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Mais uma vez eu estava na biblioteca pública estudando com Pedro.

Enquanto ele tentava resolver alguns exercícios de Química, eu perguntei:

- Acho que agora você percebeu que Química não é tão difícil assim, não é?

Pedro ergueu o rosto do seu caderno e perguntou:

- Por quê? Você não quer mais me ajudar?

Eu sorri antes de responder:

- Nós não vamos ficar nessa o ano inteiro, Pedro. Eu tenho outras coisas pra fazer, outras matérias para estudar.

- Esse é o seu jeito educado de me dispensar? - ele esboçou um meio sorriso.

- Só estou avisando - eu disse. - Nós temos prova de Biologia na segunda, lembra?

- Eu sei. Eu não quero te atrapalhar, é que eu preciso mesmo de ajuda, Lisa.

- Eu sei - falei, compreensiva. - Agora volta para os seus exercícios.

Ele alargou o sorriso e voltou a escrever no caderno.

Assim que Pedro terminou de resolver seus exercícios, a gente começou a sair da biblioteca em passos lentos.

Eu estava usando a bota ortopédica há uma semana e já sentia o meu tornozelo curado da lesão. Provavelmente amanhã, sábado, seria o dia em que meu pé iria se ver livre dela.

- Vai rolar uma festa hoje - Pedro disse, enquanto passávamos pelas portas duplas da biblioteca. - Você não vai poder ir, não é?

- Provavelmente não - eu respondi, conformada. - Aparecer numa festa com o tornozelo imobilizado não é muito legal.

- Então, já que eu não vou te ver hoje à noite... - Pedro parou de falar, pegou no meu rosto com as duas mãos e aproximou a boca da minha, grudando os lábios quentes nos meus.

Eu fiquei imóvel enquanto sentia o cheiro de sua colônia levemente amadeirada e a sensação quente dos lábios se movendo nos meus.

De repente, eu desviei os lábios dos seus e o encarei, surpresa.

- Por que você fez isso? - eu perguntei, olhando em seus olhos escuros. 

- Você não gostou?

- Mas e a Marcela? Você rompeu com ela?

- Esquece a Marcela, Elisa - ele começou a acariciar a minha bochecha. - Eu não tenho nada com ela, eu já disse.

- Mas ela gosta de você.

- Mas acontece que é de você que eu gosto - ele aproximou o rosto do meu novamente. - A Marcela foi só um passatempo, nada mais.

Pedro encostou os lábios nos meus novamente e dessa vez, eu me entreguei ao seu beijo, deixando que ele colocasse a língua na minha boca. Ele me puxou para mais perto, encostando o seu corpo forte no meu enquanto nossas línguas se deslizavam em uma sincronia lenta e inebriante.

Alguns segundos depois, Pedro desviou a boca da minha e disse:

- Seu beijo é incrível - ele sorriu.

Eu abri um largo sorriso e aproximei o rosto, lhe dando um selinho de felicidade.

- Eu posso te acompanhar até sua casa? - Pedro perguntou.

- É claro - falei, ciente de que eu estava sorrindo como uma boba.

Eu estava feliz por ter beijado um dos caras mais bonitos do colégio. Tudo bem que Pedro estava com Marcela há uma semana atrás, mas já que ele abriu o jogo comigo, eu tinha mais é que dar uma chance a ele, afinal, eu também estava interessada nele.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now