Capítulo 15

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Sem Revisão...😅

  O jantar só não foi um completo fiasco por que a minha garota não se submeteu as provocações da minha irmã. Se é que posso chamar aquela pessoa de irmã. Todos ficamos surpreendidos com as atitudes da Charlie. Não sabia o quão ruim ela podia ser, fez questão de deixar claro o quanto odeia a minha namorada. Todas aquelas provocações me deixaram transtornado, se não fosse a Ana, eu não sei o que teria feito.
    Estamos agora deitados, Ana está dormindo. Eu, estou apenas pensando em tudo. Minha vida agora é outra. Para uma pessoa sem expectativas ou objetivos de um futuro como eu, é incrivelmente assustador. Toda essa felicidade na qual nunca tive em minha vida, me deixa com medo. Medo de tudo acabar, medo de cometer algum erro e tudo isso deixar de existir. O som do alarme me tira dos pensamentos obscuros. Hora do remédio.
   Alcanço o frasco dentro da gaveta que fica ao lado da cama e engulo os comprimidos de uma só vez, estou tão acostumado que nem preciso mais de água para ajudar a descer. Minha cabeça gira, e de repente sinto-me exausto, com uma dificuldade enorme de me manter acordado. Tudo escurece.

    Henry andava numa rua que não é conhecida para ele. Se já esteve naquele lugar, não se lembra. A iluminação precária deixa tudo mais sombrio e triste. Não se ouve um barulho sequer, exceto pelo som dos seus próprios passos. Não sabendo o que está acontecendo, continua seguindo em linha reta. O vento assovia alto, causando um calafrio em sua espinha. "Que lugar é esse?" Se pergunta. Mas infelizmente não obtém resposta. Som de passos apressados chama a sua atenção. Um barulho alto e logo em seguida, uma dor no abdômen. Sangue. Tudo escurece.
   Henry acorda dentro de um barco pequeno que balança com o movimento das águas. Uma água límpida e aparentemente pura. O clima é fresco e convidativo. O reflexo na água chama a sua atenção, ele está ali parado, olhando para si mesmo com um sorriso doentio no rosto. Não era ele, era o seu irmão. Mas não um irmão que conheceu um dia, e sim um homem sombrio e de olhar psicopata. aproximou o seu rosto um pouco , para mais próximo da água. Quanto mais perto estava, mais perto queria chegar. E ele chegou. Até que o homem do lago o puxou para dentro do mesmo. Segurando fortemente em seu rosto para que ele não conseguisse se livrar. Henry tentava a todo custo subir, mas quanto mais ele tentava, mais para baixo era puxado. O ar já lhe faltava nos pulmões, a visão turva e o desespero crescente. Sempre teve medo de água. Seja mar, rio ou piscina. Tudo o assustava. "Não lute" ele ouvia. "Desista". Procurava saber de onde vinha a voz, mas não conseguia identificar. "pare de tentar" foi o que ouviu, e logo depois um grito agudo escapou de si, fazendo com que mais água entrasse em seus pulmões cansados. A mão do seu irmão estava agora em volta do seu pescoço, apertando. Tentando mata-lo a qualquer custo. "Morra" ouviu novamente.

   O grito que escapou de mim, me deixou momentaneamente surdo. Sentia-me sufocado. Não conseguia respirar. As mão tremendo e o suor escorrendo por minha testa, só me deixava mais desesperado. Ouvia uma voz ao longe, mas não conseguia saber de onde vinha ou de quem era. O peito se contrai e a passagem de ar é fechada. Sinto como se não tivesse mais pulmões, todo meu corpo dói e eu não consigo abrir os olhos ou me mexer. A garganta está seca e o meu corpo não obedece aos meus comandos. Quero levantar me mexer, mais não consigo. A dor é tanta que sinto vontade de morrer. A sensação de que algo aperta o meu pescoço é real. Sem ar. Preciso de ar.

__Amor, amor acorda__ ouço. Quem fala comigo? Não consigo lembrar. __HENRY, HENRY FALA COMIGO__ grita. Meus olhos se abrem e eu pulo da cama assutado, ainda tentando fazer a respiração voltar ao normal.
  Analu está parada a minha frente totalmente assustada, os olhos muito abertos e a boca num perfeito O. Ainda estou atormentado, parado sem saber o que fazer. Ela se aproxima cautelosa.

__ shii... Está tudo bem, já acabou__ vem em minha direção, com os braços abertos prontos para me abraçar. Eu aceito. Caindo no choro logo depois.
O sonho foi tão real. Até agora sinto as mãos do meu irmão em volta do meu pescoço. Aquele olhar sombrio, não sei o que aconteceu com ele.

Aceito o Desafio  [Livro 1] SENDO REVISADOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora