Doze - Ela não tem nome e você não tem segredos :D

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Alycia estava parada tomando uma latinha de cerveja perto do cais principal da cidade

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Alycia estava parada tomando uma latinha de cerveja perto do cais principal da cidade.  De todos os sentimentos que faziam dela um ser humano, o que Alycia Evans mais odiava era se sentir perdida. Eram raros os momentos que ela se deixava abater por isso, e nesses raros momentos ela se refugiava no único lugar onde não havia espaço para tristezas ou raiva em toda Santa Clarita.

O cais Ilha de muerta, era assim chamado em homenagem aos piratas que atracavam na cidade séculos antes para pilha e beber, enquanto fugiam da companhia Britânica. Por isso, a enorme estrutura pairando sobre as águas calmas da Califórnia, era temática, com os pubs bar seguindo uma decoração caribenha e servindo a melhor cerveja preta da cidade.

 Aquela noite, como tantas outras, fervia com visitantes e turistas. O bar principal era chamado de Cassino da reina del sur. Evans já podia ouvir suas caixas de som tocando algum ritmo latino as alturas. Não passava das sete em seu relógio de pulso. Daria tempo de parar e tomar umas cervejas, encher a cara faria ela se concentrar em outra coisa que não fosse sua vontade bater em Lauren.

O enorme pub bar cheirava a cerveja artesanal, tacos e maresia, quando Alycia entrou. Todos os jovens da cidade em algum momento teriam que sair carregados dali. Era um ritual, e Alycia tinha passado pelo seu na noite que conheceu Sophie.  Estava tão bêbada que não se controlou ante a vontade de pedir um beijo a ruiva. Dois anos depois, Alycia ainda não sabia se aquela tinha sido a melhor ou a pior decisão da sua vida.

Pensar na ruiva dava sempre nela sentimentos bipolares. Lá no fundo não podia evitar sentir culpa por ter partido seu coração. Nunca foi sua intenção, mas ela não sabia lidar com expectativas alheias. Era daquele jeito. Gostava de Sophie, no entanto, Alycia não se sentia capaz de estar novamente conectada com ninguém naquele nível. Estava cansada de ser a causa de remendos nos corações alheios, quem ficava com ela, ficava sabendo quais eram suas regras.

Eu sou um ser humano horrível, pensou com desgosto, tomando mais um gole da sua cerveja.

Alycia estava sentada sozinha no balcão, já que a maioria das mesas estavam ocupadas por turistas parecendo maravilhados com a decoração, de cabeças humanas falsas penduradas no teto e bandeiras piratas.

O salão estava cheio de velhos rostos conhecidos, mas ninguém da escola. Tanto que ninguém se aproximou dela tentando puxar assunto ou forçar algum tipo de simpatia. Olhando de longe Evans aparentava ter pulado de algum editorial de moda e caído diretamente ali. Os cabelos desgrenhados pelo vento, a alça da sua blusa escorregava dos ombros, havia um leve tremor em seus lábios e as bochechas estavam rosadas. Parecia etérea, mas não tanto.

— Uma budwaiser.

O pescoço de Alycia virou-se automaticamente para o lado esquerdo ao ouvir a voz rouquinha e sensual surgir próxima a ela. Ela podia jurar que tinha um radar pra mulheres atraentes.

Uau, pensou, quando viu uma loira parecendo altamente deslocada naquele lugar. Ela usava calças jeans e uma simples blusa branca por cima. Seus cabelos loiros estavam cortados acima dos ombros, os olhos eram de um azul tão profundo que estavam escurecidos naquele momento, apesar que Alycia estava concentrada em um sinal charmoso que a desconhecida tinha sobre seus lábios.

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