Como estávamos bem perto um do outro, eu deslizei as mãos em seu peitoral definido e parei no cós de sua calça.

- Eu só conto se você prometer que vai me ajudar - falei.

Teo apoiou uma mão ao lado da minha cabeça e me fitou, provocativo.

- E o que eu vou ganhar em troca dessa promessa?

- Vai ganhar um dia inteiro comigo.

O sorriso dele se alargou.

- Nesse caso, eu faço o que você quiser - ele inclinou o rosto e deu um beijo demorado nos meus lábios.

Teo me abraçou carinhosamente depois do beijo. Era tão bom saber que eu poderia contar com ele a qualquer momento.

Quando nós dois entramos juntos na sala onde seria ministrada a aula de Literatura, eu percebi alguns olhares na nossa direção. Um desses olhares era de Bianca e assim que ela percebeu que eu havia notado, virou o rosto para o outro lado.

A professora ainda não tinha chegado e sendo assim, eu saí da minha carteira e fui até o lugar em que Bianca estava sentada.

- Oi - eu disse a ela.

Bianca ergueu o olhar e falou com um meio sorriso:

- Oi.

- Por acaso, você teria interesse de sentar com a gente no intervalo?

- Eu? - Bianca perguntou, surpresa.

Eu fiz que sim com a cabeça e ela riu, parecendo realizada.

- Mas é claro - ela disse, animada. - Claro que tenho. Eu fiquei sabendo que o Teodoro faz festas toda semana e eu quero muito ir nessas festas.

Eu sorri sem deixar de olhar para ela.

- Então essa é sua chance - falei.

- Nossa, obrigada mesmo!

- De nada - eu disse. - Como você é aluna nova, eu sei que é bem difícil se enturmar. Mas nosso grupo de amigos é bem inclusivo e então, você será bem-vinda.

- Valeu - ela disse, colocando uma mecha de cabelo loira e ondulada para trás da orelha.

- Eu te vejo amanhã no horário do intervalo. Vá direto para nossa mesa.

- Pode deixar.

Eu sorri para ela e lhe dei as costas, voltando para o meu lugar.

No intervalo do dia seguinte, Teo e eu fomos um dos primeiros a chegar na nossa mesa do refeitório. Logo, avistei Bianca ao longe olhando para nós com expectativa e acenei para ela, que começou a se aproximar.

Adam, Rafael e Pedro se sentaram na mesa no mesmo instante em que Bianca parou ao lado de nossa mesa.

- Oi - eu disse a ela. - Pode sentar. Fica à vontade.

Bianca fez o que eu disse. Ela se sentou ao meu lado e pareceu um pouco incomodada com os olhares curiosos dos três garotos que tinham acabado de chegar.

Victória se aproximou e se sentou ao lado de Bianca e no segundo seguinte, Marcela apareceu e olhou confusa para todos os rostos da nossa mesa, demorando o olhar em Bianca.

Só haviam seis lugares lugares na mesa e todos esses estavam ocupados, o que significava que Marcela não tinha lugar para sentar.

- Onde eu vou sentar? - Marcela perguntou para nós.

Eu dei de ombros.

- Parece que você vai ter que encontrar uma mesa para chamar de sua - falei a ela.

Marcela pareceu incrédula, parada diante de nós, talvez esperando que alguém fosse se levantar para ela se sentar.

- Fala sério, Elisa - ela disse, olhando para mim. - Isso foi ideia sua, não foi?!

Imediatamente todos da mesa voltaram seus olhos para mim.

- O quê? - perguntei. - Eu não posso fazer novas amizades?

- Por que você não se senta com outras pessoas, Barbie? - Teo perguntou. - Eu tenho certeza que a maioria vai ser legal com você.

Marcela respirou fundo e disparou:

- Vocês são uns babacas!

Dito isso, ela se virou com o seu sanduíche em mãos e caminhou rapidamente entre algumas mesas colocadas estrategicamente no refeitório.

Em seguida, Victória inclinou o rosto e disse na minha direção:

- O que foi isso, Elisa? Você incorporou a Regina George?! Hoje é o aniversário da Marcela!

- Poxa, que pena - falei, debochada. - Quando ela estragou o aniversário da minha mãe ninguém disse nada, não é?

Victória se levantou de supetão e lançou um olhar inflamado na minha direção.

- Você está agindo como uma vadia, sabia?! - e então ela se virou, seguindo pelo mesmo caminho que Marcela.

- Caralho - Rafael comentou. - Ela ficou brava, hein?

Eu apenas respirei fundo e tentei esquecer o que Victória me disse. Eu garanto que se fosse Marcela que tivesse feito o que eu fiz, ela nem iria se atrever a criticar.

A mão quente de Teo foi parar na minha coxa de repente e eu olhei para ele.

- Esquece a Victória - ele me disse. - Ela é uma Maria vai com as outras.

Eu assenti com o que ele disse, mas logo notei os olhos bisbilhoteiros de Pedro em nós dois.

- E então? - Bianca perguntou ao meu lado, fazendo eu olhar para ela. - Quando que vai ser a próxima festa?

- Pretendo fazer uma mês que vem, novata - Rafael disse. - Aí eu te convido.

Bianca sorriu, esperançosa.

- Mas pra ser convidada, você precisa fazer algumas coisas - eu disse a ela.

- Que coisas? - ela perguntou.

- Alguns testes - Teo disse com um sorriso travesso. - A gente não costuma convidar qualquer pessoa para as nossas festas, sabe como é, né?

Eu sorri com aquela mentira esfarrapada.

- Isso - concordei. - E como parte do teste, você pode pegar um suco de morango na cantina para mim, por favor? - pedi a ela.

- E um sanduíche para mim - Teo disse.

- Opa - Rafael disse. - Aproveita e traz um refrigerante para mim também.

- Tá bom - Bianca topou e logo saiu, seguindo na direção da cantina.

- Nada folgados vocês três, hein? - Adam disse com um meio sorriso.

Pedro balançou a cabeça negativamente e resmungou:

- Vocês são um bando de imbecis.

- Os incomodados que se mudem - Teo soltou.

Pedro encarou Teo com um olhar inflamado.

- Por quê? Vocês vão colocar outro no meu lugar igual fizeram com a Marcela?

- Valeu por me dar a ideia, Pedroca - Teo disse.

- Você se acha o rei do pedaço, não é? - Pedro esbravejou, sem tirar os olhos de Teo. - Faça isso, então. Já faz alguns dias que eu tô louco pra acabar com essa sua pose de filhinho de papai.

Depois de dizer, isso Pedro se levantou e saiu da mesa em passos largos e determinados.

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É treta que não acaba mais.

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Bjs.





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