Vinte e cinco - Lolo não sabe brincar

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Mike abriu a boca para contestar o que ouviu, porém os dois notaram quase que no mesmo momento, como a mãos da menina descansava confortavelmente em seus ombros. Afastaram-se rapidamente e Mike coçou a nuca desesperado por ter um pensamento prudente que colocasse fim naquele pequeno momento constrangedor.

— Will, Tris e eu estávamos pensando em pegar a primeira seção do cine quente, você quer ir? Vai passar os caças fantasmas remasterizado.

— Na verdade eu adoraria, mas meu pai não vai deixar eu sair. Ele ainda está chateada porque eu fugi pra ver o primeiro jogo do campeonato. – Explicou-se voltando ao seu estado "não constrangido".

— Millie, as vezes acho seu pai um babacão. – O menino meio que assustou com o tom que falou, mas a verdade era que Will e ele sentiam falta da amiga, não podiam ir nem até a esquina com ela. – Desculpe...

— Não precisa se desculpar, ele é realmente. – Brown retirou a sua jaqueta, mas voltou a vestir quando notou que os olhos de Mike tinham ido direto em uma marca roxa no braço.

— Foi ele quem fez isso?

Millie Brown não fugiu os olhos do amigo quando ouviu aquela pergunta. Ela dificilmente se sentia desconfortável ou envergonhada perto de Mike.

— Você já sabe a resposta.

— Denuncie ele. – Disse com voz dura. Millie era a menina mais doce e incrível que Mike tinha conhecido ele não podia nem imaginar porque alguém surraria ela daquela maneira. – Vá a polícia e o denuncie. Minha tia é advogada ela pode-

— Mike, não! – Millie cortou-o e o garoto ficou surpreso com o tom rude em sua voz. – Eu não posso fazer isso, não tenho ninguém além dele.

— Mas...

— Por favor, fique fora disso. Eu sei que é maravilho como você tenta ver todo mundo feliz, mas você não é bandaid do mundo. Eu posso cuidar disso.

— Millie! – Os dois viraram o rosto ao mesmo tempo, reconhecendo a figura arrogante do Senhor Brown, os olhos castanhos de Mike foram do seu rosto até a cruz de ouro pendurada em seu peito. A vida e suas doces ironias.

Mike o odiou com toda a sua força, Millie afastou-se bastante do amigo e arrastou a mochila paras suas costas.

— Vejo você amanhã.

Michael abaixou os olhos travando o punho. Lauren sempre lhe dizia que ele era um bebe, talvez fosse o momento dele de fato parar de agir como um, e passar a agir como um homem. Foi com essas palavras ecoando em sua mente, que ele começou caminhar em direção ao Jeep ainda parado no estacionamento. Millie arregalou os olhos, quando o viu surgindo e parando de frente ao seu pai.

— Boa tarde. – Disse com a voz firme. – Me chamo, Michael Jauregui, o senhor já deve saber. – O homem parou o movimento de abrir a porta e encarou o garoto com repulsa. – Millie e eu somos amigos. – Mike trocou um olhar com ela, e ignorou a súplica silenciosa pra que ele simplesmente calasse a boca. – Eu gostaria de fazer um pedido...

— O que quer garoto?

— Eu quero pedir autorização para que sua filha saia comigo. – O homem recebeu a frase com um riso de escarnio. – Vamos no cinema, posso garantir que antes das 8 h ela estará de volta em casa e segura.

— Saia da minha frente moleque.

— Não!

— Saia da minha frente ou eu vou perder a cabeça! – O senhor Brown explodiu arrastando o garoto pelo braço pra longe da sua presença.

— Tire as mãos dele. – Mike arregalou os olhos quando viu a pequena, porém, marcante presença de Camila surgindo. A cubana empurrou o pai de Millie pelo peito, tirando Mike das suas mãos. – Você enlouqueceu?

Teoria do amor ao caos ✔️Where stories live. Discover now