Aceito o Desafio [Livro 1] SENDO REVISADO

Capítulo Final (parte II)

Sem revisão...

Aos poucos a nossa vida foi voltando ao normal. Ou pelo menos, o mais normal que conseguíamos. A família da Ana ficou conosco por mais alguns dias. O irmão dela, Miguel, ainda não olha na minha cara. A mãe dela sempre amável me tratava como sempre e o pai, bom...
Continuamos vivendo, mais eu percebi que faltava algo. A Ana estava cada dia mais triste e angustiada. Vivia chorando, mesmo que tentasse disfarçar as lágrimas. Eu sabia, nós sabíamos que não estávamos bem.
Não aguentava mais vê-la dessa forma. Tão... Morta.

Estamos em casa, assistindo a uma coisa qualquer. Não dissemos nada um ao outro. Não sabia o que falar. O que fazer. Ainda era muito recente e doía demais. Sem perceber sinto uma lágrima descer. Tento o mais depressa possível esconder. Só que é tarde, Ana já viu.

__shii... Não precisa esconder amor. Eu estou aqui para secar todas elas__ diz e me beija.

__E você sabe que eu também estou aqui para secar as suas não sabe?__ digo, deixando claro que eu sei, que ela chora escondido se fazendo de forte.

__Eu sei, é só que... Você já sofreu tanto que sinto na obrigação de não te ver mais sofrer, de te consolar e te fazer forte a cada dia. Mais... Eu tô tão cansada, tão... Perdida e triste. Eu sequer consegui ver as minhas meninas, eu não toquei, não senti o cheiro. Nada. Eu só queria...__ ela diz chorando novamente. Não posso vê-la assim.

Seco suas lágrimas e levanto indo em direção ao quarto. Eu não queria que ela sofresse mais, e pensei que não mostrar seria mais fácil. Só que não é. Nunca é mais fácil.
Entro no closet e mexo numa caixa bem escondida. Tiro com bastante cuidado o que havia dentro e olho. Não consigo conter as lágrimas e instintivamente passo a mão sobre aquele objeto tão simples, mais contendo uma preciosidade. Sorrio. Volto para a sala e consigo ver a mulher que eu tanto amo, tentado secar o rosto. Ela odeia admitir fraqueza, mas é tão necessário às vezes. Ela não precisa ser forte o tempo todo. Me proteger. Eu é quem devo protegê-la.
Respiro fundo e sigo até ela que sorri para mim, mais o sorriso não chega nem perto dos seus olhos.

__Eu não sabia o que fazer. Eu só queira te poupar mais sofrimento__ falo, me sentando novamente.

__O que isso quer dizer?__ ela pergunta confusa. Ainda não percebeu o objeto em minha mão. Tomo umas respirações e mostro. Uma mistura de sentimentos passou pelos seus olhos. E por fim, vejo ela sorrir. Um sorriso sincero e verdadeiro. Ah, como eu senti falta disso.

__São?... __ ela não consegue terminar a frase.

__São... As nossas pequenas. Tirei antes delas...__ não termino de falar. Não consigo. A Ana entende e seu sorriso se desfaz por um instante. Falar disso dói tanto.

__Elas eram tão lindas... Tão perfeitas... Pequenas. Eu...___ chora. Por isso não quis mostrar antes. Não aguento tanto sofrimento vindo dela.

__Shiiii... Amor, está tudo bem. Se não quiser ver eu guardo__ falo abraçando e beijando o seu rosto. Estamos deitados novamente no sofá.

__Eu quero ver, eu... Elas eram lindas. Mesmo não tocando o rostinho delas, eu fiquei feliz. Agora eu sei como eram. E, nossa. Pareciam com você__ ela diz sorrindo mais uma vez. Esse sim era o sorriso que eu queria ver e sentia falta.
Ficamos abraçados e dormimos ali mesmo. Ana abraçada protetoramente ao porta retrato. Ficaríamos bem.
Ficaríamos bem...

Bônus Analu...

Já passaram 5 meses depois de tudo o que aconteceu. Eu ainda me sinto triste, só que venho tentando me organizar e viver. Foi triste e a dor ainda é imensa. Só que eu sei que minhas meninas estão num bom lugar. Elas são anjos agora. Voltamos ao ritmo normal das nossas vidas. Henry não queria que eu voltasse a trabalhar, queria que eu ficasse em casa, descansando. Ele está cada dia mais paranóico com tudo. Reforçou a nossa segurança. Agora não posso dar um passo, sem ter um brutamontes atrás de mim. Eu sei que é necessário. Eu sei que é para a nossa segurança. Aqueles bandidos ainda estão por aí. E é por isso que aguento toda essa loucura do Henry. É necessário.