Vinte e seis - Pare de quebrar meu coração

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O limite entre o amor e obsessão é tênue

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O limite entre o amor e obsessão é tênue. Alycia sabe bem disso porque nunca sentiu tão vivamente a necessidade de estar com alguém, mesmo que isso de certa forma significasse invadir o espaço do outro a todo custo. E é exatamente dai que vem sua coragem, o desejo de não repetir os mesmos erros é a única coisa que deixa Alycia vagando na parte segura do amor.

Ela quer fazer a coisa certa. Pegar toda e qualquer chance de provar pra ela que está tentando. Pra que no final, mesmo que não termine da maneira que espera, Sophie saiba que da sua parte houve pelo menos tentativas.

Amar é dar liberdade.

Amar é ser paciente como a primavera que espera o ano todo para florescer.

Mas nunca se afastar muito. Apenas deixar que a pessoa sinta que você está distante, mas é dela todos seus pensamentos.

No terceiro dia sem procurá-la, Alycia acorda de manhã bem cedo e entre os preparativos da festa que aconteceria naquela noite e a vontade de vê-la, rouba algumas flores do canteiro da vizinha e ruma para a casa de número 12, na parte norte de um bairro residencial movimentado. Alycia pedala sem parar, com os cabelos esvoaçantes batendo contra sua face até chegar ao destino.

Pula da sua bicicleta, deixando-a largada de qualquer jeito na calçada. Para observando alguns segundos a janela virada de frente para a rua. Tem tempo mais que suficiente para ponderar se deveria usar o método convencional de apertar a campainha e se apresentar, ou fazer o que ela dificilmente faria...se ariscar.

Como prudencia nunca foi sua qualidade mais proeminente, Alycia sobe os jardins da casa e ultrapassa a enorme janela de vidro abaixada seguindo para debaixo do quarto de Sophie. Quando se da conta está escalando uma escada de jardinagem, as 9 h da manhã de um sábado para ter acesso ao quarto da garota que gosta.

O telhado range debaixo dos seus pés e ela fica observando o quarto que a muito tempo não via ou pisava os pés. Os diversos livros na prateleira, alguns pôsteres de bandas de rock e a cama de Sophie vazia, porém bem organizada. Alycia fica um pouco desapontada em notar que Turner provavelmente não estava em casa. Na sua mente passam mil possibilidades de onde de fato ela poderia estar, e nenhuma delas serve para aplacar seu ciúme.

Então, a porta do quarto é aberta e Sophie surge brilhantemente segurando uma bandeja em uma mão e tentando não tropeçar no seu Husk Siberiano tentando roubar sua comida. Ela trava na metade do quarto quando nota a figura inconfundível lhe encarando detrás da janela da casa. Pena pra Alycia, que a cadela que mais parecia um lobo não fica nada feliz com sua presença e faz menção de avançar contra ela, Evans toma um baita susto e tropeça nos próprios pés caindo do telhado lá em baixo. Sorte sua que a grama amortece a sua queda, não o suficiente para ela não enxergar mil estrelinhas rondando sua cabeça.

A loira leva alguns segundos de olhos fechados tentando localizar cada parte do seu corpo para ter certeza se está viva. Então ela abre os olhos sentindo lambidas generosas em sua face.

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