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Pedro

Eu estava sentado na minha cama quando recebi a notificação de uma mensagem de Bianca.

Vc já fez o que eu te pedi?

Suspirei e ignorei sua mensagem, voltando ao que eu estava fazendo. Eu odiava trabalhar sob pressão e Bianca estava começando a ser um pé no saco.

Observei atentamente a foto que Elisa tinha postado em seu Instagram. O otário do Teo estava ao lado dela enquanto ela sorria para câmera.

Recostei no travesseiro. Eu precisava dar um jeito nisso. Teo estava atrapalhando meus planos e isso não podia continuar assim.

Encarei a porta do meu quarto, pensativo. De repente, ouvi uma voz muito familiar vindo do andar de baixo.

Levantei da cama, saí do quarto e desci rapidamente as escadas.

Era meu pai.

Minha mãe parou de abraçá-lo assim que eu me aproximei. Meu pai arrastou as rodinhas da mala no chão e avançou na minha direção.

— E aí, garoto? — ele abriu um sorriso e me abraçou, dando dois tapinhas nas minhas costas. — É impressão minha ou você tá mais alto?

— Eu jogo basquete — falei, o encarando. — Eu tinha que crescer um pouco.

— E como vai o basquete? Fiquei sabendo que você foi aceito no time daquele colégio novo.

— É e eu vou participar do campeonato na semana que vem.

— É mesmo? — ele parecia surpreso com a notícia. — Então, eu vou te ver jogar.

Eu o olhei, sem acreditar no que ele disse.

— É sério?

— É lógico que é sério — ele botou a mão no meu ombro e esboçou um meio sorriso. — Pode contar com a minha presença. Eu quero ver você arrebentando naquela quadra.

Eu sorri.

— Pode deixar. Eu não vou te decepcionar.

— Acho bom — ele começou a se afastar de mim, seguindo na direção da escada. — É melhor você trazer um belo troféu pra essa casa.

Meu sorriso se alargou e eu olhei para minha mãe, que sorriu para mim e se aproximou.

— Vai tomar um banho. Eu vou colocar o jantar na mesa.

Eu assenti e comecei a subir a escada. Meu pai tinha acabado de entrar em seu quarto quando eu cheguei no corredor.

Segui pelo corredor e parei na frente do quarto dos meus pais. A porta estava entreaberta e meu pai estava desfazendo a mala em cima da cama.

Eu estava prestes a seguir para o meu quarto quando ele tirou uma arma de dentro da mala, guardando na gaveta da mesa de cabeceira ao lado da cama. Em seguida, ele fechou a gaveta e tirou algumas peças de roupa da mala.

Sem fazer barulho, eu deixei o quarto dos meus pais para trás e me enfiei no meu quarto sem levantar suspeitas.

***

Quando as aulas acabaram no dia seguinte, eu estava caminhando pelos corredores do colégio enquanto Rafael tagarelava ao meu lado:

— A gente precisa humilhar nossos adversários, cara. Precisamos treinar pra caralho essa semana, sacou?

Eu olhei para ele.

— Fala isso para o Teo. Ele falou tanto de responsabilidade quando eu entrei no time, mas desde que ele começou a ficar com a Elisa, ele vive saindo do treino fora do horário e o técnico deixa por isso mesmo.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now