Não Me Abandone

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- Elisa?! - uma voz surgiu de repente.

Tentei olhar desesperadamente na direção da voz, mas me surpreendi quando o palhaço me soltou e correu para a escuridão dos fundos do parque, sumindo de vista e me deixando com o coração na garganta.

Olhei para trás rapidamente e me assustei quando vi um sujeito com a fantasia de La Casa de Papel bem atrás de mim.

Quase tropecei para trás, mas então, o sujeito tirou a máscara e exibiu seu rosto.

Era Pedro.

E por algum motivo, saber que era ele me proporcionou um certo alívio.

- O que aconteceu? - Pedro perguntou, baixando os olhos em Adam. - Eu ouvi seus gritos...

- Por favor, chama ajuda! - eu pedi, me ajoelhando no chão ao lado de Adam e o sacundindo com minhas mãos trêmulas. - Ele não pode morrer...

- Calma - Pedro se aproximou e se agachou ao lado de Adam, verificando  a pulsação de seu pescoço. - Ele está vivo.

- Mas por que ele não acorda?! - perguntei, beirando ao desespero.

De repente, eu ouvi alguns passos pesados no chão de terra e Teo e Victória apareceram no mesmo instante.

- O que está acontecendo? - Teo perguntou se aproximando rapidamente de nós. - O que aconteceu com o Adam?

- Eu não sei! Deve ter sido o palhaço! - falei.

- Que palhaço?

E então, antes que eu pudesse respondê-lo, Adam começou a se mexer.

- Ele está acordando! - anunciei.

Teo se abaixou ao nosso lado e ajudou Adam a se sentar. Nesse momento, ele  começou a abrir os olhos.

- Adam - Teo pegou no rosto dele com as duas mãos. - Você está me ouvindo?

Adam finalmente encarou Teo e abriu a boca para falar:

- ... Cadê ele? - sua voz estava meio fraca.

- O palhaço? - perguntei, ainda tremula. - Foi ele que te atacou?

Adam respirou fundo e fechou os olhos por um momento, parecendo um pouco tonto.

- Eu não sei... eu não consegui ver direito...

- O que ele fez com você? - Teo perguntou, intrigado.

- Só sei que recebi uma pancada na cabeça...

Meu Deus.

- Você precisa ir no médico agora - eu disse com urgência.

- Ele está bem - Pedro se manifestou. - Eu acho que não precisa.

Em seguida, Teo direcionou um olhar assassino na direção de Pedro e bastou isso para ele empurrá-lo com toda força contra o chão.

Eu fiquei de pé, assustada.

Teo disparou um soco no maxilar de Pedro e a partir daí, os dois começaram a tentar se matar como dois animais selvagens. Pedro chutou a perna de Teo e nesse momento, eu saí do transe e gritei:

- Para com isso! - tentei me aproximar, agarrando a fantasia vermelha de Pedro. - Para!

Para a minha surpresa, Victória, que parecia chocada até aquele momento, se aproximou e tentou separar a briga dos dois.

Depois de alguns socos e gritos, eu consegui puxar Teo pela camisa, o afastando de Pedro.

- Pelo amor de Deus, para com isso! - gritei para ele. - Você tá parecendo um animal!