•Capítulo 68:

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"Uma Ideia Muito Melhor"

                           Lexie

Escuto uma batida na porta, e meu corpo se alerta. Eu não percebi que passou tanto tempo desde que London saiu para comprar comida para meu pequeno Scott. Mas quando saio da área de serviço e vou até a porta da frente. Não é London que está do outro lado quando eu a abro.

— Mãe! Pai! - exclamo animada, e me jogo nos braços de ambos.

Meus pais cambaleiam um pouco para trás quando tentam segurar meu corpo junto ao deles. É um abraço forte, capaz de matar qualquer saudade.

— Como você está minha filha? - pergunta minha mãe quando nos afastamos.

Volto para porta, e a abro mais para que os dois possam passar e entrar em minha casa.
— Eu estou ótima. Vocês já conseguiram ir visitar May?

Minha mãe entra primeiro, e meu pai se arrasta atrás dela. Eu fecho a porta atrás de mim. Observo os dois olharem para todos os cantos da minha sala, e já sei que eles estão analisando o modo como eu vivo. Minha casa não está bagunçada, graças a Deus, mas eu sei que ela é muito pequena para tudo que tenho.

Meu pai desaba no sofá, e faz uma careta de dor. Eu aproveito e sento na mesinha de descalçar os pés na frente dele. Minha mãe senta ao seu lado, e começa a esfregar seu joelho.
— Acabamos de voltar de lá. May está tão mais linda do que ela realmente já é. E é tão bonito de ver como ela está sendo uma mãe incrível para minha neta.

Meu pai se junta na conversa.
— Star tem meus olhos. - diz ele, orgulhoso. E eu me pego olhando para seu par de oceanos. O azul não é mais tão vivo como era antes, quando ele era mais jovem, mas ainda assim o tom é bonito, e lembra as profundezas do mar mediterrâneo.

Minha mãe começa a se animar.
— Ela é tão doce e fofa. Ficou no meu colo por horas e não chorou nenhum pouco. Star me lembra May quando era pequena. E me lembra um pouco de você, Lexie, mas quando já tinha uns quinze anos.

Meus olhos arregalam, mas não digo nada.

— Você era teimosa e brigona nessa época. - esclarece ela, com uma piscadela. — Star tem isso na sua personalidade. Parece cedo para dizer, mas a gente consegue perceber ao olhar para ela, nas birras que faz quando está com fome ou sono.

Será que não têm alguma forma de voltar lá no hospital apenas para eu sequestrar minha sobrinha?

Sorrio.
— É uma coisa boa, pelo menos. Olha o quão gentil e educada eu sou hoje?

Meu pai ri, e minha mãe balança a cabeça como se tivesse desaprovando o que eu disse. Mas eu sei que por dentro ela está se divertindo com tudo isso.

Só então eu me lembro do que estava fazendo antes deles chegarem aqui. Levanto da mesinha, e ajeito a bainha do meu vestido que subiu para minhas coxas.
— Quero mostrar uma coisa para vocês.

Meus pais se levantam também, e começam a me seguir pelo corredor que leva para minha cozinha.

— Agora que estou me dando conta... Porque que é que você está tão chique com essa roupa e está em casa? - pergunta minha mãe.

Viro meu rosto por cima do ombro, e sorrio.
— Vocês vão saber agora.

Chego na cozinha, e vou para área de serviço. Empurro a porta de correr para o lado, e meus olhos caem em uma pequena caixa de papelão ondulado. Scott ainda está dormindo pacificamente dentro dela.

— Mas... - começa meu pai quando seus olhos fazem o mesmo movimento que os meus.

Expiro fundo e conto tudo que aconteceu para eles. Suas expressões mesclam entre choque e divertimento.
— Eu não resisti, gente. Ele é tão fofo.

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