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Depois que a festa de aniversário da minha mãe acabou e todos os convidados foram embora, eu comecei a ajudar os meus pais a arrumar a bagunça e a limpar a mesa da sala.

Minha mãe estava com uma expressão aborrecida enquanto organizava os pratos em uma pilha. Parecia que ela iria quebrar os pratos toda vez que colocava um em cima do outro.

- Deixa que eu faço isso - meu pai disse, largando o pote com as sobras do bolo em cima da mesa.

Ela o encarou e disparou:

- Pode sair daqui, Mateus!

Ele a fitou, sério.

- Qual é o problema, Thaissa? Você acha mesmo que eu ia dar em cima de uma adolescente?! A Marcela é como uma sobrinha para mim.

E como sempre tudo girava ao redor de Marcela. Nada de novo.

- Se é assim você deveria ter deixado isso claro pra ela. Não é de hoje que eu percebo os olhares dela em você, Mateus.

- E eu sou culpado por isso? Eu não posso fazer nada se a minha beleza chama atenção das pessoas.

- Você é impossível - minha mãe pegou a pilha de pratos e se virou na direção da cozinha.

Assim que minha mãe se enfiou na cozinha, meu pai foi atrás dela e eu soltei um suspiro frustrado.

Isso não podia ficar assim. Marcela era tão irritante que fazia até os meus pais brigarem. Ela merecia uma bela de uma lição, isso sim.

Parei o que estava fazendo por um instante e logo uma ideia passou pela minha cabeça.

Eu sorri, pensativa.

Marcela que me aguarde.

***

Quando as aulas obrigatórias de segunda-feira acabaram, eu saí rapidamente da sala de aula e disparei no corredor, avistando Adam e Teo caminhando juntos.

Corri até os dois e peguei no braço de Teo, fazendo ele direcionar um olhar surpreso na minha direção.

- Oi - eu disse, sorrindo. - Eu posso dar uma palavrinha com você?

- Claro - Teo respondeu, sorrindo de volta.

Adam olhou para mim e em seguida para Teo. Logo, ele disse:

- Bom... então eu te vejo na aula de Literatura.

- Beleza - Teo disse.

Adam começou a se afastar e Teo olhou para mim, claramente interessado no que eu tinha para dizer.

- E então? - ele perguntou, sem conter sua curiosidade.

Eu envolvi seu pescoço com os braços e falei:

- Eu queria saber se você pode fazer uma coisa pra mim.

- Que coisa?

Eu o fitei, esperançosa.

- Mas primeiro eu preciso saber se você faria mesmo - comecei a acariciar o cabelo de sua nuca.

- Eu faço... desde que você diga o que é pra ser feito...

Eu sorri sem tirar os olhos de seu rosto.

- Me ajuda a dar um jeito na Marcela.

- O quê?

- Não é nada de mais - eu lhe assegurei. - A gente só vai mostrar para ela quem realmente manda aqui.

- Mas o que você tá pensando em fazer? - Teo perguntou, curioso.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now