Capítulo 66

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Pov. Vlad

Yahanna estava com Gabriele do seu lado, com um coleira em seu pescoço que estava ligado a uma corrente prateada como se fosse um cachorrinho. Gabriele não mostrava nenhuma emoção em suas feições, mas seus olhos transmitiram um grande desespero e tristeza.

- "Francesa e Vlad pensei que fossem demorar mais." - murmurou sem parecer surpresa. - "Estava ficando muito aborrecida...minha mascote é muito mansa, enquanto Delphine e André estão com sua família."

E eu acreditava, sei que ela não haveria aceitado tantas coisas se a vida de alguém não estivesse em jogo...especialmente a de sua família. Vê-la assim...e eu sem saber o que fazer.

De repente Yahanna estava no chão se contorcendo e murmurando blasfêmias.

- "Mas que idiota de sua parte querer trair os seus lideres." - Francesca murmurou. - "A compaixão será nula. Gabriele e seu irmão são meus protegidos...você vai desejar nunca ter traído Vlad."

Yahanna soltou um grito agudo, antes que esses braços se soltassem de seu corpo, seus olhos estavam mais escuros e saiu sangue e sua boca, seus olhos estavam fixos em mim... até que ela caiu no chão, saindo um líquido espesso de seu corpo.

Sim, um líquido que cheirava a merda e era escuro.

Para logo se formar e mostrar uma mulher que eu não me surpreendia em ver... mesmo que fosse estranho se fazer passar por Yahanna. Durante todo o tempo Gabriele só separou os lábios e piscou várias vezes tentando não chorar.

- "Já chega de joguinhos de criança." - Delphine disse divertida.-  "Somos seres escuros e temos alguma coisinha em comum e sei que vocês não estão surpresos ao me ver com a sua adorada...e ridícula Gabriele, certo? Já tinha um tempinho que não nos víamos."

- "E me olha que eu deixo de bastante desse tempo." - Francesca murmurou.

- "Uma pena." ela estalou a língua. - "Aqui...minha mascote, quer dizer algo a vocês."

Gabriele inclinou a cabeça olhando para o chão, até ela recebeu um puxão na coleira que tinha em seu pescoço, isso fez com que ela levantar-se na cabeça novamente para mostrar como o seu olhos estavam vermelhos e irritados. Eu só queria abraça-la, senti-la e repetir uma ao outra vez que estava tudo bem...mas quem estava bem neste momento?

Ninguém.

Mas acredito que ela precisava ouvir aquilo, me doia até a alma só de vê-la assim...e isso é minha culpa.

Mas eu não podia viver sem saber dela, a cada 5 anos eu procurava o seu paradeiro...e agora... eu ia ficar louco.

Se ela morresse...se ela se for...se ela...

Sem ela provavelmente eu não seria nada.

Porque só de ver os seus olhos, escutar suas queixas ou vê-la sorrir, eu me sentia completo.

E vê-la sofrendo atualmente...me destruia.

Cada um deles ia pagar, tanto ódio acumulado para o momento certo...vão receber o que merecem.

- "Nunca quis estar com você Vlad" - Gabriele sussurrou lentamente. - "Minha vida estava bem até que me...obrigou a entrar em um mundo no qual eu...não deveria estar. E-eu...eu...vou fazer você pagar por isso." - ela olhou para outro lado para depois pousar seus olhos em Francesca e depois me olhar.

- "Essa é a sua decisão Gabriele?"

- "Sim."

- "Tem certeza?"

Houve um silêncio por alguns segundos, que pareciam eternos para mim.

- "Eu tenho...Delphine."

- "Assim que eu gosto, minha mascote." - Delphine puxou a coleira.

Eu grunhi como se fosse um animal, Gabriele tinha até marcas em suas bochechas seguramente causada por bofetadas e sua maneira de ser tão submissa, me fizeram pensar no que eles poderiam ter feito para ela estar assim.

Ela tinha medo e era normal...mas sei que ela estava se rendendo. O que era suficientemente suicida para pensar que pode fazer algo por conta própria.

No segundo seguinte eu segurei Delphine pelo pescoço e a levantando, eu estava apertando o seu pescoço lentamente. A bruxa só sorria e uns segundos depois eu descobri o porque...Gabriele gritou com força.

- "Cada coisa que fizerem comigo...Gabriele irá sentir." - ela disse com dificuldade.

Eu a soltei e instantaneamente corri ate Gabriele que estava jogada no chão, ninguém segurava a sua coleira.

Ela não era um animal...não era um escravo. Essa bruxa filha da puta.

- "Querida..."

Gabriele levantou a cabeça, para mostrar os olhos mais lindos que eu já tinha visto...mas o que eles estavam expressando me partia o coração.

- "Está falando de Mina, Vlad?" - ela perguntou sem nenhuma expressão facial mas seus olhos diziam tudo.

- "O que?"

- "Já sei...você só me quer como uma amiga, uma irmã, como se fosse da sua família...na verdade, você quer...que Mina volte. Você escolheu que ela esteje em meu corpo..." - ela ficou calada.

Ela estava chorando, eu não conseguia ver ela mal...e muito menos por minha culpa.

- "Não...não pensei isso, Gaby." - eu falei com a voz quebrada me surpreendendo.

Gabriele foi puxada e afastada bruscamente do meu lado, ela começou a tossir já que foi arrastada para trás para ficar ao lado de Delphine.

A bruxa de aparência jovem tinha um sorriso em seus lábios, e parecia que nada poderia tirá-los de lá.

- "Que patético" - ela disse rindo. - "Não tente enganá-la...todos sabemos que você não superou e nem vai superar Mina. Ou não faz pouco tempo que você disse que amava ela? Deu a entender que sempre amará, que não se importa com os outros enquanto for feliz...mas que egoísta."

- "Calada!"

- "Me calar? Eu só irei fazer porque afinal de contas...minha mascote escutou tudo o que você disse naquele dia. Você dá nojo, você a feriu." - Delphine fez uma falsa careta.

Como eu queria matá-la, queimá-la, acabar com ela...e com André.

Maldita seja.

Francesca colocou a mão em meu ombro me fazendo olhar para ela e indicou que tínhamos que ir.

Não, não via derrota em seus olhos.

Eu vi como ela estava maquinando um plano perfeito para se vingar e acabar com esses seres que são os filhos do demônio.

Agora não sabemos em quem confiar, porque André e Delphine tinham armas muito poderosas...mas eu também tinha as minhas.

Azlin só precisava reagir e ver que os seus poderes eram necessários.

Reencarnada (Completa)Where stories live. Discover now