•Capítulo 26•

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"George e Louis"  

                         Lexie 

Guardo meu celular na minha bolsa, e sorrio grandiosamente. É patético, eu sei. Mas quem se importa com isso?
Continuo seguindo para o prédio, e fico repassando tudo que aconteceu nesta manhã. É quase inacreditável que London e eu estamos nos dando bem. Eu nunca pensei que aquele início conturbado que tivemos nos levaria à isso hoje em dia.
Amigos?
Essa palavra rolava em minha língua como veludo. 
Eu não sei.
Mas há muito mais além do que uma amizade pode ser.
Expiro fundo quando a porta automática se abre. Puxo minha bolsa junto ao meu corpo, e sigo para sala dos professores.

A porta mal fecha atrás de mim, quando Preston a pega, e entra na sala.
Viro-me supresa para ele.
— Oi, bom dia.

Seus olhos brilham.
— Olá, você está bonita hoje.

Sinto minhas bochechas esquentarem. E decido mudar de assunto o mais rápido.
—  Você tem ouvido sobre Maggie?

Ele segue para a cafeteira, e puxa um copo descartável para se servir de cafeína.
— Parece que ela já foi para o quarto.

Fico surpresa, e encantada.
— Oh meu Deus, eu preciso dar um jeito de vê-la.

— Eu estou saindo às três hoje, se você quiser carona. - oferece ele, levando o copo até a boca.

Abro minha boca mas não sai nada, então eu a fecho. E penso no que dizer em resposta.
Sabe de uma coisa?
Vou aceitar.
— Perfeito.

Ele sorri, e começa a se dirigir para porta.
— Eu pego você na sua sala.

Franzo o cenho, um sentimento de estranheza. Isso não era um encontro. Eu podia muito bem esperá-lo lá fora. Mas não é o que eu falo.
— Ok. - é o que sai.

                           §

No caminho para o hospital, Preston e eu ficamos em silêncio a maior parte do tempo.
Ainda bem.
Mas eu não estava me sentindo desconfortável, nada disso, eu só... Não sabia como tomar algum a assunto com ele.
Era a primeira vez que estávamos saindo juntos, e desde que antes ele apenas sorria e me cumprimentava pelos corredores da escola, toda essa aproximação é uma coisa nova para mim. Para nós, eu acho.
Ele sorriu algumas vezes, e eu educadamente retribui. Mas por dentro eu estava loucamente torcendo para que chegássemos em nosso destino de uma vez.
O carro era uma Ecosport com ar-condicionado e todo o conforto que eu imaginava. Mas desde que eu estou sentada no banco do carona bem ao seu lado, eu não consegui relaxar e desfrutar da sua nave.
Mantive minha cabeça girada para a janela. Eu precisava concentrar minha mente em alguma coisa que não fosse toda essa tensão por estar no carro com ele.

— Chegamos. - anuncia ele, quando entramos em um vasto estacionamento.

Finalmente, eu sussurro sem que ele possa ouvir. Então eu tiro meu cinto, e me preparo para descer assim que ele estaciona em uma vaga livre ao lado de um carro incrivelmente bonito e gigante como dele é. 

Preston aciona o alarme, e contorna o carro chegando ao meu lado. Expiro fundo, e começo a apressar meus passos. Eu não sabia que ele era muito próximo de Maggie. Em nenhum momento em todas as nossas conversas, ela me mencionou essa amizade.

— Estou um pouco ansioso, você não está? - pergunta ele, assim que pisamos no tapete na entrada do prédio.
Meus olhos caem para o chão, e eu ocupo minha mente lendo o nome do Hospital.

— Lexie?

Levanto a cabeça.
— Sim?

— Você está animada para conhecer os bebês?

— Muito. - vibro, eu adoro crianças, não é atoa que eu sou professora. Mas havia alguma coisa nesses pequenos seres humanos que me fazia enlouquecer de amor por eles.
É sério.
Eu não sei como explicar, parece que essa obsessão pelos pequeninos nasceu comigo.
May que se prepare porque eu vou mimar muito a minha sobrinha.

                             §

— Oh meu Deus, Maggie... - murmuro completamente encantada quando entro no quarto e encontro minha colega deitada na cama, com dois dois berços móveis um de cada lado. Agradeço que Preston me deixou entrar primeiro.
Cubro minha boca para abafar meu grito.
É uma imagem tão linda.

— Ei se aproxime mais, – pede ela, seu rosto um pouco menos inchado. Há um brilho diferente em sua pele. Também percebo que seus seios estão incrivelmente maiores agora.

Começo a me aproximar, com passos demorados, não quero acordar seus bebês adoráveis. Mas quero vê-los tão mal que meu coração já está disparado.

Maggie endireita seu corpo ficando sentada. E um sorriso brota em seus lábios cheios de carne. Então eu dou mais um passo e finalmente minhas pernas batem na cama dela.
Olho para o berço do seu lado direto. E meus olhos não me chocam quando se enchem de lágrimas. É a coisa mais perfeita que eu já vi.
Seu bebê está dormindo, todo enrolado em uma manta azul clarinha. Suas feições estão em completa paz. E Oh meu Deus, o tamanho dos seus lábios.
— Ele é tão fofo, Maggie. - murmuro olhando para miniatura dela.

— Esse é George. - diz ela, e eu fico supresa. Não era esse o primeiro nome que ela tinha escolhido para um dos seus bebês.

Dou alguns passos para trás, e círculo a cama para ir até o outro berço. A essa altura meu rosto já está coberto de lágrimas.

— Esse é Louis. - avisa ela, quando meus olhos caem para um pequeno bebê enrolado em uma coberta verde. Ele não é tão parecido com o outro embora seus lábios sejam rechonchudos. Sua é tão morena e tem um brilho que é natural dele.

— Eu estava em dúvida nos nomes, mas dai quando eles nasceram, eu olhei para esses rostinhos de bonecos e decidi que seria o meu George e meu Louis.

Olho para ela, com o maior sorriso que eu posso cumprir. 
— São perfeitos, Maggie. Parabéns.

Ela pisca para espantar as lágrimas, e usa suas mãos para tocar seus filhos novos.
— Não vejo a hora de chegar em casa e juntar todo mundo. Chris, Evan e Lilly estão tão ansiosos para conhecer seus mais novos irmãozinhos.

Começo a imaginar como seria essa cena. Uma casa cheia. Crianças correndo por todos os lados, Maggie chamando seus filhos, o Pai tentando colocar tudo em ordem.
Deve ser uma loucura.
Uma loucura boa e sadia.
De repente eu me pego pensando como seria fazer parte de uma família assim.

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