70. A Mensagem Secreta

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Ao ouvir aquilo, Beto levantou a sobrancelha esquerda, estranhando a atitude das três senhoras. Thábata se virou para ele.

— Tá tudo bem — disse. — Eu consigo me virar aqui, não se preocupe.

— Ok. Eu vou falar com os meus amigos ali. — E, se virando na direção da jovem, lhe deu um beijo na bochecha, se retirando.

— Então? — Thábata se voltou para as três irmãs. — O que querem?

— Nós... — Sônia começou, pensativa.

— Anda... — a irmã do lado sussurrou, baixando os olhos para o chão.

— Fala logo — a outra disse, se encolhendo também.

— Acalmem-se! — ela esbravejou e se voltou para Thábata, suspirando. — Nós... queríamos pedir desculpas.

— Pelo modo como tratamos você e sua família — Sarah explicou.

— E por todas as coisas que dissemos depois — Sandra finalizou.

— Nós estávamos erradas — Sônia voltou a falar. — A sua família não é... Satanista. — Ela se tremeu toda ao dizer aquilo. — Vocês parecem ser pessoas boas e talvez se vocês se envolvessem mais com a comunidade teríamos mais certeza disso.

Thábata ficou boquiaberta. Ela não estava esperando por aquilo. As irmãs estavam pedindo desculpas e convidando ela e sua família a se envolverem mais com a comunidade? O que será que tinha acontecido com o mundo?

Tentando se recuperar do choque, ela piscou algumas vezes, procurando as palavras certas.

— Eu... É... Bom... Aceito suas desculpas — respondeu, sincera. — E muito obrigada pelo convite. Eu e meu irmão ficaríamos muito felizes em abraçar Sombria por completo. Afinal, ela é nossa cidade agora, né?

— Exato! — as três mulheres deram gritinhos abafados de felicidade.

— E eu devo ressaltar que o Casarão Cav... — Thábata ergueu uma sobrancelha para Sônia que, percebendo a gafe que estava prestes a cometer, engoliu em seco. — Silveira — a jovem sorriu — é muito bonito por dentro.

— Diferente do lado de fora, que é assustador — Sarah comentou.

— Eu diria bem assustador — Sandra enfatizou.

Thábata soltou um riso. Aquelas três senhoras não tinham jeito mesmo... Pelo menos estavam tentando e aquilo já era um ótimo começo.

— Eu gosto de imaginar que o Casarão Silveira é como uma lição — disse, observando Thiego e César, acompanhados de Yasmim e Judith, entrando no hall. — Não importa o que você é por fora, mas sim o que você é por dentro.

As senhoras ficaram bem impressionadas com as palavras da jovem. Thiego e César se aproximaram delas, cumprimentando as mulheres. Judith e Yasmim foram falar com Carlos e sua família.

— Bom dia, senhoras — o bruxo as cumprimentou. — Precisando de alguma coisa?

— Não, nós já estávamos de saída mesmo — Sônia respondeu e se virou para Thábata, tocando em seu braço. — Até logo, querida.

— Até.

Thiego franziu o rosto, estranhando aquilo.

— Eu pensei que elas não gostavam da gente — comentou. — Muito menos de você.

— Acho que elas mudaram de ideia. — Thábata acompanhou as três mulheres se afastando, então, se virou para o irmão e o bruxo. — Acho que consegui mudar a opinião delas sobre nossa família. Pelo menos um pouquinho...

Chaves Tropicais [✔]Where stories live. Discover now