo me envolveu em seus braços e encostou os lábios macios e quentes nos meus. Em seguida, eu desviei a boca da sua e me aconcheguei em seu abraço, deixando seu cheiro tomar conta de mim.

Nesse momento o sinal do colégio tocou e eu me afastei lentamente dele. Teo cruzou seus dedos com os meus e começamos a seguir na direção da entrada quando um braço pesado envolveu o meu ombro.

Eu olhei para o lado e meus batimentos cardíacos ficaram ainda mais acelerados.

— E aí, Elisa? — Pedro perguntou com um sorriso debochado.

— Ei, se manca, cara! — Teo soltou minha mão e empurrou Pedro tão rápido que eu não tive tempo nem de piscar. — Fica longe dela!

Pedro riu e baixou seus olhos divertidos para mim.

— E então você já voltou com ele? — perguntou Pedro. — Eu pensei que você fosse mais inteligente, Elisa.

Eu estava prestes a me manifestar quando Teo disparou:

Não Me Abandone Where stories live. Discover now