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Na aula de Educação Física do dia seguinte, o professor informou que todo mundo iria jogar queimada.

Eu já estava usando o uniforme esportivo e como o professor estava por dentro da situação do meu tornozelo recém-recuperado, ele se aproximou de mim e disse:

- Você pode ficar no banco, Elisa.

Ah tá.

- Eu já estou bem - falei a ele. - Eu vou jogar.

O professor baixou os olhos em mim.

- De acordo com o atestado deixado na secretaria, você não pode fazer exercícios.

- É bobagem - eu disse, convicta. - Eu me sinto ótima.

Dito isso, eu o deixei para trás e entrei no meio da turma reunida na metade da quadra. Até parece que eu iria ficar para trás enquanto todos jogavam e ganhavam pontos por isso.

- Muito bem, alunos - o professor disse, chamando a atenção de todos. - Escolham dois líderes.

Como era de se esperar, a maioria escolheu Teo e Pedro. Sendo assim, Teo escolheu os membros de seu time, incluindo Ruth, Adam e eu. Já Pedro escolheu Rafael, Marcela e Victória para ser o nosso time adversário.

Não era por nada, mas a escolha de Teo foi perfeita. Eu estava louca para ganhar de lavada de Marcela e Pedro.

O jogo começou e logo de cara nosso time começou a ganhar do de Pedro.

Com o passar do tempo, ficava cada vez mais evidente de quem seria o time vencedor.

Eu troquei um toca aqui com Adam assim que consegui queimar uma menina do time de Pedro.

- Vamos acabar com eles - Teo disse atrás de mim. - Fiquem de olho na bola.

A bola foi lançada para o nosso time novamente e eu peguei, a arremessando na direção de Marcela que estava à frente de seu time. Ela agarrou a bola com as duas mãos e ao invés de jogá-la para o meu time, ela ultrapassou a linha da quadra e avançou na minha direção carregando uma expressão enfurecida.

Antes de eu compreender o que ela ia fazer, Marcela arremessou a bola com tanta força que ela bateu com tudo no meu queixo, fazendo eu cambalear para trás com o baque.

Eu olhei para ela, atônita.

- Qual o seu problema?! - falei, colocando a mão no meu queixo, que estava começando a ficar dolorido pela batida.

- Por sua causa eu virei a puta do colégio! - Marcela disparou. - Você pode ganhar o jogo, mas eu vou acabar com você agora mesmo!

De repente, Marcela me empurrou com tudo contra a quadra, fazendo eu cair de bunda no chão. Ela foi para cima de mim no segundo seguinte e disparou um forte tapa no meu rosto.

Ah, isso não ia ficar assim.

Em uma sessão de raiva, eu me inclinei e soquei o nariz dela, puxando seu cabelo logo em seguida. Marcela grudou as mãos no meu cabelo também e alguém gritou perto de nós:

- Alguém ajuda a separar elas!

E então me puxaram por trás, me fazendo ficar de pé enquanto Marcela estava sendo segurada pelo professor.

Lancei um olhar ferido na direção dela, sentindo a raiva evaporando pelos meus poros.

Quem ela achava que era para me atacar daquelo jeito? Que maldita!

- Fica calma - a voz de Teo soou no meu ouvido. Era ele que ele estava me segurando.

- Vocês ficaram loucas?! - o professor rugiu, soltando Marcela e ficando na frente dela. - Seja lá o que vocês tiverem uma com a outra, deixem pra resolver isso fora do colégio!

Não Me Abandone Where stories live. Discover now