Trinta e um - Cinismo, luxuria e crueldades

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— Eu te vejo amanhã, né?

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— Eu te vejo amanhã, né?

Millie sorriu quando Mike, soltou sua mão algumas quadras antes da sua casa. Os dois tinham saído cedo, aproveitando que o pai da garota havia ficado em um turno noturno e que Lauren e Alycia, tinha viajado em uma missão secreta, para curtir um dia inteiro fazendo coisas legais.

— Ele ainda não chegou. – A menina se espichou para olhar a garagem, parecendo aliviada em seguida.

— Como ele tem te tratado?

— Calmo. Eu falo sempre as piores coisas de você, o tempo todo. Acho que ele está começando a acreditar que eu realmente odeio o cabeça de cotonete.

Mike franziu o cenho, e não pode evitar rir do apelido.

— Cabeça de cotonete? Por favor, nunca deixe Alycia ouvir isso.

— Não posso prometer nada. – Riram. Era tão simples estar perto dela que Mike, não podia imaginar como seria, não estar perto dela.

— Foi uma tarde legal.

— Foi mesmo.

Ele não tinha coragem suficiente habitando dentro de si para dizer a ela que a melhor parte daquele passeio tinha sido quando a roda gigante chegou no topo e parou e enquanto ele se divertia olhando a cidade ela segurou sua mão, como se ele fosse um herói que a salvaria do monstro invisível do medo.

Millie tinha hora marcada para ir embora, afundando Mike naquele mundo imenso de quando a gente é criança, onde tudo parece ser maior do que realmente é. Millie voltar pra casa naquela tarde era como se ela estivesse indo morar no polo sul, em distância e em saudade imediata.

— Te vejo então, cabeça de cotonete? – A garota o provocou, riu e foi embora, mas voltou puxando o garoto para um abraço rápido que terminou com olhos unidos.

— Então, te vejo segunda? – Atrapalhou-se ele. Era irmão de sua irmã, mas não tão parecido. Principalmente quando se precisava agradar a "crush". – Segunda que é amanhã, no caso. Você sabe, né?

As frases do menino foram interrompidas por um profundo colar de lábios, que fizeram brasas subirem seu pescoço e sua orelha em uma constelação do tamanho da Rússia e tão lotada quanto a China.

— Segunda. – Ela sorriu e deu a ele outro abraço. – Que é amanhã.

Millie se afastou ainda sorrindo, e então correu na direção da sua casa. Mike sentiu os ombros caírem, perdendo um suspiro dos lábios. Depois do beijo, ele sentia como se segunda feira fosse dali a vinte e cinco anos.

Mais relaxado, Michael caminhou pela calçada com os fones de ouvido tocando sua playlist favorita, assobiando distraidamente para si mesmo. O sol ainda estava alto no céu e seus olhos traçou as linhas de sua sombra, mãos enfiadas nos bolsos enquanto seguia a calçada.

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