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Acordei com lábios quentes e macios tocando a minha nuca e abri os olhos vagarosamente, vendo alguns reflexos solares atravessando a cortina e iluminando o quarto.

A respiração quente de Teo batia na pele do meu pescoço enquanto eu decidia se ia ou não me virar para encará-lo. Seus braços envolviam a minha cintura por baixo do cobertor e eu não estava nem um pouco a fim de desfazer a nossa posição de conchinha.

De repente, ele mordeu o lóbulo da minha orelha, me fazendo cosquinhas.

Eu ri e me virei para olhá-lo, notando sua expressão sonolenta e seu sorriso de canto.

— Bom dia, dorminhoca — ele disse com a voz rouca. — Eu te acordei?

— Você ainda pergunta? — Aproximei o rosto do seu e beijei seus lábios. — Dormiu bem?

— Claro — Teo mergulhou os dedos no meu cabelo e me fitou.

— O que foi? — perguntei depois de alguns segundos.

Ele esboçou um sorriso e respondeu:

— Eu só gosto de olhar pra você.

— Mentiroso. Eu acabei de acordar. Devo estar toda zoada.

— O que é zoado pra você, é perfeito pra mim. — Dito isso, ele se inclinou na minha direção, envolveu meu rosto com as mãos e começou a me beijar, sua língua na minha boca.

Eu afundei os dedos no seu cabelo e envolvi seu quadril com as minhas pernas, sentindo o volume dentro de sua cueca.

Logo, desviei a boca da sua e tentei segurar o riso.

— O que foi? — Teo perguntou.

— Você tá duro.

Ele sorriu e disse:

— É o efeito que você me causa.

— Deixa que eu resolvo isso — fiz Teo sair de cima de mim e ele deitou ao meu lado na cama, me olhando com expectativa.

Eu estava prestes a ir para cima dele quando notei algo de diferente no quarto.

A porta de correr do guarda-roupa estava aberta. Mas não era isso que chamou a minha atenção.

Dentro do guarda-roupa tinha um moletom preto pendurado no cabide com o capuz jogado para frente, como se tivessem feito isso de forma proposital.

Rapidamente a imagem da pessoa de capuz que estava nos observando da janela ontem surgiu na minha mente.

— Lisa — Teo tocou no meu braço. — O que foi?

Eu olhei para ele, mas voltei a encarar o moletom.

Em seguida, saí da cama e caminhei descalça até o guarda-roupa. Logo, toquei na peça de roupa e olhei para Teo, que estava me encarando com uma expressão confusa.

— Isso é seu? — perguntei.

Teo continuou me encarando, mas logo disse:

— Não. — Ele saiu da cama e começou a se aproximar enquanto eu tirava o moletom de dentro do guarda-roupa. — Que estranho... Eu não lembro de ter aberto a porta do...

Meu namorado se interrompeu assim que um objeto esborrachado caiu no piso de madeira, perto dos meus pés.

Eu larguei o moletom preto no chão e dei alguns passos para trás.

Era uma máscara de palhaço.

— Você disse que não tinha ninguém aqui — falei para Teo.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now