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A primeira coisa que percebi foi que eu estava deitada em algo macio.

Comecei a abrir os olhos lentamente e me deparei com um ambiente escuro.

Me sentei rapidamente e logo notei que eu estava em cima de uma cama.

Saí da cama às pressas e ajeitei meu uniforme, me sentindo um pouco tonta.

Que lugar era aquele? O que estava acontecendo? O que eu estava fazendo ali?

Olhei ao redor do cômodo e meu pé tropeçou em algo duro, me fazendo cair de joelhos no chão.

Droga!

Fiquei de pé e avistei uma fresta de luz se refletindo no chão.

Era uma porta.

Avancei na direção da porta e tateei a madeira até achar a maçaneta. Consegui abrir a porta e passei para um corredor mal iluminado.

Que lugar era aquele?

Olhei ao redor, notando dois quadros na parede e uma luminária  iluminando fracamente o local.

Dei alguns passos para trás ainda desnorteada enquanto uma sensação estranha tomava conta de mim.

Eu não conhecia aquele lugar.

Continuei com andando para trás quando uma mão fria tocou o meu braço, arrepiando todos os pelos do meu corpo.

Soltei um grito e olhei para trás, atônita.

Uma mulher com os alguns ângulos do rosto cobertos pelas sombras sorriu acolhedoramente para mim.

- Oi - ela disse. - Você deve ser a Elisa.

Imediatamente eu me afastei dela que deixou de sorrir, mas começou a me encarar.

- Quem é você? - perguntei, minha voz ecoando nos meus ouvidos e se misturando com o som dos meus batimentos cardíacos.

- Sou a Vivian - ela respondeu. - Mãe do Pedro.

Mãe do Pedro? Então eu estava na casa dele?

- E o que eu tô fazendo aqui? Eu não lembro de ter vindo pra cá. Eu...

- Fica calma - ela esboçou um meio sorriso. - O Pedro me contou que você passou mal e ele te trouxe aqui. Como se sente?

Eu a encarei, meio confusa. Seu olhar cheio de expectativa estava me causando um certo incômodo. Logo, falei:

- ... Eu preciso ir.

Eu lhe dei as costas e caminhei rapidamente pelo corredor até a voz da mãe de Pedro soar atrás de mim:

- Espera. Eu posso te levar em casa.

Ignorei o que ela disse e avistei a escada. A partir daí, comecei a correr e desci a escada de dois em dois degraus.

Quando cheguei no andar de baixo, avistei o céu já escuro do outro lado da janela.

Meu Deus, quanto tempo eu passei ali na casa de Pedro? Meus pais deviam estar super preocupados.

Foi aí que eu me lembrei que eu estava sem nada.

A minha mochila. Onde estava a minha mochila?

Olhei para trás e me deparei com uma  figura alta e ereta na pouca claridade do ambiente.

Engoli um grito e meu coração disparou ainda mais. Mas então, eu notei que a tal figura era Pedro.

- Elisa? - ele perguntou enquanto se aproximava. - Você está bem?

Não Me Abandone Where stories live. Discover now