•Capítulo 22•

3.2K 223 2
                                    

"Disponível"

Lexie

Chego no meu trabalho, e sou recepcionada pela melhor notícia que eu poderia receber. Eu fico momentaneamente aérea apenas imaginado como Maggie deve estar se sentindo agora. Dois dos seus amores estão à caminho do mundo e sua vida com certeza nunca mais será a mesma.

— Mal posso esperar para conhece-los. - digo para meu colega.

Preston é professor de educação física da escola, e assim que entrou na minha sala para buscar meus alunos, contou-me sobre Maggie ter ido às pressas para o hospital. Está informação foi a primeira coisa que ele me disse, antes de me desejar bom dia e bom trabalho, que é seu cumprimento habitual.

— É possível dos bebês ainda não terem nascidos, mas acho que o grande momento vai acontecer entre o dia de hoje e de amanhã.

Sorrio, e olho para minha turma.
Meus raios de sol estão todos sentados em seus lugares, encarando a gente com curiosidade. E como eu sei que eles amam a Maggie. Decido compartilhar a informação.

— Galera, preciso contar algo pra vocês.

Todos os olhares se voltam apenas para mim. Há uma excitação brilhando nos diversos pares coloridos.

Preston sorri ao meu lado, e cruza os braços em expectativa de assistir a reação da criançada.

Expiro fundo, e conto a novidade:

— Os bebês da profe Maggie estão pertinho de nascer. - uno minhas mãos, e eles jogam os braços em comemoração.

— Eba! - grita Johan e olha para seu grupo de amigos. — Mais dois para nosso time de futebol.

Savana que está sentada na sua frente, revira os olhos e estica sua mão para Isis, que está sentada ao seu lado.
— Eles podem querer se juntar as meninas também. - diz ela, e vira seu rosto com uma careta estampada apenas para desafiar os meninos sentados logo atrás.

Preston levanta uma mão.
— Calma aí pessoal. Estamos falando de bebês. Não de crianças grandes. Falta muito tempo até que eles tenham a idade de vocês. E quando isso acontecer. - ele pisca para mim. — Eu garanto que vocês não vão nem dar bola para eles.

Eles estarão jovens, e bem naquela fase. Com certeza vão estar fazendo coisas mais interessantes do que dando atenção à um par de gêmeos com sete anos.

— Agora rua! - ordena Preston. — Quero uma fila ao lado da porta no corredor.

Sigo para minha cadeira, e sento. Agora este é o momento em que eu tenho um pouco de paz por quarenta e cinco minutos.
— Boa aula meus amores. - aceno para meus alunos.

Eles saem festejando para fora, e Preston fecha minha porta. Mas não antes de me desejar seu habitual bom-dia e bom-trabalho. Rolo meus olhos.

§

— Liguei para o seu vizinho mais cedo. - avisa May, remexendo no canudo do seu suco de uva.

Eu estava saindo do meu trabalho quando ela me pediu para encontrá-la no bistrô da família do Chase. E desde que eu amo esse lugar, decidi que meu cansaço era muito menor do que minha vontade de vir para cá.

Levanto meus olhos para ela.
— E o que vocês acertaram?

Ela pousa o copo em cima da mesa, e usa as mãos para pender um par de mecha parda atrás das orelhas.
— Bom, a gente conseguiu marcar para ele começar a pintura do quarto da Star na semana que vem. Ele disse que está numa obra bem ruim agora, mas assim que acabar ele vai ficar totalmente disponível para mim.

Disponível.
Rolo meus olhos quando minha mente dá a palavra outro sentido.
— Você nem acredita no que aconteceu hoje. - digo, me lembrando do pequeno incidente de London. Solto meu copo com apenas um gole de margarita. E cruzo minhas mãos por cima da mesa. — Ele acabou caindo enquanto eu estava assistindo-o sair.

Seus olhos cintilam quando ela arregala eles.
— Deve ter sido engraçado.

Sorrio.
— Foi épico.

May paralisa, e fica me observando em silêncio.
Fico sem jeito, e começo a me endireitar na cadeira.
— O que foi? - pergunto quando seus olhos continuam me estudando.

Olho por cima da sua cabeça, e vejo a cidade em movimento. Carros e outros transportes ocupando a maior parte da rua. Alguns ciclistas reclamando ao atravessar a faixa de pedestres. Mães segurando seus filhos birrentos.
Cachorros andando perdidos pela calçada. É sempre essa bagunça habitacional quando venho aqui no Happy Bistrô.
Mas eu gosto.

Ela abre o maior sorriso que pode cobrir o mundo. E chama minha atenção quando revela quase em um sussurro: — Gosto de te ver assim.

Inclino a cabeça pra trás, e meu cenho franze.
— Assim como?

Seu peito sobe e desce assim que um suspiro escorrega pra fora.
— Diferente. Animada. Brilhando.

Eu não estou entendendo nada.
— Será que seus hormônios estão te deixando louca?

Ela aperta os lábios rechonchudos para evitar um risada.
— Não sei, mas que você tá diferente, você está.

Desvio meus olhos para o meu copo.
Porque eu estaria diferente?
O que ela está percebendo que eu não estou conseguindo sentir?

— A propósito. - levanto minha cabeça e mudo de assunto. Antes que eu me esqueça. — Sabe aquela minha colega? Que está grávida?

Seus olhos brilham em reconhecimento.
— A Maggie? Sim, lembro vagamente dela.

— Está em trabalho de parto.

Sua boca se abre num formato de ovo. Então ela agita a cabeça, e diz através de algumas respirações.
— Que máximo. Que medo também. Não sei como vai ser comigo e isso me deixa extremamente aflita.

— Você tem preferência de como vai ser o parto?

Ela cobre sua barriga com as mãos.
— Queria que fosse natural, é claro. Mas tudo bem se não puder ser assim. Só quero que minha filha nasça bem, e saudável.

Inclino minha mão sobre a mesa, e toco a barriga dela. Star começa se mexer justo nesse momento. Não posso evitar que meus olhos se enchem de água. Essa é a coisa mais mágica do mundo.

Ao Seu Lado Where stories live. Discover now