- Eu faço de tudo por você, moleque! - o pai dele disparou com a voz grave. - Pago o seu colégio, te dei um carro, eu te dei tudo de melhor e ainda sou obrigado a ouvir isso?!

Teo apenas encarou seu pai sem dizer nada. O ódio estava explícito em seus olhos.

- É cada uma que eu tenho que aturar... - o pai dele resmungou e logo começou a sair em passos largos do quarto.

Eu olhei para Teo enquanto ele se recostava na maca com uma expressão nada agradável.

O silêncio constrangedor tomou conta do cômodo e eu cruzei os braços, dando uma rápida olhada na direção de Adam, que estava ao meu lado.

- ... Eu vou lá embaixo comer alguma coisa - Adam disse, seguindo na direção da porta. - Depois eu volto.

Assim que Adam saiu e fechou a porta, nos deixando a sós, eu olhei para Teo.

Ele continuava com a expressão revoltada.

- Então... - falei, quebrando o silêncio. - Você está bem?

Teo olhou para mim dessa vez. Ele me encarou por alguns poucos segundos antes de responder:

- Tô bem.

Eu assenti, me sentindo ansiosa.

Será que era melhor eu sair do quarto e esperar um pouco lá fora até esse clima pesado ir embora?

- Me desculpa por você ter visto isso, Elisa - Teo disse de repente. - Você já deve saber que meu pai é um...

- Tudo bem, você não precisa se desculpar - eu o interrompi. - Tá tudo bem.

Teo assentiu e se virou na minha direção. Em seguida, ele tocou no meu braço e perguntou:

- E a gente?

- A gente o quê?

- Estamos bem?

Eu o encarei, presenciando a expectativa em seus olhos.

- Eu não quero falar disso - falei. - Eu já sei que você é um galinha e que a culpa é minha por eu ter me apaixonado por você, com tanta gente no mundo e...

- Se apaixonado por mim? - Teo perguntou com um sorriso travesso.

Eu o fitei, séria.

- Como se você não soubesse...

- Eu sei, mas eu também sei o quanto é difícil pra você admitir alguma coisa.

- O que eu posso fazer? Eu não mando no meu coração. O que me resta é sofrer por você e eu sei que não é certo, mas eu não consigo parar...

- Elisa - Teo me interrompeu e me puxou para mais perto da maca. - Me desculpa pelo que aconteceu. Eu ...

- Teo, eu não quero falar disso - eu olhei em seus olhos. - Por favor...

- Tá bom - ele se afastou um pouco e deu dois tapinhas no colchão ao seu lado. - Senta aqui.

Eu fiz o que ele disse e o encarei. Seu cabelo desgrenhado lhe deixava ainda mais charmoso.

De repente, Teo tocou no meu rosto e acariciciou minha bochecha. Ele fitou minha boca e aproximou o rosto do meu até encostar seus lábios macios e quentes nos meus.

Eu não resisti nem por um segundo. Apenas o beijei de volta, atraída pelo seu toque, pelo seu cheiro de menta e pelo calor da sua pele.

Teo afundou os dedos na minha nuca e aprofundou o beijo, sua barba rala pinicando a pele.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now