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— Espero que você goste.

— É claro — Camile respondeu meu pai enquanto olhava ao redor do quarto recém-mobiliado. — Muito obrigada.

Meu pai esboçou um sorriso satisfeito e pousou a mão no meu ombro.

— Você pode ajudar a Camile a guardar as coisas, anjinho?

— Claro — respondi.

Ele deu meia volta e saiu do quarto enquanto Camile e eu encarávamos uma a outra.

— Você não precisa ficar se não quiser — Camile disse primeiro.

— E quem disse que eu não quero? — Me aproximei da mala dela. — Por onde eu começo?

Camile continuou me encarando e finalmente disse:

— Olha... eu não quero incomodar. Eu sei que você não gostou nada disso...

— Pode parar — eu a interrompi. — Você não sabe nada. Além disso, eu não estou a fim de brigar. Você é bem-vinda aqui e é isso que importa.

Ela pareceu surpresa com o que eu disse.

— É sério?

Eu fiz que sim com a cabeça.

— Você é tipo a filha mais velha dos meus pais e isso quer dizer que nós somos quase irmãs, então, não é legal a gente ficar brigando toda hora. Vamos só viver em paz.

Camile assentiu.

— Tudo bem. — Ela abriu a mala e tirou algumas peças de roupa. — Você pode colocar isso no guarda-roupa, por favor?

— É claro. — Tirei as roupas das mãos dela e me aproximei do armário. — Eu espero que você goste de morar com a gente.

— Obrigada.

— Eu também espero que você me faça alguns favores quando eu precisar sair com o Teo.

Camile ergueu uma sobrancelha e perguntou:

— É seu namorado?

— É, sim.

— E seus pais não deixam você namorar?

— Deixam, mas meu pai fica enchendo o saco quando eu vou na casa dele.

— Oi!

Olhei na direção da voz e vi uma Marcela toda sorridente passando pela porta.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei.

— Eu vim ajudar na mudança. — Ela cumprimentou Camile com um beijo na bochecha e fez o mesmo comigo. — Então? Vocês já estão se dando bem?

— Estamos — respondi.

— Até que enfim. — Ela alargou o sorriso. — Que bom que você levou meu conselho em consideração.

Eu cruzei os braços e revirei os olhos. Óbvio que os conselhos de Marcela não tiveram efeito nenhum na minha decisão. Eu decidi isso sozinha.

Marcela começou a ajudar Camile e já que ela estava ali, eu resolvi ir para o meu quarto.

Peguei meu celular e comecei a navegar pelo Instagram até ver uma nova publicação de Victória.

Ela tinha postado uma foto da asa do avião voando sobre as nuvens e uma bandeira do Estados Unidos como legenda.

Curti a foto e soltei um suspiro.

Victória tinha ido mesmo embora e deixado suas amigas para trás. Tentando ignorar a saudade, deixei o celular de lado e peguei meu caderno para ocupar a minha mente com um pouco de estudo.

Não Me Abandone Onde as histórias ganham vida. Descobre agora