•Capítulo 52:

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"O Plano"

Lexie

— ... Você é boba por ficar chateada. - diz May novamente, como se ela fosse uma mosca zumbindo em meu ouvido sem parar.

— Eu não estou chateada, e chega desse assunto.

Ela cai no sofá ao meu lado.
— Então porque você está aqui dentro e não lá fora com ele?

Continuo mantendo meus olhos fechados. Estou sentada nesse sofá há alguns minutos, e desde que os convidados inconvenientes foram embora, minha mãe e Chase foram descansar, e meu pai está em algum lugar com London, nada esta me deixando mais entediada do que ficar aqui ouvindo a voz da minha irmã repetidamente.

— Nos não somos grudados, você sabe.

— Você fica tão chata quando está emburrada. - diz ela.

— E você fica insuportável quando quer se intrometer onde não é chamada.

— Só quero te ajudar, boba. - sua voz perde a entonação alta.

Abro um olho, e espio bem na hora que May passa o polegar pelos olhos.
— Você está chorando? - pergunto, abrindo totalmente os meus olhos.

Ela agita os ombros.
— É os meus hormônios.

Sento mais perto, e passo meu braço envolta do seu ombro.
— Sabe às vezes parece que eu sou a irmã mais velha.

Ela ri, e funga.
— Mas você é. Mamãe não te contou que sua certidão de nascimento foi trocada?

Dou um empurrão nela, e caio na risada.
— Desculpa. - digo, depois de recuperar meu fôlego. — Por descontar minha chatice em você.

Ela deita a cabeça em meu ombro.
— Eu amo quando você é chata comigo. E me desculpa por me meter tanto na sua vida.

— Desculpas aceitas porque eu não amo quando você se intromete.

Rimos novamente, e então somos interrompidas. A porta da frente se abre, e duas risadas masculinas enchem a sala. May se endireita no sofá, e eu também. Nós duas olhamos para trás a tempo de ver nosso pai e London entrosados como se já se conhecessem há anos.
Sinto borboletas voarem em meu estômago quando meu olhar encontra o de London. Parece que vou perder o ar a qualquer momento.
É tenso.
Meu pai dá um tapa em seu ombro, e faz um aceno para May. Ela rapidamente se levanta do sofá, e se junta à ele.
Franzo meu cenho tentando entender o que eles estão tramando, mas quando sobra apenas eu e London na sala, minha ficha cai e eu pesco o plano.

— Como eles são idiotas. - murmuro sorrindo, até parece que eu não iria perceber que a intenção deles era deixar London e eu sozinhos.

— Seu pai realmente é uma figura.

— Vocês conversaram bastante hein?

— Sim.

— Sobre mim? - arrisco em perguntar.

— Sobre muitas coisas. - responde ele, vagamente.

Bom.
Engulo em seco.

— Eu acho que vou voltar mais cedo. - avisa ele, e meu coração fica em alerta.

— Como assim voltar mais cedo?

Ele passa a mão pelo rosto, parece que está se esforçando de mais para organizar seus pensamentos.
— Eu sei que o combinado era passar duas noites aqui, mas... Talvez seja melhor eu ir pra casa.

Minha garganta aperta. E meu coração se desespera. Olho para ele e tento descobrir o que esta perturbando sua mente aponto de fazê-lo querer se afastar daqui, de mim.

— Não está mais se sentindo confortável aqui? - pergunto, enquanto observo seu rosto expressar dúvida, confusão e medo.

— É um pouco de tudo. - confessa ele, colocando as mãos no bolso da sua calça jeans preta.

Não sei o que pensar.
Mas não me agrada que ele queira ir embora.
Preciso fazer alguma coisa.
Levanto do sofá, e caminho até onde ele está. Mas cuido para deixar um pequeno espaço entre nós. 
— Você não está querendo ir embora por causa do que aconteceu mais cedo, né?

É claro que é por isso.
Como posso ser burra?

— Essa é sua família, Lexie. É seu momento com eles. Quero lhe dar um pouco de espaço. É isso.

Porque ele ainda é bom para mim?
Mais cedo eu fui tão paranóica com ele.
Olha no que deu.
Agito minha cabeça, e um suspiro melancólico sai.
— Mas eu não quero espaço. Quero que você fique aqui comigo.

Alguns minutos se passam antes dele dizer:
— Por que?

Parece que sua voz está ecoando pela sala. Porque? Porque não quero que ele vá? Talvez meu coração já saiba o que responder, mas não consigo encontrar as palavras.
Então eu tento fazer o que sempre faço.
Digo o mais fácil:
— Por... Porque você é meu amigo. Porque eu gosto da sua companhia. Porque eu vou sentir sua falta se você ir.

Ele deixa uma risada escapar, e eu fico momentaneamente confusa. Porque ele está rindo?
London cruza os braços, e me lança um olhar que se parece como um desafio.
— Nenhum desses argumentos me convenceram a ficar aqui.

Minha boca se abre e se fecha, não digo nada, agito a cabeça, e olho para ele. Há um sorriso malicioso em seus lábios perfeitos. Mas também há um sentimento diferente pairando dentro dos seus olhos.
— Você está me testando? - pergunto em meio a um sorriso. 

— Apenas quero ouvir como você se sente.

Inclino a cabeça para trás.
— Sobre você ir embora?

Então ele me atira as palavras que fazem todo ar dos meus pulmões escaparem.

— Sobre tudo, Lexie. Nós. Tudo.

Ao Seu Lado Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon