9. O Segredo Submerso

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Thábata acordou ouvindo um barulho estranho nos ouvidos. Pareciam... sussurros. Ela coçou a orelha só para ter certeza de que estava ouvindo aquilo mesmo. Então, o som foi embora. Mas que estranho, pensou. Vai ver não era nada, talvez só uma mudança de pressão no ouvido. A jovem resolveu deixar para lá.

Saiu do seu quarto e bateu na porta de Thiego, para que ele acordasse.

— Já vou! — O garoto gemeu de sono.

— Não demora!

A jovem deu meia volta e seguiu pelo corredor. Desceu as escadas e foi até a cozinha. O empregado já estava acordado e parecia de ótimo humor, enquanto fazia o café da manhã.

— Bom dia, César.

— Bom dia, Thábata. Dormiu bem?

— Dormi sim. — Ela pegou a garrafa de café e se serviu na xícara que o homem já tinha posto em cima da mesa. Tomou um gole e respirou fundo, enquanto o sono, aos poucos, ia embora.

A jovem se virou e observou novamente o armário que tinha prendido sua atenção quando chegaram à casa. Levantou-se e caminhou até ele com a xícara de café nas mãos. O móvel era feito de madeira, com alguns detalhes em ferro. Tinha portas duplas e duas maçanetas. Thábata observou que em ambas havia uma cornucópia entalhada, regurgitando diversas comidas. Ela segurou uma das maçanetas e a girou, mas a porta não se mexeu.

— César? — chamou.

— Pois não?

— Você tem a chave desse armário?

— Ah, eu... — Ele pensou um pouco. — Não, não me lembro. Está trancado?

A jovem franziu o rosto.

— Está sim. — Como César não tinha a chave daquele armário? Não era trabalho dele cuidar das coisas da casa? — O que tem dentro dele?

O homem se aproximou do armário, franzindo o rosto.

— Sinceramente... eu não me lembro.

Thábata ergueu as sobrancelhas.

— Ok. — Com certeza, aquilo era mais estranho que os sussurros mais cedo.

Seu irmão caçula apareceu na cozinha alguns segundos depois, com os cabelos em pé.

— Bom dia — ele disse.

— Bom dia — os dois adultos responderam.

Thiego reparou na irmã parada em frente ao armário e se aproximou dela.

— Tudo bem? — perguntou.

A jovem piscou.

— Sim. Tudo certo — disse, tomando mais um gole do café.

Tinha alguma coisa estranha naquele armário e Thábata estava disposta a descobrir o que era.

Tinha alguma coisa estranha naquele armário e Thábata estava disposta a descobrir o que era

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