Após perderem sua família, os irmãos Thiego e Thábata acabam herdando um sinistro casarão numa cidade que nunca ouviram falar. Escondidos entre suas paredes, habitam mistérios que sussurram para eles, clamando para serem descobertos. Ao mesmo tempo...
Thábata acordou ouvindo um barulho estranho nos ouvidos. Pareciam... sussurros. Ela coçou a orelha só para ter certeza de que estava ouvindo aquilo mesmo. Então, o som foi embora. Mas que estranho, pensou. Vai ver não era nada, talvez só uma mudança de pressão no ouvido. A jovem resolveu deixar para lá.
Saiu do seu quarto e bateu na porta de Thiego, para que ele acordasse.
— Já vou! — O garoto gemeu de sono.
— Não demora!
A jovem deu meia volta e seguiu pelo corredor. Desceu as escadas e foi até a cozinha. O empregado já estava acordado e parecia de ótimo humor, enquanto fazia o café da manhã.
— Bom dia, César.
— Bom dia, Thábata. Dormiu bem?
— Dormi sim. — Ela pegou a garrafa de café e se serviu na xícara que o homem já tinha posto em cima da mesa. Tomou um gole e respirou fundo, enquanto o sono, aos poucos, ia embora.
A jovem se virou e observou novamente o armário que tinha prendido sua atenção quando chegaram à casa. Levantou-se e caminhou até ele com a xícara de café nas mãos. O móvel era feito de madeira, com alguns detalhes em ferro. Tinha portas duplas e duas maçanetas. Thábata observou que em ambas havia uma cornucópia entalhada, regurgitando diversas comidas. Ela segurou uma das maçanetas e a girou, mas a porta não se mexeu.
— César? — chamou.
— Pois não?
— Você tem a chave desse armário?
— Ah, eu... — Ele pensou um pouco. — Não, não me lembro. Está trancado?
A jovem franziu o rosto.
— Está sim. — Como César não tinha a chave daquele armário? Não era trabalho dele cuidar das coisas da casa? — O que tem dentro dele?
O homem se aproximou do armário, franzindo o rosto.
— Sinceramente... eu não me lembro.
Thábata ergueu as sobrancelhas.
— Ok. — Com certeza, aquilo era mais estranho que os sussurros mais cedo.
Seu irmão caçula apareceu na cozinha alguns segundos depois, com os cabelos em pé.
— Bom dia — ele disse.
— Bom dia — os dois adultos responderam.
Thiego reparou na irmã parada em frente ao armário e se aproximou dela.
— Tudo bem? — perguntou.
A jovem piscou.
— Sim. Tudo certo — disse, tomando mais um gole do café.
Tinha alguma coisa estranha naquele armário e Thábata estava disposta a descobrir o que era.
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