•Capítulo 77:

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"Namorado Ciumento"

London

Chuto algumas pedras que estão no meu caminho. Porra. Xingo algumas vezes também. Eu não queria ter batido naquele engomadinho. Mas vê-lo com as mãos na Lexie me cegou completamente.
Eu sei que não há desculpas pelo que eu fiz. Mas o meu ataque de ciúmes foi maior que minha própria sanidade. Eu estou me sentindo mal por isso.
Sigo voltando para casa, andando pelas ruas da cidade. Maggie não mora muito longe. Mas ainda assim é uma boa caminhada. É boa para refletir e organizar os pensamentos. É o que estou fazendo.
De vez enquanto verifico meu telefone para saber se há alguma possibilidade remota de Lexie ter me enviado uma mensagem. Mas não há absolutamente nada. O que eu já deveria saber.
Eu fui o errado da história, então eu é quem deveria estar me arrastando de volta. Continuo andando e observando os comerciários encerrando seus expedientes. Há uma alegria brincando em seus rostos. Acho que todos estão animados para irem pra suas casas.
Eu não estou.
Agora são quase cinco e meia da tarde, e eu estou a quase uma hora caminhando mesmo sentindo minhas pernas mais pesadas. Não me importo. O céu já não está mais tão azul como antes. Há uma mistura de rosa, laranja e vermelho que faz do entardecer uma bela fotografia.
Sigo em frente, e dobro a esquina. Então eu chego em minha rua. Não há ninguém andando por ela. Meus olhos voam para casa de Sarah, mas está toda fechada. Lanço meus olhos para minha, e me lembro que ultimamente eu nem tenho dormido nela.
Acho que essa noite isso vai mudar.
Abro meu portão, e entro em casa. Só então eu lembro que Scott deve estar agoniado preso na área de serviço na casa ao lado. Por sorte eu tinha uma chave reserva. Não recordo quando Lexie tinha me dado ela, talvez foi depois da segunda noite que passei com ela em sua casa.
Puxo a chave do bolso, e abro a porta. A casa está tudo silencioso e cheira a eucalipto e araucárias. Sigo para cozinha, e encontro Scott choramingando na área de serviço.

— Ei, amigão. - pego ele no colo, e esfrego sua pelugem mesclada. — Estava com saudades é?

Ele se aninha em meus braços, e começa a abanar o rabo.
— Acho que você já ficou o suficiente aqui dentro. - digo, e começo a levá-lo para fora da cozinha.

Scott começa a latir para sala, mas eu não percebo o porquê que ele está se agitando até que levanto minha cabeça, e vejo Lexie parada na minha frente.

— Eu... – merda, porque estou nervoso? — Eu pensei que ele quisesse sair um pouco.

Ela continua parada com uma expressão dura em seu rosto. Suas mãos estão uma em cada lado da sua cintura. E seu peito sobe e desce em uma respiração que não parece nada tranquila.

Scott late para ela.
— Bom, agora que você chegou acho que você pode levá-lo para rua.

Lexie continua em silêncio, seus olhos fixos em mim, falando mais do que sua boca. Eu não sei. Mas não estou gostando do que isso está se transformando.

Engulo em seco, e coloco Scott no chão. Ele corre imediatamente para ela, e começa a se pendurar em suas pernas. Lexie mantém seu rosto virado para mim, e se ela não disser qualquer palavra pelos próximos minutos, eu vou abrir um buraco no chão.

Ficamos nos entreolhando por tanto tempo que eu acho que um século deve ter passado. Subo minha mão pelos meus cabelos e os empurro para trás da minha cabeça.
— Olha, - começo. — Eu sinto muito pelo que aconteceu, mas...

Minhas palavras são interrompidas quando Lexie ergue sua mão.
— Pode parando.

Expiro fundo com dificuldade. E encaro seu olhar eletrizado. Scott aproveita esse momento para nos deixar sozinhos. Aposto que ele foi se enrolar no tapete da sala de estar.
— Como?

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