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Elisa

Eram 7h35 da manhã quando eu comecei a abotoar a camisa do meu uniforme.

Rapidamente peguei a fita de cetim de cor dourada em cima da penteadeira e comecei a fazer um laço em volta do colarinho da camisa.

Mais alguns minutos e eu estava pronta para encarar mais um dia decepcionante naquele colégio.

Decepcionante porque as coisas não estavam indo bem para mim. Teo tinha terminado comigo no dia anterior e eu estava me sentindo uma idiota por ter acreditado nas mentiras dele.

Eu era uma iludida.

Suspirei e passei as mãos pelo cabelo para deixar os fios alinhados. De repente, meu celular vibrou em cima da penteadeira.

Baixei os olhos no aparelho e o peguei.

Logo, senti o desgosto tomando conta de mim.

Era uma notificação de ninguém mais, ninguém menos que Bianca.

O que essa cobra queria dessa vez?

Toquei na tela para ver sua mensagem e rapidamente percebi que não era uma mensagem e sim, um vídeo.

Sem pensar, dei play no vídeo e reconheci Teo e Bianca juntos.

O vídeo era uma gravação de Teo e Bianca transando no quarto dele. Os gemidos e a respiração ofegante dos dois ecoaram até os meus ouvidos e isso foi o que bastou para eu arremessar o celular com toda força no outro lado da parede.

Saí de perto da penteadeira com meus olhos lacrimejados e com a indignação tomando conta de cada parte do meu corpo.

Por quê?

Por que Teo tinha transado com Bianca?

Ele tinha dito que ela não significava nada para ele. Ele me disse que ia terminar tudo com ela... Ele...

Eu limpei as lágrimas que começaram a rolar por minhas bochechas e sentei na beira da minha cama.

Não, não, não.

Isso não ia ficar assim.

Em um acesso de raiva, eu saí da cama, peguei meu celular do chão e deslizei o dedo na tela agora quebrada.

Sem pensar duas vezes, compartilhei a gravação pornô daqueles dois cretinos no grupo da sala.

Se eles queriam atenção, agora eles iriam ter.

Peguei minha mochila e saí rapidamente do meu quarto.

Aproximadamente quinze minutos depois, meu pai parou o carro em frente ao portão do colégio e eu comecei a tirar o cinto de segurança.

- O que aconteceu com o seu celular?  - ele perguntou.

Eu olhei para ele. Meu pai estava com os olhos sobre o meu celular que estava em cima do meu colo e logo me encarou, esperando a minha resposta.

- Caiu no chão - respondi e me inclinei na direção dele, dando um beijo rápido na sua bochecha antes que ele começasse com um interrogatório. - Tchau.

Passei para fora do veículo e entrei no meio da multidão de alunos uniformizados na calçada.

Avancei pelo pátio do colégio e dentro de instantes, eu já estava no corredor do primeiro andar.

Avistei a sala de aula e dei mais um passo adiante quando recebi um forte puxão de cabelo e cambaleei para trás.

- Agora você vai me pagar!

Não Me Abandone Where stories live. Discover now