Chaves Tropicais [✔]

45. O Segredo da Família

Quando Thábata e Carlos chegaram ao casarão, acabaram encontrando os três no quarto em que a advogada e seu irmão dormiriam. Thiego acabou mencionando que encontrara a Chave Retrô e estava esperando ela chegar para testarem juntos. A jovem ficou feliz com isso.

Mas, antes, ela e o rapaz trataram de contar tudo o que tinha acontecido no hospital para os outros. A jovem mencionou sobre o acidente de Beto e como o policial estava, além disso disse que Gael e Cora apareceram no quarto dele. Falou que, pelo que tinha entendido da conversa dos dois, o demônio tinha alguma coisa a ver com o acidente do seu namorado. O garoto percebeu que a irmã parecia um pouco mexida ao dizer aquilo.

— Eu... Eu — ela balbuciou. — Eu sinto que foi culpa minha. Beto tá naquela situação por minha culpa!

— Não diga isso. — Patrícia se aproximou dela e passou um braço por seus ombros, confortando-a.

— Não foi culpa sua — Thiego falou.

— É claro que sim. — Ela parecia que ia desabar a qualquer momento. — Eles estavam procurando a peça de metal que eu encontrei.

— Mas isso não significa que é culpa sua — César interviu. — Deixar a peça onde estava não impediria o acidente. Ia acontecer do mesmo jeito. Na pior das hipóteses, teríamos facilitado o trabalho do demônio.

Thábata respirou fundo, aceitando as palavras do bruxo.

— O cabo que encontramos, com certeza, tem a ver com as peças de metal que Gael possui — Thiego comentou.

— É claro — Carlos concordou. — O cabo deve ser o último pedaço que falta pra eles restaurarem a relíquia de Cora, aquela espécie de faca ou espada, não sei.

— Se é que essa relíquia é mesmo dela — o empregado comentou. — Ela estava em posse da Chave da Alma, que era da família Silveira. Pode muito bem ter pegado a tal arma com outra pessoa.

— E isso não é a única coisa sobre ela — o rapaz falou, o que fez todos franzirem as testas.

— Ela é uma bruxa — a jovem Silveira disse, sem rodeios.

— Ela usou um feitiço pra entrar na cabeça de Beto e descobriu sobre a Thábata e ele — Carlos completou.

— Perfura a mente? — César perguntou.

— Isso mesmo.

— Além disso, ela fez algum feitiço de hipnose com as mulheres da recepção — a jovem lembrou. — Com penas voando na cara delas e tal, foi muito estranho.

— Ela os prendeu em seus próprios sonhos. — O homem levou sua mão ao queixo, pensativo. — Essa bruxa é muita esperta.

— E vocês não sabem do ponto alto — Carlos continuou. — Quando saímos do quarto do Beto, seguimos para o elevador e pasmem... Eles pegaram o mesmo elevador que a gente!

— Sério? — Patrícia ofegou. — Ele reconheceu vocês?

Thábata franziu o rosto e se virou para o jovem.

— Acho que ele quase reconheceu o Carlos, mas conseguimos disfarçar bem.

— Ele conversou com a gente —  o rapaz falou. — Estavam fingindo serem médicos. Foi bem tenso.

— Eu imagino. — A irmã dele suspirou. — Pelo menos vocês conseguiram sair a tempo.

— Aham. — Carlos, baixou os olhos pensativos.

Um silêncio se instalou entre eles até que Thiego o quebrou. Ainda estava curioso com uma coisa.

— Mas o que vocês acham que é? — indagou. — O objeto que eles tão restaurando?