•Capítulo 53:

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"Confissões"

London

Continuo olhando para Lexie, esperando que ela me diga como se sente sobre nós dois. Essa é a primeira vez que a conversa vem a bordo. Mas já está na hora de entendermos o que está acontecendo entre a gente. Não há como continuar nos enganando sobre o que está tão óbvio. É impossível que ela não se sinta como eu me sinto quando estou perto dela. Hoje quando eu a puxei no banheiro, foi meio impensado mas pareceu certo. Eu tenho lutado contra mim mesmo todas as vezes que meu corpo deseja tocar o dela. Eu tenho questionado minha própria mente todas as vezes que ela se embaralha com as palavras. Eu tenho xingado o mundo tantas vezes por não conseguir colocar meu coração na frente de tudo.
Mas aqui está o momento para resolver tudo. E mesmo que eu esteja loucamente com vontade de beijá-la no lugar de expor meus sentimentos. Eu tomo coragem e peço que ela me diga primeiro. Estou observando-a desde que minhas palavras voaram pela sala e chegaram em seus ouvidos. Lexie está mordendo seus lábios, e isso me mostra que ela está nervosa. Seus pés batucam levemente o chão, e há um certo tremor correndo pelo seu corpo.
Facilito.
— Quer ir lá para fora? - aponto para porta. Talvez ela fique mais relaxada quando estiver na rua.

Um suspiro escapa dos seus lábios manchados de rosa.
— Oh sim.

Pego o caminho da saída, e abro a porta. Lexie passa por mim, e desce para varanda. Eu a acompanho, e fecho a porta atrás de nós.
— Então... - começo quando sentamos nas cadeiras de balanço. Ela está bem na minha frente. — Não foi uma pergunta difícil a que eu fiz.

Um sorriso amarelo escapa.
— Eu sei, desculpa. É que eu estou muito nervosa. - suas mãos voam para seus cabelos, e ela os bagunça. Parecendo mais irritada do que nervosa. — Uma vez meu pai levou May e eu para uma igreja onde nós tínhamos que nos confessar com um padre. - suas palavras saem rápidas. — E na hora que me chamaram pra entrar na salinha, eu meio que inventei uma dor de barriga, e comecei a forçar minhas lágrimas para meu pai acreditar que eu realmente estava em apuros. – ela expira fundo antes de acrescentar: — O final da história foi eu voltando pra casa sem ter me confessado, e May agindo como a injustiçada.

— E ninguém descobriu que você mentiu?

Ela agita a cabeça negando.
— Não naquela vez. - seus olhos baixam para o chão. — Mas meu pai nos levou novamente, e depois de tantas dores de barrigas apenas nos domingos de missa. Ele começou a desconfiar de mim, e me obrigou a ir.

— O que você confessou para o padre?

— Muitas bobagens que eu fazia quando era adolescente. Você não vai quer saber.

Sorrio.
Eu vou querer saber sim, mas não agora.

— Estou contando isso para você porque quero que você saiba que se eu tivesse que me confessar hoje, não para um padre, porque isso não é um pecado. Mas para outro alguém, ou até mesmo você, eu diria... – ela expira fundo e continua: — Bem, há algum tempo atrás eu conheci um homem, ele é alto, bonito e espiritualmente forte. Nossa relação era estremecida no início, por conta de muitas circunstâncias que não vem ao caso. Não importam mais. Contudo, ele continua sendo meu vizinho, e hoje ele é mais do que um amigo pra mim. Sempre tive medo de dizer como me sinto porque eu pensava que ele pudesse não compartilhar dos mesmos sentimentos. Mas com o tempo eu fui percebendo que talvez eu tivesse sido burra por não ter arriscado antes. Hoje eu sinto que seu coração bate mais alto quando está perto do meu. Isso quer dizer alguma coisa, sim? Hoje eu vejo que seu sorriso fica ainda maior quando se abre para mim. Hoje eu sei que se ele não existisse eu também não existiria. Hoje eu digo que nosso começo pode ter sido errado, mas a gente pode fazer o nosso meio e fim serem certo. Eu o quero muito, como amigo, como namorado, como amante e tudo mais que a gente possa ser juntos. Fim. Obrigada por me ouvir.

Seus olhos estão marejados quando olho para ela. Eu mal consigo respirar direito depois de ter ouvido suas palavras. É muito louco como nossa história começou, e como ela está se desenrolando agora. Eu nunca pensei que aquela vizinha irritante se tornaria mais do que uma amiga para mim.
E ela está aqui cara.
Na minha frente, e declarando seus sinceros sentimentos.
Eu não mereço.
— Essas foram as palavras mais lindas e genuínas que eu já ouvi em toda minha vida.

Ela enxuga os olhos com suas mãos.
— E olha que eu não sou muito boa com as palavras.

