Logo, nós dissemos:

- Seja bem-vindo, Guilherme.

- Pedro?

E houve apenas o silêncio dentro da sala.

Olhei para trás novamente e não vi nenhum rosto desconhecido.

Em seguida, o professor começou a explicar a matéria e enquanto eu fazia algumas anotações no caderno, ouvi a porta da sala sendo aberta.

Ergui o olhar a tempo de ver um garoto alto e de cabelo escuro entrando na sala.

- Bom dia - ele disse com a voz grave, olhando para o Sr. Teixeira.

- Você está atrasado - o professor disse.

- Desculpa - o garoto disse, se aproximando do professor e lhe entendendo a mão. - Eu estava procurando a sala.

O Sr. Teixeira apenas encarou sua mão estendida sem mexer um único  músculo e perguntou:

- Pedro?

- Isso - confirmou o aluno novo, recolhendo a mão, parecendo meio constrangido pela atitude do professor.

- Pode escolher um lugar. E da próxima vez, chegue no horário.

- Tá bom - Pedro lhe deu as costas e olhou rapidamente na minha direção antes de escolher um lugar no fundo da sala.

Por que ele olhou para mim? Que estranho.

Logo, o Sr. Teixeira deu sequência à aula e minutos depois, perguntou:

- O que é a biotecnologia?

Todos continuaram em silêncio e como até o momento ninguém havia se manifestado, eu levantei a mão e respondi:

- Biotecnologia é o estudo e desenvolvimento de organismos geneticamente modificados.

- Exatamente, Elisa - o professor disse.

Eu sorri, orgulhosa de mim mesma.

Depois que tivemos mais duas aulas, chegou o horário do intervalo, dando início a altas gargalhadas e muitos falatórios por parte de todos os estudantes.

Marcela, Victória e eu ocupamos nossa mesa habitual no refeitório, que já estava ocupada por Teodoro, mais conhecido por Teo, Adam, o filho do diretor e Rafael. Os três eram da minha sala e faziam parte do time  de basquete da escola.

- Marcela, o que você faz para ficar mais gostosa a cada ano que passa? - Teo perguntou, sendo ridículo como sempre.

Victória revirou os olhos e Marcela disparou:

- Você não se cansa de bostejar pela boca, Teodoro?

Teo tirou um pedaço de pão do seu sanduíche e o arremessou rapidamente na direção de Marcela.

- Você sabe que eu não gosto de ser chamado de Teodoro - ele disse. - É Teo.

- Tanto faz - Marcela disse.

Não Me Abandone Where stories live. Discover now