Reencarnada (Completa)

Capítulo 100

No Whatsapp não havia nenhum contato com o nome de Kabir, tão pouco mensagens ou ligações, além daquela que teve alguns minutos atrás, só tinha o número registrado, por isso a única opção que resta é perguntar a Yahanna e sei que com a "linda amizade" que temasvc ela vai dizer docemente que devia ter informado ou simplesmente não atender ligação.

Eu fiquei sem opções.

Suspirei tirando os fones de ouvidos, me levantei deixando o celular em cima da pequena mesa na sala de jantar e me dirigi para o jardim que dava para uma pequena parte da vegetação do bosque.

- "Aonde você vai?"

- "Preciso de ar, estou um pouco enjoada." - eu respondi mentindo, eu só me encontrava desesperada e ansiosa. Saí e fechei a porta com o trinco.

Não vi O Caído em parte alguma, me sentei num banco que havia ali para olhar para o céu enchendo a minha cabeça de perguntas.

Era surpreendente o que li sobre a vida de Azlin, - e isso só foram poucas páginas - ela praticamente foi a culpada pelo fato de Mina não ter reencarnado e não acho que ela tenha se sentido culpada por isso, ou pelo menos ela nunca deu essa impressão.

O que mais pôde fazer em seu passado? Quem é Kabir e porque perguntaria por Azlin? Quem é e quem ele foi no seu passado? Eu sei que as respostas para as minhas perguntas estão naquele livro, respostas surpreendentes que me dão medo e curiosidade, até emoção por querer saber tudo de uma vez. E sempre, desde pequena a minha curiosidade tem sido maior do que o meu medo.

Agora eu tenho tempo pra ler, mas duvido que Yahanna me deixa eu ir agora por causa da minha reação alguns minutos atrás.

Tentei procurar em minha memória se alguma vez cheguei a ouvir o nome de Kabir no castelo mas eu tenho quase certeza que de que nunca escutei esse nome.

- "Camilla foi descoberta." - O Caído murmurou me assustando ao se sentar no meu lado. - "Ela machucou o braço e o corte curou rapidamente. Demoraram um tempo para pensar onde estamos." - notei seu sorriso malicioso. - "Eles fizeram bem ao chamar Kabir. Ele é o melhor...depois de mim, é claro."

- "Então porque você não está com Vlad e os outros?" - perguntei lentamente com seriedade.

- "Porque meu dever é cuidar de você." - ele me olhou inclinando a cabeça para o lado. -  "E a essa criatura que você carrega em seu ventre. Não me interessa o que acontecer com os outros. Cuido só dos meus interesses."

Ele é intimidante e obscuro, não me dava medo mas tão  pouco tinha vontade de me meter com ele. Suponho que se fosse seu inimigo ou objetivo que deve destruir ou temer. E por agora é essa não era a situação.

- "Ok." - eu sussurrei. - "Sabe é estranho tem que se referir a você como O Caído...Por acaso você é Lúcifer?"

- "Não." - ele fez uma careta. -  "Nunca gostei do meu nome, não sou alguém que socializa todos os dias e quando faço, eu gosto de ser chamado como o que sou para intimidar. Um Caído."

- "Você me diria o seu nome?" - perguntei depois de uns segundos. - "Poderia te dar algo em troca mas não me ocorre o que."

Para a minha surpresa ele riu.

- "Quer dar algo em troca só para saber o nome de um ser como eu?" - ele perguntou. -  "Verdadeiramente você está louca se é capaz de me dar algo em troca pra saber o meu nome."

- "Sou muito curiosa." - eu disse. - "Não vou te dar nada, só queria que você dissesse seu nome. Eu disse para provocar, já aprendi minha lição por fazer pactos com seres malignos."