Reencarnada (Completa)

Capítulo 54

Me afastei de Vlad como se os seus beijos me queimassem, beija-lo era bom, mas daninho ao mesmo tempo.

- “Isso não pode acon...”

- “Vamos tentar!” - ele disse.

Franzi o cenho e neguei repetidas vezes. Isso não seria uma boa ideia e dessa vez eu escutaria o meu lado razoável, antes de ceder a ele.

*O que aconteceria que sim?*

Só tinha que observar até onde a minha curiosidade tinha me levado, até em minha vida passada me expus tanto para salvar a todos e no final mais vidas se perderam por causa de uma só.

Mina.

- “Você não quer isso” -eu disse convencida. - “Não escute Azlin...você já demonstrou que não escuta e agora pretende acreditar que me quer, mesmo que seja só um pouco? Tentar o quê? Nós não temos nada!” -  fiz as suas mãos soltarem da minha cintura e criei espaço entre nós.

- “Ontem...”

- “Não posso negar que há muito desejo e atração sexual entre nós” - eu o interrompo. -  “Fora isso não temos nada mais.”

- "Não” - ele se aproxima e segura as minhas bochechas.

- “Sim”

- “Me escuta” - ordenou, ele nunca pedia. - “Você é diferente. Você sabe quantas mulheres já estiveram comigo? Sejam por dinheiro, posto ou atração, e eu nunca...nunca havia me sentido assim, você queira ou não, Lucy e você compartilham mais do que o físico. É outra época, você tem outra família e as pessoas que te rodeiam são diferentes, mas você é...a essência mais pura e que me deixa louco faz séculos, só você. Ninguém se machuca por tentar” - seus olhos pareciam suplicar que eu dissesse que sim. Mas como eu disse, ele nunca pedia, muito menos ele irá suplicar.

Seus lábios eram uma tentação ao observá-los, depois seus olhos azuis observando os meus, ele sorriu como só ele faz.

- “Eu...”

Novamente cai em tentação.

Foram só os seus lábios tocarem os meus e eu o aceitei, sabia que alguém iria se machucar se tentar... Eu! Um relacionamento sempre é um risco, em algum momento um de nós iria sofrer.

Se alguém destruir o meu coração será ele, a machucada seria eu e eu duvidava que eu fosse sair disso inteira.

Logo eu senti algo em meu peito...e era uma coisa diferente.

Foi como um golpe, algo que fez com que eu quase perdesse o equilíbrio e meus joelhos cederam por um segundo. Vlad segurou a minha cintura com força, evitando que eu caísse...mas não que a minha mente entrasse em colapso.

Milhões de recordações vieram em minha mente que parecia tão irreais, distantes mas familiares ao mesmo tempo. Meu subconsciente me fazia pensar que sim, eram lembranças... Minhas e que sempre estiveram aqui, esperando o momento exato para se fazer conhecer.

Oh Deus! Não podia ser possível.

Me afastei o mais rápido possível de Vlad, e o olhei surpresa e aterrorizada.

- “Gabriele você está bem?” - ele perguntou preocupado.

O chão se movia em baixo dos meus pés, a dor de cabeça se fez presente, só sendo irritante sem causar dor. Olhei os seus olhos e senti algo diferentes neles, como uma saída para tudo que eu negava a aceitar como minha vida...

- “Não” - eu sussurrei.

Aceitar que eu estaria ligada a um vampiro que amaria eternamente a sua falecida esposa, que seria perseguida por bruxos, até o final de sua existência e que nunca...nunca voltaria ter a monotonia em que eu vivia nos Estado Unidos.

E me deixei ir...

Que o inferno desate.