Capítulo 39

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A biblioteca estava escura, fechei a porta imediatamente quando escutei a voz de Ceece. Como estava tudo escuro me dei um pouco de medo.

Caminhei tocando quase tudo ao meu redor para evitar de tropeçar em algo.

- “Precisa de algo?”

Soltei um grito de surpresa.

Não era a voz de Vlad nem de Alec. Era um homem, isso era muito óbvio para mim.... mas não era alguém que conhecia....ainda.

As luzes se acenderam e revelou um homem com os olhos de uma cor um pouco... confuso. Eram verdes ou azuis?

- “Quem é você?” - perguntei em um sussurro.

- “Meu nome é André.” - ele se apresentou sorrindo e se sentando no único sofá que havia. - “Você deve ser Gabriele Baxter.”

- “E como você sabe?” - perguntei franzindo o cenho.

Ele deve ter achado graça da minha pergunta porque ele riu durante alguns segundos.

- “Esse castelo é cheio de vampiros, escuto seu coração...o coração de um vampiro não bate tão rápido e tão delicioso.” - ele se levantou. - “Você é mais bonita do que me lembro.” - murmurou se aproximando.

Eu dei alguns passos para trás até me chocar contra a porta. Estava presa entre uma porta e um desconhecido.

- “De onde você me conhece para se lembrar de mim?” - perguntei lentamente.

André sorriu.

- “Não estamos jogando o jogo das 20 perguntas, Gabriele.” - André murmurou. - “Te proponho um trato...sei que você quer sair daqui.”

Estava quase temendo, já sabia que eu podia me meter em problemas e não sei em quem posso confiar. Aliás, eu precisava de ajuda para escapar. Não podia confiar totalmente em alguém que poderia mentir pra mim ao em vez de me ajudar. Todos eram desconhecidos para mim.

- “Não André...." - contestei. - “Estou bem aqui.”

- “Nós dois sabemos que isso é mentira.” - ele murmurou rindo e colocando suas mãos em cada lado da minha cabeça. - “O Principezinho dos vampiros virá e vai te matar, não hoje, nem amanhã... mas você vai envelhecer e ele só quer o seu sangue. Você quer viver assim?” - ele levantou a sobrancelha fingindo estar surpreso.

Sorri nervosa e assenti lentamente.

- “O que você ganha me ajudando? Você também não é um vampiro?” - questionei.

André riu com vontade me assustando um pouco.

- “Não sou um vampiro.” - respondeu divertido. - “Sou algo melhor, sou um bruxo...”

Quase abri a porta atrás de mim mas não pude, estava fechado e isso me dava um frio na espinha.

- “Olha relaxa.” - André sussurrou rindo. - “Não vou te machucar... estou oferecendo minha ajuda.”

- “Ouvi que bruxos não oferecem sua ajuda a menos que queira algo em troca.”

Tentei manter o rosto tranquilo, mesmo que meu coração estivesse com os batimentos cardíacos acelerados.

- “Me chame de Andy.” - ele murmurou. - ”Eu só quero vingança e acredito que machucaria Vlad Tepes te arrancando do seu lado o...Como é que ele te chama? Saco de sangue? Alimento?”

Se a porta está fechada, tinha que tentar gritar.

- “Não estou interessada.” - eu disse.

- “Você prefere que eu te mate ao invés de te ajudar?”

Ele estava na minha frente com um sorriso sinistro, vestido totalmente de preto e seus olhos azuis como o mar.

- “Azlin, Ale...”

- “Você não é tão inteligente como pensava.”

Ele segurou meu pescoço me asfixiando com força que me surpreendeu que não houvesse quebrado o meu pescoço, parece que isso também surpreendeu o André.

Fiz uns sons horríveis ao tentar inalar o ar, nem sequer podia gritar algo.

Enterrei minhas unhas com tanta força até sentir que perfurei a pele do seu braço, ele me soltou e eu caí me golpeando na parede com força.

- “Gabriele... lamento minha violência.” - disse se sentando novamente e me olhava, creio eu, de falso arrependimento. - “Um Petrov não é muito sociável mas eu tentei, querida. É que, não posso acreditar que você seja uma cachorra masoquista. Sabe Vlad está acabando com sua vida e quer continuar aqui?” - ele solta uma risada sarcástica.

Eu não ia responder, minha garganta doía e estava tentando evitar de chorar.

Merda, eu não quero ser frágil...mas minha força não é o suficiente contra os seres sobrenaturais. O único que que podia ser forte seria minha coragem, mais mental do que física.

- “Você é um desconhecido.” - murmurei depois de uns segundos tocando meu pescoço.

- “Gabriele?” - escutei Azlin do lado de fora da biblioteca.

- “Devo ir embora.” - murmurou sorrindo...de uma maneira que dava calafrios. - “Mas tenha certeza de que eu vou voltar.”

A luzes se apagaram, a porta de abriu e senti umas mãos que me fizeram sobressaltado.

- “O que faz aqui? Não me escutou te chamando?” - questionou.

Dei meia volta.

Não respondi suas perguntas e a abracei.

Fechei os olhos para pensar que era minha mãe, que estava em casa e que tudo havia sido um pesadelo.

Não era apenas Drácula, agora também tinha um bruxo atrás de mim? Eu já tinha o suficiente com o primeiro...

- “Azlin.” - Alec se fez presente e agora me atrevi abrir os olhos assumindo minha realidade. - “Ele está próximo... novamente.”

Me afastei dos braços de Azlin para olhar pro Alec.

- “Chama Vlad, eles juraram se manter afastados. É um trato.”

- “Estão quebrando, estão perto daqui.”

- “Há quantos metros?” - Azlin perguntou e eu não estava entendendo a conversa.

- “Não sei exatamente, cálculo que seja meio quilômetro.”

- “Suficientemente longe.” - disse Azlin. - “Eles querem que rompamos primeiro para que se aproveitem disso, é uma trapaça. Não faça nada, só chama Vlad.”

- “O que está acontecendo aqui?” - me atrevi a perguntar depois de que Alec se foi com rapidez.

- “Um velho inimigo, Gabriele. Nada com que se preocupar.”

- “Me diz que sou parte desse mundo e me escondem as coisas. Com que estamos lidando? Pelo menos um nome. Um motivo para que sejam inimigos. Algo simples.”

Eu mesma me contradigo. Foi inevitável, sei que disse que eu não queria ser considerada desse mundo... mas tanto faz. Já estou aqui.

E isso me assusta.

Porque estou aceitando cada vez mais isso tudo e vivo aprendendo.

Estou me acostumando.

- “Seu nome é André e é o que eu posso dizer antes que Vlad venha."

Reencarnada (Completa)Kde žijí příběhy. Začni objevovat