— Você é incrível Lexie, e isso me deixa ainda mais apaixonado por você.

Seus olhos brilham, e ela empurra suas pernas para baixo.
— Será que agora a gente faz o que geralmente acontece nos filmes?

— Depois da reconciliação? - provoco, mas eu sei o que ela está se referindo. Nos filmes que ela assiste geralmente depois da confissão de amor entre os personagens. Vem o tal esperado beijo. Mas aqui eu quis brincar com ela com o que geralmente acontece depois da reconciliação dos casais do cinema. Sempre há o sexo.

Suas bochechas coram.
— Não é isso, seu bobo.

Levanto da cadeira, e estico minha mão para ela.
— Eu sei o que você está falando.

Ela pega minha mão, e seu corpo se aproxima do meu. Enlaço sua cintura, e pouso minha cabeça em seu ombro. Puxo uma respiração profunda e deixo seu cheiro de amêndoas preencher meus pulmões.
— Você faz os meus dias mais felizes, Lexie. Desde que te conheci. - confesso, e então beijo seu pescoço. Seus braços agarram minhas costas. Uso minha mão livre para segurar seu rosto enquanto minha cabeça passeia pelo seu pescoço e ombro. Sua pele é tão macia, e perfumada. Eu pedi tanto por isso, deus, obrigado e obrigado.
— Você é linda. Dá cabeça aos pés.

Seu corpo estremece com minha voz, e eu adoro a maneira como ela se segura em mim.
— Você é a minha coisa favorita no mundo.

Ela deixa escapar uma risadinha.
— Isso é grande. Espero que não me gere muitas responsabilidades.

Sorrio em seu ouvido, fazendo sua pele se arrepiar ainda mais. Puxo sua cintura para mais perto, e meu pau gentilmente agradece.
— Você... - digo, sem saber o que dizer em seguida. Mas ela tem isso. Às vezes consegue me deixar sem palavras. — Eu sou muito sortudo.
Porra.

Continuamos abraçados na varanda, e o único barulho que pode ser ouvido além dos guaxinim ao longe, é as batidas dos nossos corações em êxtase.
Lexie está com sua cabeça enterrada em meu ombro direito, seus braços estão um em cada lado do meu pescoço. Seu peito sobe e desce junto ao meu. Minhas mãos continuam firmes em sua cintura, e a essa altura eu já posso sentir minha ereção ficar dura.
O céu está estrelado, e uma garoa fria goteja sobre o telhado.
Baixo minha cabeça para o pescoço de Lexie mais uma vez, é louco como minhas narinas logo procuram sentir o cheiro suave e doce dela.
Sinto seus braços começarem a deslizar pelo meus, aproveito e subo minhas mãos para seu pescoço. Nos encaramos pela primeira vez, depois de todo esse momento em que ficamos abraçados.
Há um mistério diferente em seus olhos, e a maneira que ela provoca seus lábios me faz levar esse gesto como um desafio. Suas mãos param em minha cintura, e então ela começa a subir lentamente pelo meu peito, atravessando cada gominho do meu abdômen definido.
É perfeito.
Uso minhas mãos para prender alguns fios do seu cabelo atrás das suas orelhas. E então aproximo meu rosto ainda mais. É quase como câmera lenta. Minha respiração sopra seu rosto, a sua faz o mesmo com o meu. Nossos corações batem mais rápido. Minha pele soa. Fecho meus olhos, e Lexie faz o mesmo. Sabemos o que vai acontecer agora. E isso vai mudar tudo entre nós.
Então sem aviso prévio eu grudo meus lábios nos dela, como se esta fosse a última coisa que eu precisava fazer antes de morrer. Ela deixa um gemido escapar quando tenta driblar suas pernas bambas. Minhas mãos se mantém em seu pescoço enquanto movimento minha cabeça para todos os lados aprofundando o nosso beijo. Sinto suas unhas fincarem minha pele quando puxo seu lábio inferior entre meus dentes.
É delicioso.
Continuo explorando sua boca com minha língua, e é como se ela fosse um parque de diversões. É tudo tão mágico e novo.
Sua língua encontra a minha, e as duas brincam sem qualquer disputa. É como se elas já se conhecessem. Como se nós já tivéssemos nos beijado fora dos nossos sonhos.

— Lexie... - sussurro entre o beijo, e começo a diminuir o ritmo. Ela instiga por mais. Suas mãos subindo para minha cabeça. Logo sinto meus cabelos serem puxados com força máxima. Um gemido escapa.
Porra.
Dou uma última vistoriada em sua boca com minha língua, e me despeço da sua língua faminta. Lexie resmunga baixinho. E lentamente eu recuo.

Meu fôlego é zero quando me afasto dela apenas para olhar dentro dos seus olhos.

Ao Seu Lado Where stories live. Discover now