Capítulo 18

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O castelo era bonito, espaçoso e...escuro. Nenhuma janela aberta, os objetos de decoração também era de tons escuro. As paredes pálidas de uma cor branco osso, e com um ou outro retrato ou pintura, e eu não me contive e parei para observar com lentidão.

- "Por aqui, Gabriele!" - Vladimir disse.

Eu o segui com medo de me perder.

Subimos para o terceiro andar, as escadas em em formato caracol e de cor branca, como todo o chão. Ao chegarmos, caminhamos um pouco pelo corredor e eu o seguia.

Ele abriu a porta de madeira escura e vi que ali tinha uma enorme biblioteca, e dava para perceber que tinha milhares de livros. Tinha duas poltronas individuais e um outro sofá bem grande e uma mesa pequena no centro.

- "O que foi que despertou a curiosidade para vir até o castelo do Drácula?" - perguntou se sentando numa das poltronas. - "Sente-se por favor!"

Me sentei no sofá grande, sentindo seus olhos como o gelo fixos em mim, tudo estava tão silencioso que imediatamente me senti incômoda.

- "Drácula!" - murmurei.

- "O quê?" - perguntou surpreso.

- "Me deu curiosidade, de saber sobre o Drácula, Vlad Tepes e você... é o seu tataraneto." - sorri um pouco por causa do nervosismo.

- "Eu sou, o único." - ele afirmou.

- "Como isso é possível." - perguntei sem pensar. - "Hum me desculpe, eu sei que foi grosseria. Eu li a história diversas vezes, eu gosto desse temas. Principalmente saber sobre lendas, como foi o temível empalador Drácula." - murmurei. - "Vlad Tepes."

Ele não disse nada.

Os segundos se passavam e eu sentia que a incomodidade aumentava.

- "Entendo." - ele disse sorrindo. - "Ele foi um homem escuro e ele teve suas razões. O que você seria capaz de fazer por quem você ama?"

Eu senti curiosidade na pergunta.

- "Eu faria de tudo por quem eu amo, senhor Vladimir." -  respondi. - "Não me interprete mal. Admiro sua história, na verdade...eu fico pensando em geral. Ninguém é totalmente justo e se ele se equivocou, matou dezenas de pessoas...e se fosse um inocente? Só um, suas mãos estaria manchadas de sangue... inocente, logo depois vem o seu apelido o filho do diabo, há muitas coisas para se levar em conta e é aí que fico com tantas dúvidas, aumenta o meu interesse. Compreende? Você sabe sobre a sua linhagem?" - perguntei confusa. - "Sobre...Mina?"

- "Sei muitas coisas sobre essa mulher, sua adoração." - suspirei olhando para o chão. - "Ela...foi importante pra ele. Ela é... para mim. É como...uma história de amor...perfeita e eu...ao lê-la, ao escutá-la...me sinto apaixonado com a ideia de amar... Você entende? É como você lê ou te contam sua primeira história de amor, uma com um final... feliz. Na verdade essa história não teve um."

Senti meus batimentos aumentarem, uma sentimento algo incompreensível para mim. Como se me doesse ao escutar essas palavras saindo por sua boca.

- "Eu entendo." - disse suavemente. - "O colar..."

- "Como sabe sobre ele?" - perguntou me interrompendo.

Seus olhos se detiveram no meu pescoço, no meio do meu peito. Onde exatamente descansava o colar, suas feições se endureceram e me olhou novamente com os olhos cheio de raiva.

- "Mina Marks era muito religiosa, a esposa perfeita, era amorosa, paciente e gostava de ajudar as pessoas." - ele falou. - "Eles a assassinaram porque ela se sacrificou por amor, mesmo que as pessoas dissessem que seu esposo era o demônio, que não tinha alma. Suas filhas adotivas sofreram e foram a descendência de Vlad Tepes, e seguiu por gerações, houve um filho que herdava os mesmos olhos azuis tão gelado quanto do Drácula."- desviei o olhar para o chão, não conseguia olhar para ele. - "Mina tinha esse colar e era o único porque...o último dia de sua vida foi quando ela usou esse colar pela primeira vez. Era uma jóia... familiar. Onde você o pegou? Por acaso... você roubou?" - ele questionou.

Senti vergonha, mas também raiva e indignação.

- "É claro que não." - respondi. - "Um senhor de idade estava vendendo colares e este chamou minha atenção e acabei comprando. Esse não pode ser o de verdade!" - disse e levanto do sofá. - "Você o quer?" - perguntei franzindo o cenho com raiva.

Ele também se levantou e sua postura me intimidou um pouco, mas não o deixei notar facilmente e mordi o meu lábio inferior.

- "Sinto muito Senhorita" - sussurou. - "Algumas vezes me atrapalho...todo. Tenho minhas irmãs, mas...quase ninguém sabe sobre elas e sou eu que eles entrevistam, perseguem e sei ainda mais sobre a história da minha família como se tivesse vivido tudo na minha própria carne... Vlad Tepes amou Mina, ama e vai viver eternamente apaixonado em algum lugar...ele é um eterno apaixonado por ela."

Fechei os olhos assimilando a situação.

- "Acredito que sei o que precisava saber." - disse abrindo lentamente meus olhos, minha voz estava titubeante.

Peguei o colar em minhas mãos e depois eu o tirei olhando para o solo de madeira escura. Com ele em minha mão o observei sem saber o que pensar ou fazer.

Eu não conhecia Vladimir, não conhecia Mina e as irmãs de Vladimir. Na verdade estava tão nostálgica com o que acabei de descobrir,ç e mesmo sendo trágico, eu tinha ciumes de não fazer parte ou viver algo como isso. Se não fosse tão horrível. Mas, quem ama tanto para se sacrificar só para amar um fantasma?

Vlad, Drácula sempre amou Mina Marks e ninguém mais. E se ele estivesse no céu ou no inferno ele continuaria amando sua esposa.

Reencarnada (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora