Chaves Tropicais [✔]

64. Festa e Desespero

Thábata mancava de um lado para o outro, tentando controlar seu nervosismo. Ela ainda estava bem irritada com o irmão por ter sido excluída do plano dele, mas também não podia negar: na condição em que estava, acabaria atrapalhando o resgate.

Mesmo assim a jovem não conseguia ficar sentada fingindo que nada estava acontecendo. Queria ir à luta, queria ajudar seu irmão e queria fazer Gael pagar por acertar sua perna. Mas a falta de informações a deixava cada vez mais nervosa. Tudo que ela sabia era o plano de Thiego, mas ainda tinha medo que algo pudesse dar errado. E caso acontecesse, não só eles estariam em perigo, mas a cidade inteira.

A cidade... A Sombria que os julgava agora precisava da ajuda deles, mesmo que nenhum morador soubesse daquilo. Estavam fazendo mais por aquele lugar do que aquelas pessoas de mentes pequenas podiam imaginar.

Thábata não queria mais ficar ali. Alguma coisa gritava dentro dela para fazer algo e por alguma razão, sabia exatamente para onde deveria ir. Decidida, calçou seu sapatos e se encaminhou para a porta da frente.

Se não podia estar no Casarão, então iria até a quermesse. Alguma coisa poderia acontecer ali, tinha certeza.

Yasmim adorou a sensação do vento batendo em seu rosto enquanto seguia de moto com Carlos para o centro da cidade. Seus cabelos se agitavam no ar, revoltosos, dando uma sensação de liberdade igual que sentira quando voou usando a Chave da Alma.

Não demorou muito e logo os dois chegaram à quermesse. A banda local estava se apresentando no palco enquanto algumas pessoas dançavam em frente a eles. Mesas estavam distribuídas por grande parte da festa, para famílias apreciarem o show e se fartarem com as deliciosas comidas que estavam sendo vendidas. Diversos brinquedos foram montados ali, como pula-pulas, brinquedos giratórios e até uma "Casa Mal Assombrada".

Carlos e Yasmim se misturaram à multidão tentando discernir o que seria um "totem". O jovem tentou usar a Chave Bússola, para que os guiassem até os objetos, mas a mesma parecia levemente confusa, já que vibrava, mas não conseguia discernir um lado.

— Pra onde? — Yasmim perguntou, tentando fazer sua voz sobressair à música e o murmúrio da multidão.

— Eu não sei — respondeu, frustrado. — A chave tá confusa.

— O que vamos fazer, então?

Carlos pensou um pouco. Lembrou-se do que Cora havia dito, que os três totens se alinhavam na praça a formar uma seta em direção ao Museu da Cidade. A praça tinha uma forma circular então, o único meio de formar uma seta seria se os mesmos se alinhassem em um triângulo.

— Temos que nos separar — o rapaz disse, caminhando para o centro da praça. — A bruxa deve ter colocado os totens em algumas extremidades para formar um triângulo. Seguinte: vai naquela direção, eu vou nessa, o último totem deve estar quase na frente do museu, atrás do palco, talvez. Nos encontramos lá, combinado?