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- Elisa!

Antes que eu pudesse olhar na direção da voz, fui puxada bruscamente para o chão da sala.

- Pelo amor de Deus! O que você estava fazendo? - Camile berrou acima de mim enquanto Marcela me lançava um olhar preocupado. - Ficou louca?!

E então, eu comecei a falar:

- Eu... Eu não sei, eu...

- Elisa, eu sei que está sendo difícil, mas você não precisava fazer isso - Marcela disse, me ajudando a ficar de pé. - No que você estava pensando?

Eu balancei a cabeça.

- Desculpa - falei entre lágrimas. - Eu não queria fazer isso. Eu só... não aguento mais tudo isso...

- E tirar a sua vida ia resolver alguma coisa?! - Camile interveio, claramente transtornada. - Os seus pais já estão sofrendo demais! Eles não precisam de mais uma tragédia na família!

- Desculpa...

- Calma - Marcela disse para mim. - Você vai conversar com a minha mãe agora. - Ela olhou para Camile. - E você vem comigo. Vamos sair logo daqui.

Marcela começou a me guiar para fora da sala enquanto Camile vinha logo atrás de nós. Ao nos aproximarmos do local de espera, vimos o médico conversando alguma coisa com a minha mãe.

- Como meu pai está? - perguntei assim que cheguei perto dos dois. - Ele está bem?

- Está estável - o médico respondeu. - Em breve, vocês poderão visitá-lo no quarto.

Eu respirei aliviada com o que ouvi. Minha mãe me abraçou de repente e eu me aconcheguei para mais perto dela, me sentindo uma inconsequente.

- Lisa - a voz de Aurora surgiu ao meu lado. - Será que eu posso trocar uma palavrinha com você?

Olhei para ela e assenti. Nesse momento, Camile se aproximou e disse:

- Não tira os olhos dela, por favor.

- Pode deixar - Aurora esboçou um meio sorriso e me indicou a fileira de cadeiras do outro lado do corredor. - Vamos sentar ali.

Eu fiz o que ela disse e logo me manifestei:

- Eu sei o que a Camile e a Marcela te contou, mas eu não queria pular do prédio, eu só... Não sei, acho que eu fiquei louca...

- Relaxa, você não está louca - Aurora tentou me tranquilizar com o olhar. - Eu entendo que você está passando por um momento muito difícil, mas eu quero te lembrar que você é muito querida por todos nós. Você é inteligente, sua mãe e seu pai te amam, você tem uma quase irmã que se importa com você, mesmo que vocês duas não tenham se dado bem no começo. E antes que você me pergunte, eu sei disso porque seu pai me contou.

Eu assenti com o que ela disse, refletindo sobre as minhas atitudes impulsivas.

- Suas amigas são maravilhosas e se preocupam com o seu bem-estar. Você é muito importante para nós, Lisa.

Eu fiz que sim, deixando as lágrimas virem à tona.

- É que... Tudo isso que aconteceu... - Tentei segurar minhas lágrimas. - Eu tive culpa na maior parte do tempo.

Aurora negou com a cabeça.

- Você não é culpada de nada, Elisa. Algumas coisas sempre fogem do nosso controle e a gente não pode fazer nada. Você não precisa colocar essa responsabilidade nas suas costas. Você acabou de completar 18 anos e tudo que você tem que fazer é agir como uma pessoa da sua idade e não se sentir culpada, afinal, você não tem controle de tudo. Ninguém tem.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now