•Capítulo 81:

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"A milhões de passos de você"

London

Se meus pais estivessem vivos seria para eles que eu estaria ligando nesse exato momento. Mas eu não os tenho mais aqui, e a única pessoa que me importa o suficiente como eles me importavam, é Lexie. E é exatamente para ela que estou ligando.

— Eu consegui, porra. Eu consegui. - é o que eu digo quando ela atende no primeiro toque.

— Oh London, eu estou tão feliz por você. Parabéns. Eu sempre soube que você conseguiria.

— Não foi muito difícil na verdade. Nem me encheram de muitas perguntas.

— Independente disso, você é muito bom no que faz.

Sorrio mesmo que ela não possa ver. Merda.
Sinto sua falta.
— Obrigado por ficar do meu lado.

— É o único lugar que quero estar.

Porra.
— Você falando assim está me fazendo querer abandonar esse emprego para ficar perto de você.

Ela solta uma risada, e eu começo a me sentir aliviado por ela não está tão triste como estava dois dias atrás.
— Não faça isso. Você merece essa oportunidade. Quando você vem para arrumar suas coisas?

Sinto um nó no estômago.
— Vou pegar o voo das nove horas.

— Humm já vou estar em casa quando você chegar.

— Você provavelmente já vai estar dormindo quando eu chegar.

Ela solta uma respiração forte fazendo um ruído na linha.
— Duvido. Eu não tenho dormido direito desde que você se foi. Imagina agora sabendo que você está voltando?

— Porra, eu te amo.

— Eu também te amo. Mais do que você pode imaginar.

Sorrio.
— Eu imagino.

Ela solta mais uma risada, e dessa vez me contagia.
— Não há como, London.

— Será que vou ganhar striptease de volta para casa?

Ela cai na risada, e de repente começo a me imaginar lá com ela. O que nós dois estaríamos fazendo?

— Eu posso pensar em algo parecido com isso.

— Perfeito.

— Ok, eu preciso desligar agora. Estou voltando para aula agora.

Escoro minha costas contra parede, e meus ombros relaxam.
— Bom trabalho, baby. Te ligo em breve.

— Obrigada e boa volta para casa pra você. Te amo.

Sorrio, e desligo meu celular. Quando levando minha cabeça vejo um cara que se aproximando. Era o mesmo que estava comigo na sala esperando para entrevista.
— E aí? - cumprimenta ele, esticando sua mão.

— Oi, conseguiu? - pergunto apertando sua mão.

Quando ele me dá um grande sorriso eu sei que ele conseguiu.
— Sou o cara mais sortudo do planeta. - diz ele. — Eu cheguei de paraquedas aqui com minha família. Este foi a primeiro a entrevista que fiz.

— Parabéns, cara. - solto sua mão, e só então me dou conta que não dissemos nossos nomes. — Meu nome é London, a propósito.

Ele coloca sua pasta embaixo do seu braço.
— Sou Mark.

— Então nós vamos ser colegas por seis meses. - digo para puxar assunto. Nós dois começamos a nos afastar do local.

— Pois é, você, eu e mais uns rapazes. Você é daqui?

— Não, sou de Baltimore.

— Caralho isso é longe. Como achou esse lugar?

— Algum tempo atrás trabalhei para Roger Ferrer, e ele acabou me indicando.

— Que sorte cara, mas você trouxe sua família junto certo?

Engulo em seco.
— Meus pais já faleceram. Eu só tenho uma namorada lá agora.

Ele me olha com interrogação.
— Não quis trazê-la?

Poderia?
Lexie tem uma vida lá, ela não poderia abandonar seu trabalho para viver seis meses aqui.
E depois?
— Combinamos de nos visitar aos finais de semana. Vamos nos ligar todos os dias, e seis meses passam rápido não é?

— Em parte. Mas desculpe minha sinceridade, eu não conseguiria ficar longe da minha esposa por seis meses. Acho que o relacionamento esfria.

Não sei porque mais não gostei de ouvir o que ele disse.
Expiro fundo.
— Eu discordo de você, Mark. Acho que a distância pode intensificar ainda mais os sentimentos que você tem um pelo outro.

Ele agita seus ombros, e começa a aumentar seus passos.
— Você vai ter que pagar para ver.

Antes que eu pudesse responder, ele já está há muitos passos longe de mim. Fico parado apenas observando-o se afastar, e logo vejo uma mulher com uma criança encaixada em seu quadril, e outra pendurada em suas pernas. Mark vai até elas, e as envolve em um abraço.
De repente fico imaginando se Lexie estivesse aqui. Possivelmente estaríamos comemorando como eles. Enfim.
É hora de ir para hotel arrumar minhas coisas.

§

Solto minha mala no chão, e bato na porta. Já passam das onze horas da noite, e a última mensagem que Lexie me enviou foi há uma hora e meia atrás.
Será que ela acabou pegando no sono?
Continuo batendo na porta da sua casa, e chamo seu nome mais algumas vezes, mas não obtenho nada em resposta, nem mesmo os latidos de Scott.
Porra.
Não era essa surpresa que eu queria receber.
Pego meu celular e mando uma mensagem para ela.

Eu: Oi eu estou aqui na sua varanda, porém contando que você já tenha dormido, eu estou indo para minha casa. Se você pegar essa mensagem em qualquer momento da noite, venha para minha ok? Estarei lhe esperado.
Ps: eu te amo.

Guardo meu celular no bolso, e junto minha mala do chão. Desço da varanda, e atravesso seu pátio indo para o meu. Quando chego na minha varanda vejo através do floreio entre a porta o chão, um rastro de luz que não parece vir da sala.
Solto minha mala, e puxo minha chave. Mas quando tento abrir a porta, ela se abre sozinha, e eu sou surpreendido por gritos e latidos.
Porra.
Eu não poderia imaginar isso.
Lexie está usando uma camiseta minha, batendo palmas e sorrindo como uma criança diante de um brinquedo novo.
Scott pula em minhas pernas balançando seu rabo, e tentando lamber minhas calças.

— Essa foi uma maldita de uma surpresa. - digo entrando na casa.

Pego Scott e deixo-o lamber meu rosto, ele parece tão animado quando sua dona.
— Também senti sua falta cara.

Ele começa a latir, e Lexie se aproxima nesse momento. Ela passa seus braços envolta do meu pescoço, e se inclina sobre a ponta dos pés para alcançar meus lábios.
Fecho meus olhos.
Finalmente me sentindo em casa.

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