Não Me Abandone

18

Eu já tinha tomado a minha decisão.

Não adiantava nada eu me comportar de acordo com o que as pessoas esperavam de mim.

Eu tinha que viver minha vida sem me importar com a opinião alheia e era exatamente isso que eu estava fazendo.

Enquanto eu dançava no ritmo da música eletrônica com uma garrafa de vodka pela metade na mão, avistei Marcela sozinha perto da parede, olhando na minha direção. Podia ser impressão minha, mas eu percebi que ela e Pedro estavam meio distantes naquela semana.

Dei mais um gole na minha bebida e desviei os olhos de Marcela. Eu estava em mais uma das festas de Teo e o que eu mais queria naquela noite era me embebedar, dançar e beijar muito na boca. Afinal, é para isso que as festas servem.

Pensando nisso, eu me aproximei de Rafael que estava dançando perto de Ruth, puxei-o pelo braço fazendo ele olhar para mim e sem aviso, inclinei o rosto encostando meus lábios nos seus. Não demorou para ele corresponder ao beijo, pegando na minha nuca.

Quando separamos nossas bocas, Rafael perguntou:

- Qual foi o motivo disso?

- Motivo nenhum - respondi, sorrindo. - Só estou me divertindo.

Em seguida, lhe dei as costas e me dirigi até Ruth, selando meus lábios nos dela.

- Você tá beijoqueira hoje, hein? - Rafael disse atrás de nós.

- Se depender de mim, eu vou pegar todo mundo nessa festa - falei.

- Já que é assim... - Ruth me puxou de volta e começou a me beijar, lenta e profundamente.

Assim que terminamos de nos beijar, eu vi Rafael e Adam olhando para nós duas completamente embasbacados.

- Elisa, é você? - Adam perguntou, sorrindo.

Eu ri e me aproximei dele lhe dando um selinho demorado.

- Sou eu sim - falei, sorridente. - Vamos dançar.

Puxei Adam e Ruth comigo e nós começamos a dançar juntos no ritmo da música animada. De repente, eu vi Pedro olhando na nossa direção com seus olhos avaliadores.

Aproveitando que ele estava me encarando, eu ergui as duas mãos e lhe mostrei os dedos do meio.

Pedro me lançou um olhar raivoso e se virou, saindo do meu campo de visão.

Ótimo.

Depois da dança, eu fui até a cozinha encontrando a mesa e a pia cheias de copos e garrafas vazias. Logo, peguei um pequeno copo de gelatina alcoólica em cima de uma bandeja e virei na minha boca de uma só vez.

Aquilo estava muito bom. Peguei mais um e engoli o conteúdo dentro de segundos.

No instante seguinte, eu saí da cozinha e subi a escada com a intenção de ir até o banheiro.

Assim que parei diante da porta, girei a maçaneta e me deparei com a porta trancada. Ou o banheiro estava ocupado ou havia mais de uma pessoa se pegando lá dentro.

Me virei, pensando em ir no banheiro do andar de baixo e quando dei um passo à frente, um líquido gelado foi derramado no meu top preto me causando arrepios.

Porra...

- Olha por onde anda - Pedro disse, depois de ter derramado seu copo de cerveja em mim.

- Você é um otário! - eu o empurrei com as duas mãos e ele nem saiu do lugar. Apenas esboçou seu sorriso idiota.

- Isso foi por você achar que pode fazer o que quiser comigo - ele prendeu seus olhos nos meus.