Capítulo 32

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Continuação Passado Pov.  Lucy

Avistei Vlad andando com Alec ao seu lado, tirei os sapatos e sai correndo. Azlin havia me dito que não me intrometesse, mas eu precisava de respostas que apenas Vlad tinha.

- "Senhor!" - gritei ambos se detiveram. - "Preciso falar com você." - murmurei.

- "Alec discutiremos depois esse tema, agora pode ir." - Alec me olhou e acatou a ordem de Vlad.-  "O que aconteceu Lucy? Você está bem?" - Vlad questionou.

Inpirei e assenti.

- "Não lembra daquilo que queria me mostrar, enquanto conversávamos sobre algo sumamente importante."

Meia hora depois estava desobedecendo a primeira ordem, a recomendação de Azlin. Estava no povoado.

Dentro de uma casa, não a minha é claro, demorei alguns segundos para confessar o que sabia e exigir respostas para as minhas perguntas.

- "O que você é Vlad?" - perguntei e ele me olhou.  - "A sua mulher havia sido taxada como a esposa do diabo, sei de várias coisas mas não a principal... Vlad, eu sempre tem sido sua amiga, não vou te dar as costas..."

- "Eu sou um demônio." - ele me interrompeu. - "Quando Micah, Alec e eu, fomos buscar indícios de guerra... encontramos um homem com aparência jovem... mas ele tinha 289 anos e ele nos fez beber o seu asqueroso sangue...nos tornando como ele." - Vlad negou com a cabeça. - "Não, ele nos tornou algo pior, um Vampiro."

Vampiro.

Eu nunca tinha ouvido essa palavra antes. Um demônio? Era certo que era um demônio? Pra mim ele parecia normal. Notei que eu estava com a boca aberta impressionada e imediatamente tratei de fechá-la.

- "Vlad..." - ele me interrompeu mas dessa vez tapando a minha boca com a sua mão.

Se aproximou o suficiente para ser que estávamos abraçados. O meu batimento cardíaco aumentou, eu quis me convencer que era pelo medo como reagiu e não por causa da sua aproximação.

Era proibido, eu não podia ama-lo mas mesmo assim o fazia.

- "Que é isso?" - perguntou em um sussurro e eu neguei. - "Lucy, não sou malvado. Desejavam invadir a Transilvânia, e esse demônio matou Micah mas...Alek e eu lutamos, na verdade somos monstros. Mais fortes, mais rápidos, somos 100 guerreiros em um só. Meu dever sempre será cuidar do meu povo e essa é a melhor maneira."

Seus olhos estavam fixos nos meus, ambos ficamos sem dizer nada durante alguns segundos e eu senti como se fosse anos. Como não poderia amá-lo?

- "Não estou te julgando." - sussurrei muito baixo. - "Você pode ter características que faça você se sentir um monstro, mas nunca serás. Pelo menos não para mim."

Isso era certo, durante anos procurei algum motivo para deixar de amá-lo e o único que eu encontrei era que ele não me amava como eu o amava. Era uma desgraça não fazer o meu coração parar de sentir o que eu sentia por ele.

- "Obrigado." - ele sorriu. - "Você é muito importante na minha vida, sem Mina, as meninas e sem você eu não seria nada." - ele deu um beijo na minha testa.

E ai quando aconteceu a desgraça.

A porta se abriu num golpe, gritos que eu não consegui entender e o calor sufocante que havia atrás de mim.

- "A prostituta do demônio!" - gritou o homem que tentou me agarrar.

Vlad o impediu se colocando na minha frente, olhei para trás e vi que pequenas chamas se espalhavam.

- "Vlad!" - gritei aterrorizada.

Nós dois não tinha muito o que fazer, mas isso não podia acabar aqui!

De uma hora para outra somos empurrados para sair da casa e vi que a multidão era grande, Muitos gritos da parte deles que diziam "Satã" , "Filho do diabo", "Drácula", "Prostituta"  muitos insultos em forma de gritos que minha cabeça estava pronta de entrar em colapso.

Era aterrorizante ser insultada e as pessoas tentarem te queimar. Claro junto a mim estava o homem que eu amo e isso tornava tudo ainda pior.

- "Demônio! Filho do Diabo!"  - o mesmo homem gritava. Não conseguia parar de olhar quando de repente apareceu um clique em minha mente.

Ia acontecer o mesmo que eu evitei que acontecesse com Azlin e por Mina.

O mesmo!

Uma mulher com os olhos Violetas e cabelo preto começou a acompanhar a gritaria e sorria toda vez que as pessoas tentavam nos queimar.

Do nada, Vlad gritou com força e segurou meu braço.

- "Sou seu Conde! Que tipo de respeito é esse? Eu que fiz muito por todos vocês! E continuarei fazendo enquanto eu viver!"

Dissolveram os gritos até que só ouviam os pequenos murmúrios, e começaram a olhar entre si. Exceto por aquele homem que ia colocar fogo na casa e olhei aterrorizada para todos.

Ele era o monstro! Era ele que o povo deveria está tentando matar!

Essas pessoas eram muito idiotas

- "Lucy!" ouvi que alguém gritou me movi tentando sair do círculo onde estava no meio.

Uma espada passou no meu braço e fez um corte superficial, mas arrancou um grito da minha garganta. As pessoas continuavam gritando dizendo que eu era uma prostituta, que era um pecado que tinha que ser pago com a minha vida por ser amante do demônio.

Estava ficando louca, eu cai no chão e fui arrastada com brutalidade por eles.

Por mais que eu gritasse eles não paravam, me arrastando pelo os cabelos enquanto eu soluçava, não se importava com o quanto eu estava sofrendo. O meu braço ardia e minha cabeça estava a ponto de explodir. Não sabia para onde eles estavam me levando até que eu vi uma guilhotina, na praça central.

Vi que seguravam Camilla e Stephany, enquanto choravam.

A mulher que acompanhava o homem que começou tudo, se aproximou de mim e me deu uma bofetada na cara.

Olhei para ela com lágrimas nos olhos cheia de ira e cuspi no seu rosto e depois sorri.

- "Maldita! Você é uma maldita!" - ela gritou furiosa.

- "Não mais que você!" - se esse era o meu fim eu não iria mostrar fragilidade.

Eu não queria morrer, mas eu não iria implorar. Isso nunca!

Um forte som fez com que todos se calassem, não sei como mas fui pega pelos braços e estava no céu. Estava voando sem cair.

Segurei o grito, fechei os olhos e rezei pedindo paz, pedindo para que tudo melhorasse.

- "Você está bem?" - era a voz de Vlad.

Estava voando em seus braços, para depois ser colocada numa cama do castelo.

- "Sim" - respondi com a voz um pouco fraca.

Sentia que estava ponto de desfalecer, que estava pronto de ceder.

O quê iria acontecer a partir de agora?

Reencarnada (Completa)Where stories live. Discover now